16/12/2011

O Geomonumento da Rua Fialho de Almeida está a ser limpo e desmatado!


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«Um Óptimo Presente de Natal! Obrigado CML!


O Geomonumento da Rua Fialho de Almeida está a ser limpo e desmatado!

Em 1998 o Museu de História Natural assinou um protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa para criar uma rede de geomonumentos da cidade. A Câmara assumia a obrigatoriedade de os musealizar, de os preservar, de os valorizar e de os manter. O Museu, ao abrigo desse mesmo protocolo, era a entidade científica com capacidade de fazer tirar deles o proveito pedagógico e cultural que eles encerram (1).

No Bairro Azul foi identificado um, no final da Rua Fialho de Almeida, junto ao edifício dos Serviços de Assistência Médico Social (SAMS) do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas. É o quinto da Lista Oficial dos 11 Geomonumentos de Lisboa, segundo o Estudo do Museu de História Natural aceite pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) e é descrito como um “manto Basáltico do Cretáceo Superior, com 71 milhões de anos”.(2)

Este terreno, que dá suporte ao muro dos Jardins do Palacete Mendonça (Universidade Nova de Lisboa) permanecia, há anos, abandonado, cheio de vegetação infestante e transformado em lixeira sendo frequentes os desprendimentos de terras, pedras e lama.

Desde 1998 que os Moradores do Bairro Azul vinham solicitando à CML que desse andamento ao projecto, começando, desde logo, pela limpeza, desmatação e contenção das terras (eventualmente com rede metálica) e iluminando e identificando o geomonumento, com uma breve explicação em Português e Inglês, tendo em conta a proximidade da Escola Marquesa de Alorna e as centenas de peões que passam diariamente por este local, designadamente turistas.

A Comissão de Moradores ofereceu à CML, em 2008, um trabalho realizado por um gabinete de arquitectura de moradores do Bairro Azul (3) com algumas ideias para a preservação e valorização deste local, designadamente: a possibilidade de se fazer uma ligação ao Corredor Verde que integra os Jardins do Palacete Mendonça - criando um acesso pedonal directo, cómodo e rápido ao Palácio da Justiça, Penitenciária, etc. , a instalação de um pequeno Centro de Interpretação e a redescoberta do antigo caminho que dava acesso às grutas, um dos “locais secretos” das crianças do Bairro, parcialmente destruído pela construção do edifício dos SAMS (inicialmente Clínica Dr. Idálio de Oliveira).

Mais de uma década passada desde os nossos primeiros alertas, a Câmara Municipal de Lisboa está a intervir neste terreno, limpando e desmatando. Espera-se agora que, num futuro próximo, ele possa ser preservado, valorizado e mantido, tornando-se um ponto de interesse cultural e turístico e um factor de diferenciação e de valorização do Bairro Azul e da cidade.

Comissão de Moradores do Bairro Azul

(1) Entrevista a Prof. Galopim de Carvalho em: http://www.osverdes.pt/contactov.asp?edt=18&art=195
(2) http://geologia.fc.ul.pt/PosGrad/EstudosCaso0708/ManuelCabral_Apresentacao1.pdf
(3) Trabalho oferecido pelo atelier de arquitectura Scriptorium Arquitectos (http://www.scriptorium-arq.com/) à Comissão de Moradores do Bairro Azul»

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