20/10/2008

Hortas citadinas e novos jardins são promessas da autarquia para tornar mais verde a capital

Passear a pé pela Avenida Duque de Ávila, cultivar uma horta urbana ou desfrutar de dez novos parques de Lisboa serão realidades possíveis até 2011, a concretizarem-se as expectativas do vereador Sá Fernandes que promete transformar a capital numa cidade verde.

"Lisboa tem todas as possibilidades de ser uma cidade verde, mas não é neste momento", afirmou o vereador com o pelouro do Ambiente e Espaços Verdes, em entrevista à Agência Lusa.

Nos próximos anos, o autarca espera desenvolver a estrutura verde da cidade, criando corredores que vão ligar os vários parques da cidade, incluindo dez novos espaços: Quinta da Granja de Baixo (Benfica), Parque Periférico (Monsanto-Paço do Lumiar), Ameixoeira, Vale Fundão e Quinta das Flores (Marvila), Parque Hortícola de Chelas, Vale de Santo António (Penha de França), Museu da Água (Santa Apolónia), Jardim Mahatma Ghandi (Lumiar) e Casal Vistoso (Areeiro). No total serão mais 103 hectares verdes

O investimento vai ser faseado - dois milhões de euros até 2009, mais 2,1 no ano seguinte e 2,5 em 2001 - mas as obras devem avançar em breve.

"Para o ano será fácil ir a pé ou de bicicleta de Monsanto ao Palácio da Justiça, de Telheiras ao Campo Grande e à Avenida Gago Coutinho ou do Cais do Sodré a Belém. São coisas inacessíveis hoje", exemplificou José Sá Fernandes.

O projecto da Câmara não passa só pela criação de novas áreas, mas também pela revitalização das já existentes

"Hoje em dia, ninguém passeia no Vale Fundão. A Quinta das Flores é um viveiro abandonado, com três pessoas a trabalhar, que se pode transformar num parque extraordinário e situa-se numa zona carente deste tipo de espaços".

A instalação de equipamentos, como casas de banho e esplanadas, é uma prioridade para o próximo ano.

"Estas infra-estruturas podem trazer mais frequentadores para os jardins, aumentando a segurança. Por outro lado, as ligações através de pistas cicláveis vão permitir também distribuir a carga de uns jardins para os outros. E queremos que os concessionários garantam alguma vigilância", sublinhou o advogado.

Parte do investimento de um milhão de euros que se destina a melhorar estas áreas será recuperado através destas concessões.

Outro "exemplo flagrante da mudança" será poder ir a pé de Monsanto até ao Instituto Superior Técnico, atravessando a Avenida Duque de Ávila "que, durante décadas, só teve carros e vai ser parcialmente pedonalizada e dotada de esplanadas".

Sá Fernandes quer também que os lisboetas tenham a possibilidade de cultivar uma horta e, até mesmo, de criar um pequeno negócio em torno dessa actividade.

O primeiro parque hortícola, com 14 hectares, vai surgir em Chelas, "numa zona onde já existe alguma agricultura".

A equipa de Sá Fernandes está a estudar a melhor forma de concretizar as infra-estruturas (distribuição de água, caminhos e mobiliário urbano) e a maneira como integrar as pessoas na produção de bens agrícolas

"A ideia é diferenciar os parques hortícolas: uns serão como o de Chelas, apostando na envolvência das pessoas emtermos comunitários. Noutros, serão arrendados talhões. Queremos organizar locais onde já existem hortas, como a Quinta da Granja, Vale Fundão ou Carnide".

Para o vereador, os parques não servirão apenas para o lazer ou para a auto-suficiência.

"Acreditamos que se pode desenvolver algum empreendedorismo e até criar uma marca para estes produtos que seriam escoados através de cadeias de supermercados interessadas em apoiar esta iniciativa", explicou.

Outra ideia, já em curso, é abrir alguns jardins privados ao público. As visitas estão a decorrer na Quinta da Granja de Cima, no Seminário da Luz e na Quinta do Frade, e poderão vir igualmente a ser feitas na Quinta da Buraca, do Bom Pastor e do Patriarcado, caso as negociações cheguem a bom termo.

Vários miradouros vão ser também alvo de intervenção. Torel, Santa Luzia, Botto Machado, Monte Agudo, Penha de França, Alto do Parque Eduardo VII e Senhora do Monte mostram-se com nova cara aos apreciadores das vistas panorâmicas no próximo ano.

RCR.

In RTP.pt

12 comentários:

Filipe Melo Sousa disse...

Hortas na cidade? Realmente o terreno que custa 2.000 euros por m2 e com a poluição da cidade é o ideal.

A estupidez humana não tem limites. Nem os resquícios de saloice.

Anónimo disse...

Quando o custo do transporte dos alimentos quadriplicar (e para lá caminha) aconselho-te a comer notas de dólar - que daqui a pouco também não servirão para mais nada...
Saloio é quem mantém a mesma forma de pensar num contexto de mudança de enquadramento socio-económico.
Os Suecos não são saloios pois não, é que se forem então podes ser tu cosmopolita que eu serei um saloio feliz.
E os 2000 euros o metro quadrado já estão a vir por aí abaixo.
Já agora com a hiper-inflação que aí vem burro será quem não tentar produzir por si mesmo o que puder....
Numa coisa estamos de acordo e tu comprovas a tua própria teoria - a estupidez humana não tem limites sendo que alguma dela por se manifestar de forma tão acentuada será não só devido a atrasos culturais mas mesmo congénitos....
Tenta comprar uns livros de auto-ajuda e podes mandar para o lixo os de teoria económica que tens aí no teu micro apt. dos subúrbios, porque esses têm sido arrasados nos últimos tempos pela realidade dos factos.

Anónimo disse...

Se nem o que já existe, incluindo a parte central e nobre de Lisboa, exibe uma cara que se apresente, como é que pretendem que acreditemos nestas «maravilhas» que, mais uma vez, não passarão obviamente de promessas???

Anónimo disse...

As hortas urbanas são uma realidade em crescimento em países onde o preço do terreno urbano é astronomicamente superior ao nosso e com um clima bem mais rigoroso.

Londres, essa cidade retrógada e terceiro-mundista, é a capital mundial das hortas urbanas disponíveis aos cidadãos sem quintal.

Saber produzir alimentos não só é um excelente hobby como cultura geral fundamental- um conhecimento acumulado durante milénios e fundamental para a sobrevivência e saúde da humanidade.

Assim podemos comer localmente, desenvolver uma pequena economia e actividades pedagógicas e ter acesso a verduras de cultura biológica.

É puro bom-senso e quem "bota-abaixo" está á vontade comer lixo e ficar preso em casa que ninguém o obriga a nada, quem gosta de comer e cozinhar bem sabe do que falo.

Uma boa iniciativa que se vê a surgir por todo o (fértil) país.

Anónimo disse...

Estou de acordo com as medidas anumciadas pela 45ª ou 46ª vez. Já chega de tanto anunciar, está na altura de JSF fazer algma coisa porra!!!

Filipe Melo Sousa disse...

preço dos alimentos quituplicar? não me diga que foi daqueles com comprou daqueles fundos do milho e do trigo que os bancos andaram a impingir.

eu rio-me tanto desses gajos agora... o leite passa a 60 cêntimos e já entram em pânico e começam a criar galinhas na casa de banho

Anónimo disse...

"começam a criar galinhas na casa de banho"
Caso não saibas lêr esclareço que não se falou de hortas na casa de banho, mas antes me terrenos são mais produtivos cultivados do que preenchidos com betão.
O problema em Portugal é o de uma cultura instalada de imbecilidade e pseudo novo-riquismo sustentado por empréstimos bancários.
É ainda um problema de clientelismo político ligado aos lobbys do betão.
É fino andar de lata móvel a poluir com uma pessoa só enlatada, mas não é fino têr um terreno e cultivar uma arte milenar que permite que parasitas que não produzem nada na economia real possam comer.
É um país de aparências, mas ainda por cima, pelos padrões dos países desenvolvidos, de aparências saloias.
Saloios são os pseudo novo ricos, verdadeiros parasitas bancários - por isso digo deixem falir os especuladores à vontade para nos livrarmos dos parasitas do capitalismo....
Viva a crise financeira - eu não preciso de empréstimos, vivo do que consigo poupar e produzir, não de especulação financeira nem de empréstimos baseados num optimismo saloio!!!
Prepara-te que com a hiper-inflação que aí vem mais vale produzir alimentos que comprá-los, a não ser que consigas negociar o teu salário todos os meses....

Filipe Melo Sousa disse...

Estamos perante os profetas do apocalipse. Provavelmente surgem-se temos de fome e miséria generalizada.. preparem-se lol. É que até durante a idade média os campos estavam fora da cidade.

Para quando o tão anunciado fim do mercado livre? Eu continuo a ver os mantimentos a chegar ao supermercado...

Anónimo disse...

Retóricas catastrofistas e verdo-fóbicas á parte é óbvio que a intenção desta medida é intensificar o uso e abrir á população áreas já existentes ou criar novas com a actividade acrescida da agricultura urbana.

É um bom exercício e dá imenso gozo comer o que se produziu da semente- não percebo como é que isso pode ser criticável e quem não tem jardim na cidade até agradece (não são só parasitas- a não ser que esteja a falar do míldeo da batata!).

Um quilómetro de auto-estradas pagava 20 hortas urbanas...

Anónimo disse...

...e o míldeo é um fungo não um parasita. Espero que venham umas aulas incluídas nas hortas ;)!

Anónimo disse...

"Estamos perante os profetas do apocalipse"
Como classificas a crise financeira se o estado não interviesse??
Onde é que ficou o teu Friedman??
Se estás contra o intervencionismo do estado deverias ter-te manifestado contra o escandalo destas "injecções" de capital - estás a alterar as forças de mercado!!!
uhhhh que silêncio dos cobardolas dos liberalistas que fizeram caca como a que têm nas suas cabecinhas....É que se o estado não intervisse se calhar ia deixar de dar para comprar hostaliças produzidas a 5000 kms de distância e para andarem pançudos de mercedes....
Afinal o argumento imbecil aqui em discussão é que para salvar incompetentes o estado pode intervir mas para promover hortas urbanas já é um sacrilégio.
Fill in the blanks I_BE_ILI_ADE. Podes comprar uma letra com dinheiro do BCE se precisares a uma taxa bonificadíssima....

Filipe Melo Sousa disse...

Classifico a crise financeira como consequência directa da intervenção do estado. O mesmo estado que clama o direito de voltar a interferir para consertar os disparates que faz.