17/09/2010

Onze candidatos para a direcção do S. Luiz

In Público (17/9/2010)
Por Tiago Bartolomeu Costa

«Encenadores como Jorge Silva Melo, André Gago ou João Garcia Miguel e programadores como Aida Tavares e Giacomo Sacalisi estão entre os pretendentes ao cargo


Acto inédito na história dos teatros em Portugal: com a saída de Jorge Salavisa, depois de dez anos à frente do São Luiz, em Lisboa, a EGEAC (Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural), que tutela este equipamento municipal, decidiu abrir um concurso público para encontrar novo director artístico e, apesar de apenas dia 22 ser oficialmente anunciada a lista de candidatos ao cargo, esta está concluída.

Onze candidatos entre nomes mais e menos conhecidos, figuras cujo percurso tem passado pela direcção de teatros, como os programadores Aida Tavares (actual directora) e Giacomo Scalisi (ex-programador de teatro no Centro Cultural de Belém), os encenadores Jorge Silva Melo (director dos Artistas Unidos e fundador do projecto A Capital, no Bairro Alto, fechado em 2000), André Gago, Carlos Pimenta, João Garcia Miguel (este actualmente à frente do Teatro Municipal de Torres Vedras), José Luís Ferreira (à frente das relações internacionais do Teatro Nacional S. João) ou Pedro Fernandes (à frente do Cine-teatro de Estarreja). Ainda ligados à produção e gestão cultural estão os nomes de Ana Coelho (ligada à Artemrede, uma estrutura de produção que actua nos teatros da região de Lisboa e Vale do Tejo), Alexandra Maurício (responsável pela produtora de eventos Décima Colina) e José Vieira Mendes (jornalista e programador de cinema).

Os nomes resultam de uma lista inicial de 17 à qual o júri, constituído por Ana Marin, António Pinto Ribeiro, Emmanuel Demarcy-Mota, Pedro Burmester e presidido por Francisco Motta Veiga, director municipal de Cultura da Câmara de Lisboa, chegou depois de eliminadas as candidaturas que não reuniam as condições formais e processuais.

Sem data para anúncio do novo director (a entrar em funções em Janeiro), os candidatos contactados pelo PÚBLICO escusaram-se a comentar o programa que apresentarão, defendendo ser ainda cedo. Saúdam, contudo, unanimemente a decisão de abertura do concurso. André Gago diz que "é uma evolução notável" e João Garcia Miguel que "é um gesto social e político que importa ter em conta". Já Alexandra Maurício sublinha a "diversidade dos candidatos que se apresentaram", mas não deixa de afirmar que "pela lista de comentários [do júri] sobre cada candidatura, [nota] que há claramente uma intenção de atribuir o lugar a uma pessoa".

Jorge Silva Melo, tal como os restantes candidatos ouvidos, congratula-se por ter passado à fase seguinte. "Estou a uma mesa de madeira e estou a bater na madeira", acrescentou o encenador, actualmente com Hedda, em cena no S. Luiz. Não foi possível entrar em contacto com Ana Coelho e José Vieira Mendes até ao fecho da edição. comAna Dias Cordeiro»

1 comentário:

Anónimo disse...

O que eu gosteria de saber é QUANTO CUSTA por ano a actividade do S.Luís.

Aliás uma sala de programação VULGAR, sempre ligada aos meios e artistas do costume, também geramente BEM ALIMENTADOS pelo Poder.