22/02/2011

Rua do Sol à Graça em Lisboa cortada há seis meses

A circulação de veículos na Rua do Sol à Graça está interrompida há mais de seis meses, sem que a Câmara de Lisboa saiba quando é que o problema será resolvido. Moradores da zona, bem como o presidente da Junta de Freguesia da Graça, têm-se queixado repetidamente, mas continuam à espera da solução.

Desocupado e em estado de pré- ruína há uma década, o edifício de dois pisos com os números 44-48 da Rua do Sol à Graça já complicou várias vezes a vida aos moradores da parte baixa da freguesia. O trânsito, que ali se faz apenas no sentido ascendente, em direcção à Rua da Graça, foi cortado noutras ocasiões pelo mesmo motivo, garante o presidente da junta, António Afonso, mas a situação nunca se arrastou tanto tempo como agora.

O risco de desabamento da fachada levou a Protecção Civil a determinar a interrupção do trânsito a 3 de Agosto de 2010. Desde então, as grades de ferro, quase sempre caídas no chão, cortam a estreita rua em duas, a 50 metros da Rua da Graça, a principal da freguesia, onde se concentram o comércio e os transportes públicos.

Para quem circula de automóvel, a única saída passou a ser um percurso sinuoso e apertado pela Travessa da Pereira e pelo interior da Vila Berta, um complexo de habitação operária do início do século XX, classificado como imóvel de interesse público. Além de mais longa e demorada, diz António Afonso, esta solução causa transtornos aos residentes na Vila Berta e está a danificar o pavimento. Por outro lado, em caso de bloqueamento deste percurso a Rua do Sol à Graça ficará sem qualquer saída.

Na opinião de moradores ouvidos pelo PÚBLICO, a câmara tem protelado a demolição para evitar o desmoronamento dos dois prédios que se lhe seguem e que são património municipal. Um deles, que tem mais do dobro da altura (cinco pisos) ainda está habitado, enquanto o do topo da rua está devoluto e emparedado, à excepção do rés-do-chão, onde funciona um restaurante.

Contactada pelo PÚBLICO, a vereadora da Habitação, Helena Roseta, afirmou que está em "fase de lançamento" uma empreitada com o objectivo de se proceder à demolição coerciva do imóvel. Os serviços camarários afirmam que o prazo dado aos proprietários terminou em 28 de Outubro, razão pela qual, a 16 de Novembro foram iniciados os procedimentos prévios à demolição coerciva. O custo previsto é da ordem dos 46 mil euros, que serão depois facturados aos donos, pelo que - não se prevendo o ajuste directo - terá ainda de ser lançado um concurso público. Antes da demolição, a câmara terá de tomar posse administrativa do prédio, o que exige a audição prévia dos proprietários.
In Público

2 comentários:

Anónimo disse...

Fazia-se ali uma casinha tão bonita :(

Não sou lisboeta mas já moro por aqui há uns anos e doi-me tanto ver estes casos de prédios, por vezes lindíssimos, ao abandono e com apenas um destino: a demolição.

Pudera eu ter os meios e pelo menos uma casa fugia a esse triste destino. Lamento imenso a falta de visão de entidades publicas e privadas que julgam que apenas o aço e o vidro são dignos da construção civil :(

CC

Anónimo disse...

LOBO VILLA

O que aqui está em causa é mais uma vez a pura especulação imobiliária apascentada pela Autarquia que deixa relaxar e não obriga ás obras de conservação que estão na Lei.