14/09/2010

Plataforma cívica ainda tem esperança no Dona Estefânia

In Público (14/9/2010)

«A plataforma cívica que defende a manutenção de um hospital pediátrico autónomo em Lisboa acredita que a ministra da Saúde poderá voltar atrás na decisão de integrar os serviços pediátricos do Hospital de Dona Estefânia, em Lisboa, num novo hospital para adultos.

Ontem, depois de uma reunião com Ana Jorge, o cirurgião pediátrico Gentil Martins, que lidera o movimento cívico, disse que "ela própria reconheceu que a solução prevista não é a ideal".

"Esperamos ter sensibilizado a ministra. Achamos que o projecto ainda é susceptível de alterações", sublinhou o cirurgião. Na reunião, Ana Jorge terá admitido que a solução "ideal" passa por um hospital pediátrico autónomo, mas que tal "é praticamente impossível dado o adiantamento do projecto". Contudo, para o médico, "uma vez que ainda não existe projecto definitivo, tudo o que for feito para corrigir o erro antes de o tornar irreversível vale a pena". Apesar de compreender os compromissos do Governo com a parceria público-privada prevista para o novo Hospital Oriental, na zona de Chelas, Gentil Martins não acredita em "impossíveis". A substituição do Dona Estefânia por um serviço de pediatria inserido num hospital de adultos será um "retrocesso civilizacional", sublinha.

Desde 2008 que a Plataforma Cívica em Defesa do Património do Hospital de Dona Estefânia se manifesta contra o encerramento desta unidade. "Aceitamos a construção de um novo pediátrico, mas ao lado do hospital de adultos. Não se compreende que Lisboa, que serve três vezes mais crianças do que Coimbra, fique sem hospital para crianças", critica. M.S.»

1 comentário:

Luís Alexandre disse...

Provavelmente o edifício onde está o Hospital já foi alienado à Estamo (o nome que o governo PS dá às receitas extraordinárias), que agora irá tentar rentabilizar o investimento através de um qualquer negócio amigo com um qualquer promotor porreiro, em condições simpáticas para todos (menos para o erário público) e rapidamente, antes que seja aprovada a Lei dos Solos (admitindo a hipótese absurda de que seja parida uma lei bem feita).