11/10/2010

CP estuda mercado na linha de Sintra a pensar na quadruplicação em 2011

Resultados definirão o que é que a transportadora vai fazer para tirar partido de uma maior capacidade daquela linha ferroviária


A CP Lisboa vai realizar um estudo de mercado aos passageiros da Linha de Sintra e a potenciais clientes desse eixo a fim de preparar uma nova oferta para quando estiverem concluídas as obras de quadruplicação entre Monte Abraão e o Cacém.


O estudo vai tentar perceber os pontos fortes e os pontos fracos do actual serviço junto dos seus clientes, mas também irá medir o mercado potencial, isto é, as pessoas que hoje não usam a Linha de Sintra, mas que poderão vir a fazê-lo. Esse trabalho foi adjudicado por 130 mil euros à TIS.PT - Consultores em Transportes, Inovação e Sistemas, SA, liderada pelo investigador José Manuel Viegas, após um convite a cinco empresas do ramo.


As conclusões deverão estar prontas no primeiro trimestre de 2011 por forma a que a CP possa preparar um novo horário, no segundo semestre desse ano, contemplando já as melhorias no troço que está a ser quadruplicado. Entre outras coisas, pretende-se saber se os passageiros privilegiam a rapidez nos suburbanos ou se preferem que estes sejam mais frequentes, ainda que um pouco mais lentos.


A CP Lisboa já teve comboios rápidos entre Sintra e o Rossio, que terminaram quando o túnel encerrou para obras. E também já houve comboios de Sintra para a linha da Cintura, o que hoje não acontece, tendo os passageiros que desejem seguir para Entrecampos ou Oriente de mudar de comboio.


Só após conhecer as preferências do público é que a transportadora vai ver o que poderá fazer para tirar partido da quadruplicação da linha, embora isso dependa ainda das especificações técnicas impostas pela Refer, que ali tem em curso um investimento de 45,5 milhões de euros. Uma linha quadruplicada permite um aumento da oferta, embora neste caso esta seja relativa, pois não haverá aumento da frota de comboios. Com o material que tem, a CP poderá reduzir tempos de percurso ou aumentar a frequência.


Para a CP Lisboa, além da quadruplicação da Linha de Sintra, o maior desafio é agora gerir nos próximos anos a linha de Cascais, que tem a frota mais obsoleta daquela unidade de negócios.


Como não avançou o concurso para a compra de material circulante para aquela linha (ver PÚBLICO de 27/9/2010), as automotoras actuais terão de ir mais vezes à oficina, sendo expectável, a médio prazo, uma redução da fiabilidade do material. Isto é: a segurança não estará posta em causa, mas são prováveis atrasos e supressões de comboios.


Linha do Sado a crescer


A electrificação da linha entre o Barreiro e Pinhal Novo, inaugurada por José Sócrates em Dezembro de 2008, e a introdução de comboios eléctricos em substituição das velhas automotoras a diesel levaram ao aumento do número de passageiros transportados na linha do Sado (Barreiro-Setúbal) nos últimos dois anos.


Em 2008 a CP transportou naquele eixo 2,9 milhões de passageiros, valor que subiu para 3,2 milhões em 2009. Desde Março a oferta foi reforçada com comboios de meia em meia hora ao longo de todo o dia (e não só às horas de ponta como antes acontecia). Isso levou a um aumento imediato da procura, pois no primeiro semestre de 2010 viajaram naquela linha 1,7 milhões de pessoas, contra 1,5 no período homólogo no ano anterior.
In Público (via Skyscrapercity)

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