26/11/2014

Tuk-tuks, the new kids in town

(Rui Gaudêncio, Público)
Tenho acompanhado a polémica dos tuk-tuks em Lisboa com um sorriso no canto da boca. O debate chegou à AML, que avançou com várias propostas para o executivo. Pedem-se regulamentos, fixação de horários, de percursos e de um limite máximo para o número deles, e até que os restantes lisboetas paguem (vulgo "incentivos fiscais") para que passem a ser eléctricos.
Quais são afinal as queixas? Poluição sonora, poluição atmosférica, estacionamento caótico, congestionamento, destruição de calçadas, atentado à privacidade nos bairros históricos; todas queixas válidas, nenhuma delas exclusiva aos tuk-tuks. O enorme número de automóveis na cidade de Lisboa causa isto tudo e mais. Ajudado por muitas das motas na poluição sonora, o automóvel consegue um impacto bem mais forte (a destruição das calçadas é o exemplo mais ridículo, basta olhar para a foto para perceber a diferença), só que... esses já cá estavam. E são quem manda na cidade.
As soluções que são propostas pela AML espelham bem isto. Repare-se que aplicar as leis já existentes seria suficiente para reduzir estes impactos negativos, disciplinar os tuk-tuks e conter a sua proliferação. Se um tuk-tuk for efectivamente proibido de estacionar ilegalmente, dificilmente poderá a continuar a funcionar como funciona hoje. Mas aplicar as leis já existentes (ruído, estacionamento, restrições ao trânsito) também seria chato para... (sim adivinharam) para o automóvel. Os novos regulamentos são uma maneira de contornar isso, tratando como diferentes, incómodos que são bem semelhantes.

7 comentários:

Anónimo disse...

E depois dá-se que os condutores de tuk-tuks passam sempre recibos dos valiosos serviços que prestam, não há direito a uma perseguição como esta.

Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

Os tuk-tuks estão a sevrir de bode-expiatório para a crónica falta de visão e de lógica da AML e da CML.

Paulo Ferrero disse...

Gosto dos tuk-tuks mas estão completamente "on the loose" :-)

lfgalvao disse...

Até que enfim que surge algo neste blog sobre os tuk-tuk, com pés e cabeça.

Anónimo disse...

Bravo.

Anónimo disse...

Condutores dos tuk tuk a maioria indianos, são agressivos não respeitam nada nem ninguém. Moro na zona Castelo alfama não passam recibos. Quando termina este nosso viver fomos invadidos? Já chega não

Mário Rui Ganchas disse...

Bom blog