30/08/2011

Inspecção aos pilares da Ponte 25 de Abril detecta danos nas sapatas


In Sol Online (30/8/2011)


«A Estradas de Portugal (EP) adiantou à agência Lusa que vai avançar com um projecto de conservação das sapatas da Ponte 25 de Abril, depois de a inspecção subaquática terminada em Abril ter detectado «alguma corrosão» daquelas estruturas.
A EP começou em Fevereiro uma inspecção subaquática à parte emersa das fundações da Ponte 25 de Abril, uma operação desenvolvida para garantir que não há fissuras nas estruturas de betão e que não era feita, com esta profundidade, desde as obras que colocaram o comboio na ponte e que alargaram a plataforma de rodagem.

Em declarações à agência Lusa, o director de Construção e Manutenção da EP, Carlos Santinho Horta, disse que a inspecção concluiu que «há alguma corrosão provocada na zona emersa da sapata», um dano «provocado provavelmente na altura da construção» da ponte, há 45 anos.

«A construção foi feita com batelões que devem ter andado a tocar nas paredes do pilar. Há ali alguns toques e algum dano superficial. Não se reparou ou ninguém se preocupou, porque estamos a falar de uma sapata de uma dimensão de 40 metros, por isso a corrosão não é significativa. Mas para a protecção da estrutura vamos fazer a reparação das sapatas», avançou.

A Estradas de Portugal vai «aproveitar» as obras de conservação da Ponte 25 de Abril, que começaram em 2010 e que têm conclusão prevista para o segundo trimestre do próximo ano, para reparar estes danos.

Carlos Santinho Horta espera que a intervenção tenha início em setembro e estima que dure cerca de dois meses e meio. O investimento ronda os 300 mil euros.

O objectivo desta obra é «proteger» as sapatas da ponte: «O caso não é grave, mas as coisas quando não são reparadas evoluem. Por isso a intervenção não é de dar mais resistência mas de conservar, de dar mais durabilidade à ponte, para evitar a progressão da degradação. O betão podia começar a descascar», disse o responsável da manutenção.

Carlos Santinho Horta admitiu ainda que «é mais barato fazer agora do que daqui a dez anos, porque só em dez anos é que ia progredir o processo [de degradação]. A evolução dramática [dos danos], pode causar, apesar de não ser expectável, desagregação ou uma fissura maior, mas está longe disso».

«Esta intervenção deixa-nos descansados», confessou.

A intervenção vai consistir em «limpar a superfície das duas sapatas, criar uma aderência especial e aplicar produtos à base de cimento» para repor o material levado pela corrosão.

O relatório da inspecção subaquática concluiu ainda que existe uma «ligeira erosão» no leito do Tejo nos pilares da margem sul de cerca de cinco metros, o que foi considerado «perfeitamente aceitável», já que «esses cinco metros não são significativos perante os restantes 40 metros» que estão submersos «entre lodo, seixos e areia no rio».

A inspecção subaquática notou ainda alguma «degradação natural» nas superfícies de betão, que «não tem qualquer expressão», de acordo com o director de Construção e Manutenção da EP: «É uma degradação do betão e do cimento que com a passagem da água sofre de alguma lavagem, mas não há perda da qualidade de superfície».

Nestes dois casos, a EP decidiu que «não justifica» avançar com obras, mas estas situações vão ser acompanhadas e monitorizadas.

Para Carlos Santinho Horta, a inspecção permitiu confirmar que «o comportamento da Ponte 25 de Abril é excelente perante a sua localização, num estuário de um grande rio, com um grande caudal, com grandes velocidades de escoamento. A ponte só pode dar momentos de conforto e não de preocupação».

Este trabalho de inspecção dos pilares da ponte 25 de Abril custou 76 mil euros e a EP admite que seja repetido de cinco em cinco anos.

Lusa/SOL

1 comentário:

Anónimo disse...

Em que consistirá uma inspecção subaquática à parte emersa?

E cabe na cabeça de alguém que danos provocados na altura da construção só sejam detectados 45 anos depois, ainda por cima tendo a ponte sido objecto de obras profundíssimas para nela passar o comboio?