14/06/2012

Universidade de Lisboa garante que obras no Jardim Botânico estão licenciadas


Universidade de Lisboa garante que obras no Jardim Botânico estão licenciadas


14.06.2012
Helena Geraldes in Público online

Todas as obras no Jardim Botânico de Lisboa, espaço que reabre oficialmente nesta quinta-feira, estão licenciadas pelas autoridades competentes, diz a Reitoria da Universidade de Lisboa, depois de acusações de intervenções “ilegais” e “medíocres”.

A Liga dos Amigos do Jardim Botânico divulgou na quarta-feira uma carta aberta ao reitor da Universidade de Lisboa, entidade que tutela o espaço, onde acusa a falta de “parecer obrigatório e vinculativo” do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar) para as intervenções. "Após décadas sem investir no restauro, requalificação e gestão do Jardim Botânico, a Universidade de Lisboa decidiu agora intervir de modo superficial neste Monumento Nacional", escreve a Liga, exemplificando com as obras na fachada do Museu Nacional de História Natural e da Ciência. A instalação de estruturas metálicas perfurantes em toda a fachada, para colocação de telões, "danificou-a irremediavelmente".

Numa nota divulgada ontem à noite, a Reitoria da Universidade de Lisboa garante que todas as obras, “desde a demolição definitiva das casas em ruína junto ao Picadeiro (edifício classificado) até à fixação de telas na fachada principal do museu, foram devidamente autorizadas e licenciadas pelas autoridades competentes”.

Além disso, informou que já está constituído um grupo de trabalho conjunto com o Igespar para “acompanhamento das intervenções futuras” e que está a ser constituído o grupo de trabalho que vai elaborar o Plano de Salvaguarda do Jardim Botânico.

Este foi só um primeiro passo na verdadeira requalificação do espaço, no meio da cidade de Lisboa. Para já foram arranjados “alguns caminhos e escadarias que estavam em muito mau estado”, reforçaram-se e pintaram-se pontes e gradeamentos, repôs-se o ciclo da água e espécies aquáticas nos regatos e num lago, demoliu-se a construção de plástico, “inaceitável”, que servia para as entradas no jardim, retiraram-se os carros da entrada do jardim, na Alameda das Palmeiras, fez-se a limpeza de valetas, bancos, depósitos do lixo e foi aberto um espaço de descanso para os visitantes, diz a Reitoria.

A Liga dos Amigos do Jardim acusou as obras de “medíocres”, “inadequadas” e de serem "totalmente ineficazes na resolução dos reais problemas que afectam o Jardim Botânico". Na carta, salienta-se que o jardim “não é um simples parque urbano ou espaço verde comum”, mas um lugar “protegido pela Lei do Património Cultural” e identificado como sítio de “valor histórico, artístico e científico do mais alto grau”.

A Reitoria garante que “os trabalhos de limpeza e conservação não introduziram qualquer alteração no jardim e destinaram-se, também, a proteger as colecções e espécies existentes”. “A Universidade de Lisboa continuará a valorizar o Jardim Botânico, no limite das suas possibilidades”, disse a reitoria, lembrando que este é um “tempo de grandes dificuldades”.

Para o futuro será recuperado o edifício do Observatório Astronómico e está prevista a criação de um gabinete para “promover a ligação dos cidadãos ao Jardim Botânico”. Quanto à Liga, este movimento diz-se "inteiramente disponível para todo e qualquer esclarecimento e colaboração cívica que contribua para a salvaguarda do Jardim Botânico de Lisboa".

Esta tarde, a partir das 18h15, será realizada a sessão pública de reabertura do espaço.

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