26/11/2010

Britania eleito um dos melhores hotéis Art Déco da Europa


In Público (26/11/2010)

«O Britania, em Lisboa, foi considerado pelo jornal britânico Guardian um dos quatro melhores hotéis estilo Art Déco da Europa.

Situada na Rua de Rodrigues Sampaio (nas traseiras da Avenida da Liberdade), esta unidade foi desenhada pelo arquitecto Cassiano Branco na década de 1940. Os donos fizeram questão de manter o mobiliário original, recuperaram artesanalmente o chão de cortiça e restauraram as casas de banho e as paredes em mármore, os lustres e as portas com óculos de vidro. Inaugurado em tempo de guerra, aqui se cruzaram diplomatas e espiões, gente da alta finança e artistas. "Palco de muitas noites brancas, escândalos e conspirações, ficaram célebres, na pacata Lisboa dos anos 40, as festas e as requintadas ceias servidas de madrugada nos terraços", descreve uma nota informativa do hotel, famoso também pelas "noites sem fim dos campeonatos de brídge em que se perdiam fortunas".

Casada desde 1950 com o gerente do hotel, Natália Correia também contribuiu para o ambiente boémio do Britania, que no início se chamava Hotel do Império. Foi aqui que a poeta escreveu, já nos anos 70, a peça de teatro O Encoberto, a primeira a ser encenada no Teatro Maria Matos após o 25 de Abril de 1974. Quem o recorda é um dos responsáveis do grupo Heritage, ao qual pertence o hotel, Luís Alves de Sousa, que explica que não é a primeira vez que o edifício é distinguido a nível internacional. "Em Portugal é que realmente o reconhecimento tem sido pouco", admite. "Pedimos há uns meses para o imóvel ser classificado como imóvel de interesse municipal." Uma noite em quarto duplo custa entre 130 e 215 euros. O Hotel Martinez, em Cannes, o Burgh Island, em Devon, Inglaterra, e o Art Deco Imperial em Praga são os outros hotéis escolhidos pelo Guardian. A.H.»

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Tal qual o nosso Júlio Amorim tinha anunciado em primeira mão, trata-se de um merecidíssimo prémio; só falta é conseguir-se repor a porta principal tal qual o desenho o original de Cassiano, que vai ser difícil...

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Fomos entretanto esclarecidos por mão amiga que a porta actual é a reprodução da original: «...a porta que lá está foi feita por nós com base no desenho de pormenor do Cassiano que está na parede da recepção. Deu-nos imenso gozo porque aquela porta nunca tinha sido construída. E deu também um trabalho medonho porque é em ferro e muito pesada e por isso as dobradiças, molas, etc. tiveram que ser reforçadas e especiais...»

E pronto, correcção feita.

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