18/02/2012

Carris suprime quatro carreiras, altera 23 e garante que "ninguém" fica sem alternativa


Os cortes mais drásticos que chegaram a ser equacionados pelo grupo de trabalho nomeado pelo Governo e pela Carris, e que incluíam a supressão de 23 ou de 16 carreiras da empresa, não vão concretizar-se. Afinal, são quatro as carreiras com fim anunciado, a partir de Março, e 23 as que terão alterações de percurso, período de funcionamento ou frequência.




Por Inês Boaventura in Público

As modificações entram em vigor a 3 de Março e vão traduzir-se na libertação de "cerca de 100" motoristas. A transportadora diz que esse valor será alcançado com "saídas voluntárias"


Com estas alterações na sua rede, a transportadora prevê poupar anualmente quatro milhões de euros. Segundo o director da Unidade de Controlo Operacional e Planeamento de Rede da Carris está em causa uma redução da oferta de 5,4%, que se traduzirá na libertação de "cerca de 100" motoristas. Ainda assim, José Maia diz que não haverá despedimentos, porque esse número "está praticamente coberto com saídas voluntárias de pessoas que já manifestaram a intenção de abandonar a empresa".
O plano de alterações na rede, que entra em vigor no sábado dia 3 de Março, foi apresentado ontem e pode ser consultado na página da transportadora na Internet. De acordo com o director da Unidade de Controlo Operacional e Planeamento de Rede, trata-se de "um conjunto de ajustamentos, de racionalizações da oferta", com o objectivo de "melhorar a eficiência global e reduzir custos", dando assim resposta à imposição da troika de reduzir a dependência do Estado.
No total, serão 27 as carreiras com modificações, algumas das quais com mais do que uma: quatro são suprimidas (10, 777, 790 e 203), seis deixam de funcionar em períodos específicos como fins-de-semana, feriados ou à noite (108, 701, 709, 714, 756 e 793), três têm uma redução de frequência (49, 76 e 724), três têm uma redução do período de funcionamento (70, 76 e 729), cinco têm percursos alterados (31, 108, 703, 717 e 794), duas têm percursos prolongados (74 e 760) e 11 sofrem encurtamentos de trajecto (12, 70, 701, 703, 706, 709, 723, 732, 794, 797 e o eléctrico 18).
"Destas alterações não resulta uma quebra significativa da acessibilidade dos cidadãos aos transportes públicos. Ninguém fica privado de transportes públicos", garantiu José Maia, acrescentando que foi propósito da Carris "manter os padrões de qualidade do seu serviço".
Ainda assim, o director da Unidade de Controlo Operacional e Planeamento de Rede admite que haverá quem tenha de fazer mais transbordos ou passar a complementar o uso de autocarros e eléctricos com viagens no Metropolitano de Lisboa. "Não tenho números de quantas pessoas serão penalizadas, mas o impacto das alterações será muito, muito reduzido", defendeu este responsável.
Quanto à hipótese que chegou a ser estudada de serem suprimidas 23 ou 16 carreiras, José Maia diz que "não passavam de cenários, que levantaram algum alarmismo infundado". Este dirigente acredita que a solução que vai afinal concretizar-se, e à qual se chegou depois de negociações com a Junta Metropolitana de Lisboa, com as autarquias e com o secretário de Estado dos Transportes e de protestos de vários grupos de cidadãos e presidentes de juntas de freguesia, "é equilibrada".
A partir de 20 de Fevereiro estará em funcionamento uma linha telefónica (com o número 808201777) para dar informações sobre as alterações na rede e alternativas existentes.

2 comentários:

Anónimo disse...

O encurtamento do eléctrico 18 é uma vergonha que esta CML ,se tvesse tomates, nunca devia permitir.Andamos sempre ao contrário.

Johannes Bouchain disse...

"encurtamento do eléctrico 1" - o que significa exatamente? De onde para onde circulará?