29/05/2012

Presidente do ACP critica alterações na Av. da Liberdade .


O presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, está contra as alterações que a Câmara de Lisboa quer fazer na Avenida da Liberdade, afirmando que vão provocar mais atropelamentos, mais trânsito e não vão retirar a poluição da zona.




Carlos Barbosa vai ter uma reunião com o vereador da Mobilidade, Nunes da Silva, para "testemunhar o erro que isto é"

in Público


"É um disparate completo. Não tem pés nem cabeça. O [vice-presidente] Manuel Salgado já conseguiu acabar com o comércio na Baixa, agora quer matar o da Avenida da Liberdade", disse Carlos Barbosa, citado pela Lusa. A proposta da Câmara de Lisboa, que vai estar em discussão pública até ao final de Junho, prevê a alteração do sentido do trânsito em quase todas as faixas laterais da Avenida da Liberdade. Prevê também a limitação das faixas centrais a duas vias em cada sentido na quase totalidade da avenida (entre a Rua Alexandre Herculano e os Restauradores). Paralelamente, no Marquês de Pombal, o trânsito vai circular em duas rotundas concêntricas separadas por passeios e espaços verdes.
A autarquia estabeleceu um período experimental para testar as alterações na Avenida da Liberdade, entre Setembro e Dezembro. Já as mudanças no Marquês de Pombal serão definitivas. A proposta, que visa tirar automóveis e reduzir a poluição nesta zona da cidade, foi aprovada na quarta-feira, com as abstenções do PSD, PCP e CDS-PP.
Afirmando que "quem polui são os transportes públicos, não são os privados, e isso está mais do que provado num estudo que a câmara fez", Carlos Barbosa frisou que acabar com a poluição é "facílimo": "façam um eléctrico rápido do Marquês até ao Rossio ou ao Terreiro do Paço e deixam de ter este problema".
O presidente do ACP disse ainda que a mudança de sentido nas laterais da avenida "vai provocar imensos atropelamentos": "Já acontece entre a Rua Alexandre Herculano e o Marquês do lado esquerdo (da avenida). Mudaram o trânsito e já houve três atropelamentos nesse bocadinho".
Carlos Barbosa criticou também o facto de não se poder descer ou subir a avenida ou subir de uma só vez pelas laterais, afirmando que "para se ir a uma loja qualquer tem de se ir ao Marquês ou aos Restauradores".
Quanto à redução de vias na Avenida da Liberdade, o responsável considera que vai agravar o trânsito e exemplificou: "telefonei há pouco tempo ao [vereador da Mobilidade] Fernando Nunes da Silva. Estava na Baixa e expliquei-lhe que demorei 23 minutos a subir a Av. da Liberdade e 30 a descê-la, com o número de faixas actuais. Ele respondeu que era por causa do atravessamento da Alexandre Herculano, que vai continuar. Com uma faixa só..."
Sobre as duas rotundas no Marquês de Pombal, o presidente do ACP considera que "vão ser de gargalhada". Lembrando que a câmara "não tem dinheiro", Carlos Barbosa sublinhou que vai ser gasto "cerca de meio milhão de euros para fazer esta experiência". PÚBLICO/Lusa

9 comentários:

Anónimo disse...

A sugestão de fazer um eléctrico rápido entre o Marquês e o Rossio ou Terreiro do Paço obviamente é para rir. Porque ele já existe. Chama-se metro.

Anónimo disse...

Se me parece que tem razão em vários aspectos, nomeadamente quanto ao perigo de trânsito em sentido contrário ao normal e a que todos desde sempre se habituaram, borra a pintura com aquela de "façam um eléctrico rápido do Marquês até ao Rossio ou ao Terreiro do Paço e deixam de ter este problema". Já existe e chama-se METROPOLITANO DE LISBOA, meio de transporte obviamente desconhecido para o sr. Barbosa...

Filipe Melo Sousa disse...

Isto ao ir para a frente será utilizado no futuro como exemplo dos maiores disparates que se fez numa cidade para a matar de vez.

Um bocado como as alucinações renováveis do sócrates. Colocou-nos na vanguarda da bancarrota.

Anónimo disse...

afinal os carros nao poluem, afinal ja toda a gente anda de popó electrico e ninguem me disse

E este senhor nunca deve ter ouvido falar no Metro de Lisboa, que faz exatamente o percurso que sugere..

Se demorou assim tanto tempo a descer a avenida, porque nao experimenta ir de metro na proxima vez?

Anónimo disse...

A pobre cabecita do cavalheiro já lhe terá permitido calcular, nem que fosse nas costas de um envelope, quanto custaria o tal eléctrico, e, já agora, o percurso do mesmo, como entraria no Rossio pela Betesga, e que utilidade teria?

Antes umas daquelas traquitanas a brincar aos comboios que existem por aí, sobretudo no Verão, e sobretudo também para gáudio da criançada.

Miguel Barroso disse...

Este senhor cada vez diz mais "barboseiras"... Ainda não percebeu, que um automóvel, não é um "carrinho de compras". Isso funciona, lá para o outro lado do Atlântico, onde até supermercados "drive-in" existem... mas até por lá, eles já estão a descobrir que esse modelo não funciona assim tão bem como isso: http://www.streetfilms.org/moving-beyond-the-automobile/

Anónimo disse...

O projecto apresentado é mau e Carlos Barbosa tem razão.
1º O Metro não substitui o transito à superficie caso contrario os autocarros não fazem sentido.
2º Um faixa central utilizavel por um electrico faria mais sentido poderia inclusíve percorrer deste o alto do parque Eduardo VII - fazer uma faixa central é bloquear a avenida da mesma forma que se bloqueou a Rua do Carmo com floreiras.
3ºAlterar o sentido das faixas laterais é um erro pois envia o transito para as zonas historicas, tal como aconteceu no percurso da Frente Rio-este é um erro grave muito grave pois o património fica em perigo, bloqueia zonas de dificil acesso a veiculos de emergencia.
4º É falso os problemas da qualidade do ar, Lisboa tem um corredor de brisas Sul-Norte.
5º A pedonalização das cidades é inevitavel mas não da forma como esta a ser feita. Gastos de perto de 3 milhões em pistas de bicicleta e ao mesmo tempo reduzir o automovel é absurdo.
6º Criar habitos e atractividade, proporcionar as zonas comerciais Chiado, Baixa e Avenida é fundamental em vez de mercados pindéricos e vendas ambulantes na avenida.
7º Só os Centros Comerciais vão beneficiar com estas medidas, destruiçao do comercio de rua e de bairro com consequencia na transformação da cidade em dormitórios.
Resolver os assuntos de forma pontual é pura demagogia, uma retórica antiga da ecologia e do verde.
Em termos comparativos a cidade de Copenhague iniciou esse processo nos anos 60, e aos poucos tem conseguido baixar o numero de zonas sem carro. Mas esta cidade é plana e tem 1,2Milhoes de Habitantes, a mesma cidade dinamarquesa tem na area metropolitana cerca de 600.000. Em Lisboa é o contrario e mais grave, além de Lisboa tem colinas com dificil acesso.
Continuamos a criar contradições como Tagus Parks, Campus de Justiça e Mega Centros Comerciais, não criamos condições para a fixação de população em Lisboa. Agravamos o transito nos centros historicos onde somente os ricos tem a possibilidade de estacionar e fazer garagens e tantas vezes com o prejuizo e diminuição de lugares à superficie. Continuamos a não permitir escritorios e habitação no mesmo edificio, etc.
Este processo envolve alterações a montante enquanto não forem realizadas a cidade vai continuar com uma gestão casuistica, o planeamento estratégico e PDM são regulamentos necessários e actualmente a gestão autarquica sofre de uma esquizofrenia academica e experimental, alguns dirigentes são autenticos mitos urbanos.
Professor de Arquitectura e Urbanismo B.C.S.

Anónimo disse...

Idealmente para a qualidade de vida de Lisboa, deveriam haver menos automóveis a circular na cidade, mas não é uma mudança destas que vai diminuir o nº de carros efectivos que circulam em Lisboa todos os dias.

O que vai acontecer é a transferência de trânsito para outras vias, por exemplo como a Rua da Escola Politécnica, onde vivo, que desde que condicionaram o trânsito na Baixa a circulação de automóveis aumentou muito, demais até para a sua capacidade.

A única iniciativa que pode funcionar para diminuir o trânsito em Lisboa será cobrar portagens urbanas, a exemplo de outras cidades europeias.

Anónimo disse...

é uma pena o que já foi feito até agora, o transito no Marques de Pombal até que fluia bastante bem e nunca achei que estivesse a Avª da Liberade poluída! Se alguém for a Paris Champs Elises ou mesmo Londres existem muitos mais meios de poluição e que saiba não mudam nada!!! Sempre fomos um país que tem a mania de ser pioneiro de más ideias, tirando só a via verde a única boa opção.