10/10/2007

Tiro e Monsanto

Na foto, o Monsanto que se quer tranquilo
Ah! Ah! Ah! Ah! Não consigo parar de me rir...
Ontem, não resisti a pôr o acento tónico na característica essencialmente histriónica de coisas destas que cada vez acontecem com mais frequência nalguns gabinetes dos Paços do Concelho. Veja se consegue ler estas coisas sem se rir a badeiras despregadas. Claro que é um riso de nervoso: Monsanto precisava de outra seriedade, de outra coerência, de outra consistência de ideias em sua defesa sem agitações ao sabor dos ventos. Mas não. Parece que estou condenado a ver estas mudanças mandato a mandato, ultimamente.
Em 2006, a posição era outra. Por exemplo: «O vereador do Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, defende a não renovação da concessão e prefere ver o Campo de Tiro noutra zona da cidade» (lido aqui).
Que raiva. Leia, se não acredita:
Clube de Tiro de Monsanto entregou projecto de reabilitação na Câmara de Lisboa - 2007-10-09 - 15:50:00 - Clube de Tiro de Monsanto entregou projecto de reabilitação na Câmara de LisboaJosé Sá Fernandes, que falava aos jornalistas à margem da apresentação do projecto de Oferta Educativa da autarquia para 2007/2008, acrescentou que se o projecto contemplar a ausência de ruído e a não contaminação do solo com chumbo "certamente que será viabilizado pela autarquia". "Se não, é claro que o Clube de Tiro terá que sair de Monsanto", sublinhou José Sá Fernandes, que tem sido uma das vozes mais críticas à manutenção do Clube Português de Tiro a Chumbo em Monsanto. Segundo o vereador, o projecto que hoje deu entrada na autarquia será agora analisado por técnicos "que dentro de uma semana ou duas já deverão ter um parecer sobre a manutenção ou não do Clube de Tiro em Monsanto". (...)

E, como já cá ando há muito e já estou a prever o que aí vem - com um qualquer despacho a conceder mais uns tempos para isolar mais um bocadinho -, dei-me ao trabalho de procurar, para colocar aqui hoje, agora, é urgente recordar!, e todos estarmos atentos por estes dias, o seguinte naco:
«A autarquia disponibilizou-se então para apreciar um novo modelo técnico e jurídico que cumprisse vários requisitos - não contaminação dos solos com chumbo, minimizar o impacto sonoro nos utentes do parque e na sua fauna, assegurar a segurança de pessoas e bens.
Parte da solução apresentada pelo Clube de Tiro de Monsanto foi já liminarmente rejeitada porque implicava «grandes abates de árvores e movimentação de terras», precisou fonte do gabinete, embora a negociação prossiga, num processo considerado «moroso». Razão pela qual a autarquia notificado ontem o clube de que tem três meses para desocupar o terreno.
Carlos Duarte Ferreira, presidente da direcção do Clube Português de Tiro a Chumbo, diz-se «optimista» e acredita que os três meses serão suficientes para «afinar detalhes» da proposta apresentada à autarquia até porque «o grande trabalho está feito.»
Note que esta peça é de Fevereiro de 2007 e pode ser consultada aqui, no DD. Note que em Fevereiro era António Prôa o vereador do pelouro. Note que... Anote o que lhe digo: vai ficar surpreendido nos próximos dias com a «saída» não do Clube do (repito: do) Parque mas a «saída» encontrada para o Clube no (repito:no) Parque. E maior vai ser a sua surpresa quando conhecer as justificações que estão a ser engendradas para essa «saída» «airosa» para este caso estranho. É uma chatice. É uma droga de marketing balofo. É um perigo. É uma pena. Vou ficar de queixo caído. Seria bom que a malta da Plataforma de Monsanto se pusesse a pau e desse corda aos sapatos para tirar a limpo o que se está a preparar nos bastidores.
Recordo também - para memória próxima futura - que está on line uma petição iniciada pela Plataforma. Pode ser vista no link aí atrás. Vamos precisar disto tudo brevemente e mais e mais...

3 comentários:

Anónimo disse...

Infelizmente tudo leva a querer que tem razão.Cada vez mais tenho ideia que a decisão está já há muito tompo tomada. O PS e o PsD não vão deixar ficar mal o seu lobby e Sá Fernandes já ensaiou a jogada: até vota contra mas nada poderá fazer contra a maioria,coitado. Tenha coragem, homem, mostre que realmente não andava só á procura de poleiro e não se esqueça de tudo o que tem afirmado ao longo dos tempos. a propósito deste assunto.

Anónimo disse...

Sá Fernandes não vai votar contra, nem a favor, nem mesmo abster-se.
Irá simplesmente não estar na sala no momento em que se votar. Tem sido assim, por várias vezes.

Anónimo disse...

Se o Sá Fernandes votar contra, mas os outros vereadores viabilizarem o campo de tiro em Monsanto, proponho que o Sá Fernandes se imole e a Roseta dinamite a sala de reuniões. Só assim seremos consequentes e talvez impeçamos a continuação daqueles energúmenos em Monsanto.