09/05/2012

Emel alarga área de estacionamento em Lisboa para mais 6100 lugares



Emel tenciona adquirir reboques próprios e mais bloqueadores de veículos 

Por alexandre afonso Carlos Filipe in Público

Empresa municipal apresenta hoje plano para expansão de área à superfície, anuncia parques para o Campo das Cebolas, Rego, Mercado de Arroios, Alto dos Moinhos e ainda mantém o silo no Corpo Santo


O aumento da área de estacionamento, à superfície e coberto, para mais 6100 viaturas, é uma das medidas a apresentar, hoje, na reunião da Câmara de Lisboa, que apreciará o plano de actividades e orçamento para 2012 da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (Emel).
Segundo o plano de actividades, que não refere qualquer aumento às actuais tarifas de estacionamento, o alargamento da oferta de lugares à superfície, nas coroas interior e exterior da cidade, abrangerá, ainda durante este ano, novas zonas da Avenida da Liberdade, Alameda Afonso Henriques e da freguesia de Santa Isabel. Segundo as contas da empresa, o aumento das receitas pela exploração daquelas áreas poderá variar entre os cinco e os dez por cento.
A expansão abrangerá áreas adjacentes às já tarifadas, em Campolide, Rua Castilho (próxima ao Palácio da Justiça), Praça de Espanha (centro de saúde) e Anjos, mas também a Belém, Mercado de Benfica e à zona Benfica/Avenida do Uruguai. Após regulamentação camarária, a Emel seguirá para o Bairro de Santos (Rego). No total, serão mais 5500 lugares à superfície, um acréscimo de 14% à área actualmente tarifada, e que já representa 42.500 lugares em toda a cidade.
No que se refere a parques cobertos, o aumento previsto é de 600 lugares, o que representará um acréscimo de 20% à área actualmente disponível. Neste capítulo, a Emel apresenta ainda a construção de um silo no Corpo Santo (Cais do Sodré), cujo estudo prévio já foi chumbado pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, com a justificação de que criaria fortes impactes negativos na área envolvente.
Ainda durante este ano, a empresa conta abrir dois novos parques de superfície na zona de Belém (central), que totalizarão 212 lugares, aumentará a oferta em mais 40 lugares no parque da Estrada da Luz. Anuncia também dois novos parques subterrâneos (530 lugares) no Rego e Alto dos Moinhos (este há vários anos construído pelo urbanizador da zona e entregue à Câmara de Lisboa, que até agora ainda não lhe deu qualquer uso).
A Emel pretende ainda iniciar o processo de construção de outros dois parques cobertos, um no Campo das Cebolas, que poderá incluir um silo e uma área com vocação comercial - incluído no projecto de reabilitação da frente ribeirinha -, e um outro, com 210 lugares, no Mercado de Arroios. Segundo Diogo Homem, do departamento de comunicação da Emel, o parqueamento será subterrâneo, mas lateral e não sob o mercado, a que se poderá aceder através de túnel. O projecto já foi aprovado pela câmara e deverá entrar em obras ainda durante o primeiro semestre deste ano.

Mais um silo

Segundo o mesmo documento que será discutido pelo executivo municipal, a empresa acautela ainda o estudo da viabilidade técnica de um outro silo-auto, em Sete Rios, sob a estrutura existente do viaduto do eixo rodoviário Norte-Sul, construção que ficará dependente das autorizações camarárias e de disponibilidade financeira.
Neste particular, a empresa, que apresentará uma conta de exploração com resultado positivo superior a 929 mil euros, anuncia que dispõe de 8,9 milhões de euros para investimento, grande parte deste valor transferido do exercício anterior, pois que apenas investiu 3,3 milhões dos 11,2 que tinha previsto aplicar.
António Carlos Monteiro, vereador do CDS-PP, avalia que aquela terá sido uma "medida de bom senso", alertando que a empresa deveria fazer o mesmo este ano, pois diz não ser a melhor altura para aumentar o seu endividamento. "Limita-se a repetir a fórmula para este ano", lamenta o autarca. Quanto ao plano de actividades, António Carlos Monteiro refere que o documento original já tinha recebido um parecer negativo do conselho geral da sociedade, e que esta proposta mantém imprecisões graves no que respeita ao anúncio de construção de parques.
Também o PSD levanta muitas dúvidas no tocante às contas, concretamente na percentagem devida à câmara pela facturação. Segundo o vereador Vítor Gonçalves, "a Emel apenas considera como resultado financeiro as taxas cobradas pelo estacionamento, deixando de lado as outras receitas, o que reduz substancialmente o valor que deveria entregar à câmara." E acrescenta: "Isso já foi chumbado uma vez pela assembleia municipal, também o reprovámos no conselho consultivo. Com aquela alteração, o resultado da Emel provavelmente seria negativo."
A modernização tecnológica na fiscalização do estacionamento, a substituição dos parquímetros e a centralização da gestão da oferta são outras das apostas da Emel para este ano, que também assinala a aquisição de reboques próprios e mais bloqueadores de veículos.
A empresa salienta igualmente que nos últimos anos realizou volumes de investimento sem paralelo, estimando em 68% o aumento da oferta aos utentes em apenas dois anos, mas que a conjuntura também favoreceu o decréscimo da procura. Nessa linha, admite que será orientação da Emel acentuar a contenção de custos e a limitação de contratação de pessoal, apesar da expansão da área a gerir.

1 comentário:

Helena disse...

Estou mesmo a ver que qualquer dia para ir a casa dos meus pais em Benfica, perto do Mercado de Benfica, tenho que pagar à Emel. No centro da cidade compreende-se, mas em Benfica ?!! Grandes ladrões!

Tenho a impressão que até para andar a pé, num futuro muito próximo, vamos ter de pagar um imposto, com a desculpa que é para arranjar os passeios...

Não há dúvidas: os impostos são "tendência"... Que ladroagem, irra!