26/09/2012

Helena Roseta quer ceder espaço a grupo radical, acusa vereador do CDS-PP



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Helena Roseta quer ceder espaço a grupo radical, acusa vereador do CDS-PP
Por Ana Henriques in Público
Grupo ambientalista GAIA nega radicalismo e critica câmara. Roseta só hoje responderá a adversário político centrista
...A vereadora da Câmara de Lisboa Helena Roseta quer atribuir aos ambientalistas da associação GAIA - Grupo de Acção e Intervenção Ambiental um espaço de 50 metros quadrados em Alfama para eles aí desenvolverem as suas actividades, mas a cedência não é pacífica. O vereador do CDS-PP António Carlos Monteiro diz que o objectivo da ex-bastonária dos arquitectos é contentar "a sua base de apoio mais radical" e acusa os ambientalistas de estarem ligados a episódios violentos como os que tiveram lugar na mais recente manifestação defronte da Assembleia da República, no passado dia 15.
Os dirigentes do GAIA desmentem o autarca. "Não fazemos qualquer tipo de acção violenta", assegura um deles, André Vizinho. "Não percebo donde surgiram essas informações completamente inventadas". O grupo admite apenas ter-se solidarizado com os "ocupas" que durante cerca de cinco semanas usaram, à revelia da Câmara de Lisboa, um edifício municipal devoluto na Rua de S. Lázaro, até Helena Roseta os expulsar dali.
A vereadora remete qualquer esclarecimento sobre a cedência do espaço de Alfama, que terá uma renda de 32 euros mensais, para a reunião de câmara de hoje à tarde, na qual apresentará uma proposta nesse sentido. O objectivo declarado do GAIA é "envolver os jovens na vida social e política das suas cidades". Já António Carlos Monteiro antecipa outro tipo de actividades: "Difusão de ideais anárquicos à custa dos impostos de todos".
"Não existe orçamento de projecto nem cronograma financeiro, o que viola a lei", afiança o CDS, acrescentando que o plano de actividades dos ambientalistas para 2011 não foi aprovado pela assembleia geral desta entidade. Também estas acusações são refutadas pelo GAIA: "Temos toda a nossa estrutura legal completamente organizada", refere André Vizinho. "Somos uma das organizações mais transparentes do país".
Quanto à solidariedade para com os "ocupas", é outro ambientalista, André Sousa, que a explica: "É demasiado burocrático e obscuro o processo de cedência de espaços por parte da câmara, que tem um parque imobiliário enorme e vazio. Os critérios que presidem à entrega desses espaços não são claros. Nós estamos à espera há dois anos".

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