10/06/2013

Demolição Confirmada!

Quando escrevi este artigo alertando para o início de trabalhos daquilo que se configurava numa demolição de interiores em que as fachadas não seriam mantidas (ver) posso agora confirmar, depois de constatação in loco, que a fachada deste imóvel de Cassiano Branco, no remate norte da Praça João do Rio está a ser demolida, faltando-lhe já os três primeiros pisos.
O que vem a seguir preocupa-me de sobremaneira. O historial de arquitetura contemporânea, nesta cidade, não nos deixa esperar pelo melhor.
Isto é mais uma prova de falência da sociedade portuguesa que se interessa tanto pela sobrevivência do nosso Estado-Nação na medida exata em que não seja um entrave a ganhos pessoais. O 10 de Junho não é mais do que um feriado para alargar o período de férias e manter a hipocrisia dos que governam e a dos que são governados. Nada mais...

Mais um que não é mais do que foto de arquivo. Adeus!

12 comentários:

Julio Amorim disse...

..e a "época" da caça ao modernismo....abriu !!

Se se repetir o fenómeno das Avenidas Novas....pode continuar aberta por mais uns 50 anos.

Filipe Melo Sousa disse...

O edifício não resistiu a 50 anos de roubo e ocupação da casa dos outros sem pagar rendas. Durante 50 anos andaram a dormir, e ninguém achou mal. Agora é que vêm com lamúrias.

Anónimo disse...

isto é uma vergonha...

Como é possível MANUEL SALGADO??

Anónimo disse...

No fim ficaremos com uma cidade completamente descaracterizada, ao estilo de Belgrado, Cidade do Méximo, Caracas ou Beirute.
Nessa altura o nome do Vereador Manuel Salgado devia ser afixado em todas as esquinas..

Anónimo disse...

Estou completamente chocado! Este edifício situa-se em pleno Areeiro. Não é suposto haver nenhum plano de salvaguarda do conjunto urbano? Estamos a falar de um edifício que não parece estar num estado devoluto sequer, que se apresenta inserido numa malha urbana muito bem definida e caracterizada. Será o inicio da descaracterização sem dó nem piedade destes bairros? Este blog não tem capacidade de deitar abaixo os criminosos responsáveis por isto?! Que se faça alguma coisa.

Anónimo disse...

A quem possa interessar:
neste prédio funcionou uma pensão, porventura do mesmo proprietário da que está ao lado. É pura especulação afirmar-se que as rendas eram baixas e que o senhorio foi esbulhado durante anos. Nem tão pouco é sério este argumento para justificar perda total de património.

Anónimo disse...

Esta cidade está perdida e entregue às mãos da especulação e dos interesses. Não aprendem com os erros do passado.

Anónimo disse...

por favor colocar junto a esta foto de arquivo a foto de arquivo do edificio que estava lá antes do grande cassiano vir com as suas modernices.

Anónimo disse...

Lamentável não só a demolição do edificio em si como a descaracterização da praça João do Rio. Há uns meses cheguei a conseguir entrar nele pois uma empresa tinha sido encarregue de o esvaziar do que restava. O átrio e as zonas comuns eram em mármores de diferentes cores e ainda subsistiam os candeeiros modernistas em metal cromado e vidro fosco que foram na sua maioria para o lixo. Vai ser um hotel e irão naturalmente aumentar a cota. Pode-se ter uma antevisão no hotel A&S da Alamela que o Sr. Filipe Melo Sousa deve apreciar sobremaneira...

Anónimo disse...

Caro Anónimo das 12:27,

a zona do Areeiro foi uma zona de expansão urbana no tempo de Cassiano, pelo que havia campo.
Vamos continuar com estas tentativas patéticas e desesperadas de argumentar a favor deste (mais um) crime patrimonial?

Pedro M. Fonseca disse...

Demolição a demolição, Lisboa piora.

Bic Laranja disse...

Não o primeiro caso. Na Alameda foi demolido nos c. 1970 o prédio de fgaveto da Carvalho Araújo para fazer o mamarracho de 8 andares que serve de posto da Caixa. Não sei por que foi demolido um prédio de 30 anos.
Ainda nos anos 70 foi demolido o n.º 66 da Alameda, de fins dos anos 30. Mais recentemente as mesmas mentes permitiram, ao lado dele, o hotel mamarracho que está diante do Pão de Açucar.
Às mãos destes trastes sem cultura cívica nem noção de História ou património imaterial dum povo morrem os restos de Portugal.
Não vale a pena dizer nada...