31/05/2012

Alerta para possível desmantela​mento do complexo do Hospital Miguel Bombarda

Ao IGESPAR / Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo

Exmos. Senhores


A Portaria nº 1176/2010 publicada no Diário da República 2ª série de 24 de Dezembro de 2010, classificou como Conjunto de Interesse Público, o Balneário D. Maria II (1853) e o Pavilhão de Segurança (1896) do Hospital Miguel Bombarda, em Lisboa, definindo ainda a respectiva Zona Especial de Protecção, abrangendo todo o perímetro do Hospital e consequentemente os seus edifícios e espaços, incluindo o antigo Convento, o edifício em poste telefónico, a cozinha com o seu excepcional tecto, o raro telheiro, o poço e o tanque. No Anexo I pode ainda ler-se que essa classificação "incorpora e tem em conta a evolução quinta/convento/hospital, incluindo os restantes edifícios deste".

Com o objectivo de salvaguardar os edifícios incluídos na ZEP, vimos por este meio comunicar a V Exas que tanto no antigo Convento, como na grande enfermaria em poste telefónico, e noutros, julgamos que se está a proceder na maioria dos espaços e pisos ao arranque de todos os candeeiros e instalações eléctricas, instalações sanitárias, divisórias e até tectos falsos, que estarão a ser transportados para o Hospital Júlio de Matos. Também as coberturas e telhados desses edifícios não têm sido objecto de conservação e limpeza, verificando-se infiltrações. E as zonas verdes não têm sido tratadas, crescendo o mato, como é visível a olho nú.

Estes actos, a verificarem-se, configuram, no mínimo, um desprezo claro da empresa proprietária (Estamo) pela segurança e pela continuidade física desses edifícios; contrariando, assim, o que julgamos ter sido uma preocupação central aquando da classificação a que nos referimos no primeiro parágrafo.

Face ao exposto, apelamos à urgente intervenção de V. Exas no sentido fiscalizarem esta situação, intervindo junto da empresa proprietária (tutelada pelo Ministério das Finanças) para que seja reposta a segurança daqueles edifícios e se garanta que a sua conservação não sofre mais danos do que já sofreu.

Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos


Carlos Moura, António Branco Almeida e Luís Marques da Silva

3 comentários:

Anónimo disse...

A responsabilidade parece ser da ESTAMO mas também da Administração do Hospital/Asilo Júlio de Matos que tem rapinado tudo quanto tem valor para as suas instalações. Interessante, para quem argumentava que o Hospital Miguel Bombarda não tinha condições ... afinal tinha pois eles levam tudo, até arrancam as instalações eléctricas, divisórias, tectos, etc

Já no ano passado essa administração, à frente da qual está Isabel Paixão, uma não médica e sem curso de administração hospitalar, tentou destruir um Arquivo histórico valiosíssimo com mais de 150 anos, e que só após denúncia escrita junto da Inspeção da Torre do Tombo levou à intervenção desta entidade e impediu a destruição. Mas não a dispersão dos arquivos por caves do Julio de Matos com janelas,absolutamente sem segurança, e à espera de melhor oportunidade para "desaparecerem"

É preciso libertar o H Júlio de Matos dessa gente, que mantem 80% dos doentes ENCLAUSURADOS nas enfermarias, com um pequeno espaço tipo galinheiro para apanharem ar ...

Um verdadeiro Asilo, sem médicos internistas para acudir aos doentes, chamam o 112 ...enfermarias sem alarme contra incêndios ... e onde os doentes são obrigados a trabalhar (claro, voluntariamente ...)em oficinas de mobiliário ou na produção de tapetes, como há 80 anos.

Terapia pela Arte ? Só para meia dúzia de doentes externos, para propaganga junto dos jornais ...

Coleção de pintura de doentes , nada, pequeno Museu numa apertada cave, mas obras de arromba no Auditório, para mostrar ... e mostram só o que querem ...

Qual o resultado do inquérito aos doentes transferidos para Arrouquelas ende dormiam a monte pelo chão, 100 doentes para 30 camas ... fechada pela IGAC ???



A Administração do J Matos é IMPUNE

Anónimo disse...

É preciso notar que o MUSEU DO HOSPITAL MIGUEL BOMBARDA instalado no magnífico edifício circular panóptico continua aberto aos sábados das 14 às 18h e às quartas das 11 às 13 h

Devem ter medo de o fechar. Visita-o, é inesquecível

Podem também consultar sobre o Museu o Site da Associação de Arte Outsider

Anónimo disse...

Sobre este tema há muita coisa a ser escrita:

http://alucidezquetarda.wordpress.com/

PB