30/06/2011

O São Carlos saiu à rua. Há festa no Largo

In I online (30/6/2011)
por Maria Espírito Santo


«Começam hoje os espectáculos gratuitos ao ar livre. Desde música clássica a dança contemporânea, até às músicas do mundo

A música nas ruas já faz parte da Baixa lisboeta: o senhor que toca saxofone na descida para os Armazéns, os grupos que se reúnem em batidas com os seus djambés, ou os cantores amadores que, com aparelhagem e microfone, mostram os seus dotes frente a Fernando Pessoa. Ah, e claro, há os concertos no Largo do Teatro São Carlos, que trazem melodias de violinos, violoncelos e pianos às noites quentes de Verão. Este ano o Festival ao Largo voltou em grande com a música clássica de sempre, convidados especiais e produções contemporâneas. Falámos com o maestro César Viana, do OPART (gestor do teatro), que nos deu um lamiré do que se vai passar, para que não perca nem pitada das noite de música.

Orquestras, coros e ópera "É uma onda mais clássica, institucional", explica César Viana. Conta com a actuação da Orquestra Gulbenkian, da Orquestra Sinfónica Portuguesa, da Orquestra Metropolitana de Lisboa e ainda do Coro do Teatro Nacional de São Carlos.

Nos dias 16 e 17 de Julho, a Orquestra Sinfónica Portuguesa será dirigida por Peter Guth, um dos artistas que se destacam na edição por ser "um verdadeiro especialista em Strauss". Este fim- -de-semana o público poderá participar e até dar um pezinho de dança. O chamado Baile Vienense decorrerá na praça que nestes dias estará livre de cadeiras. Tem vergonha porque nem no seu casamento soube inaugurar a pista de dança? Então prepare-se para agarrar a oportunidade de se fazer um especialista (talvez não tanto...). No dia anterior aos espectáculos (dia 15), pelas 18 horas, haverá uma aula para aprender a dançar valsa.

A Orquestra Sinfónica e o Coro do Teatro deverão ainda fazer noites de abertura de ópera. Isto quer dizer que não haverá uma ópera propriamente dita, com cantores, palco e cenário, mas um espectáculo com a música que a acompanha.

Novas Propostas A terceira edição do festival traz novidades para os ouvidos mais alternativos. É o Ensemble Tuva, vindo directamente da república russa de Tuva (perto da Mongólia), que traz sonoridades exóticas ao Largo de São Carlos. É uma mistura de instrumentos típicos com uma técnica de canto dos "throat singers". "São instrumentos de corda, da chamada Rota da Seda", tenta explicar César Viana, "mas o que é mesmo impressionante é a voz destes cantores - um som agudo que parece uma flauta. Das gargantas deles sai mais do que um som ao mesmo tempo".

Prepare-se ainda para uma sessão de diálogos através do piano. O instrumento ligará artistas como Mário Laginha e Bernardo Sassetti. O mesmo acontecerá com Artur Pizarro. Este será acompanhado pela sua antiga aluna Vita Panomariovaite.

Bailado "Espectáculos contemporâneos, mas que não são impenetráveis", classifica o maestro. "Uma coisa em forma de assim" é uma produção conjunta de nove coreógrafos portugueses que será acompanhada pela música de Bernardo Sassetti. O encerramento estará a cargo da coreógrafa Olga Roriz, que promete impressionar com a "Noite de Ronda".

Os espectáculos começam hoje e decorrem até ao final do mês de Julho, sempre às 22 horas. Para consultar o programa entre em em www.festivalaolargo.com»

2 comentários:

Anónimo disse...

Quanto custa ??

Claro que é pago com o nosso dinheiro este despesismo num país na bancarrota !!!!

Nem aproveita o Turismo, a maioria da assistência será da média alta portuguesa de Lisboa que pode pagar bilhete para estes espectáculos.

Que o Governo corte nas Câmaras, que os funcionários dos Açores sejam abrangidos pelos cortes, que se cancele a obra do palácio da Judiciário, começado h´um mês, que se suspenda o túnel do Marão, além de em Lisboa o mamarracho da esplanada do Siza, contra a opinião geral e a do Presidente da Associação dos Arqueólogos, etc etc

Anónimo disse...

Não custa nada! É grátis e já antes da bancarrota se realizava este espectáculo maravilhoso que o são Carlos nos oferece! Vamos dar valor às coisas boas que ainda se fazem!
Cultura a preço Zero! Vamos agradecer e usufruir!