15/09/2010

Câmara de Lisboa embargou obra ilegal no edifício da Drogaria Oliveirense

In Público (15/9/2010)

«Imóvel aguarda classificação e tem uma imagem Arte Nova que data dos primeiros anos do século XX. Junta da Lapa defende punição "exemplar"

A Câmara de Lisboa embargou ontem uma obra ilegal no edifício da Drogaria Oliveirense, na Lapa, um prédio do século XIX que aguarda há dois anos a classificação como imóvel de interesse municipal.

Segundo fonte da autarquia citada pela Lusa, a decisão foi tomada pela vereadora da Habitação, Helena Roseta, que esta semana é a presidente em exercício, dada a ausência de António Costa e do vice-presidente Manuel Salgado, actualmente na China em representação da autarquia.

O alerta sobre as "obras de demolição", feitas sem qualquer licenciamento, foi dado na semana passada pelo presidente da Junta de Freguesia da Lapa, João Nuno Ferro.

Ontem, o autarca informou o gabinete de Helena Roseta de que foi retirado de manhã um contentor que estava em frente à obra, mas que chegou a ser fotografado pela Polícia Municipal na última sexta-feira, na sequência da queixa.

Segundo fonte da câmara municipal, "não se conseguiu falar com o proprietário" do imóvel, localizado na Rua da Lapa e integrado, em 2008, numa proposta aprovada pelo executivo que dava início à inclusão de várias lojas no inventário municipal de património ou na lista dos imóveis de interesse concelhio e/ou interesse público.

A proposta referia que o prédio actual resulta de uma reconstrução aprovada em 1893 e que, ainda em 1895, aparece uma referência ao funcionamento de uma drogaria.

"A actual imagem Arte Nova data dos primeiros anos do século XX. É uma loja com interiores absolutamente fantásticos", frisa a proposta. Devido a estas características, o presidente da junta defende que se deve "evitar mais destruição e punir exemplarmente os responsáveis por este atentado ao património da cidade".»




Foto: FJ

4 comentários:

Anónimo disse...

A pergunta agora é só uma: desta punição vai resultar a total reparação dos danos ou paga-se umas coisitas aqui e depois tudo segue na paz dos deuses com a loja estropiada? E claro, qual o tempo para a reparação efectiva!

Anónimo disse...

Hummmm...
O mal está feito. A recuperação vai ser "tecnicamente impossível" e pronto, venha mais uma loja de produtos asiáticos.
E porque não uma multa à CML por não ter feito os trabalhos de casa e deixar isto tudo acontecer?
Por não ter atempadamente classificado o local ?

Julio Amorim disse...

O comentador das 3:14 tem um ponto....ou dois:

Porque uns interiores desta qualidade deviam de estar protegidos HÁ MUITO e, dentro de uma sociedade que demarca-se bem clarinho que, quem tentar destruir aqui algo....vai entrar em problemas graves.

É mais um exemplo "à la Rua de Alcolena"! Coisas que deviam ser absolutamente impossíveis de acontecer....

Para os palermas que eventualmente aqui destruíram algo....os meus sinceros votos para que se lixem....e bem!

Anónimo disse...

Não há recuperações tecnicamente impossíveis e sei-o desde que visitei a Russia e vi como eles reconstruiram palácio inteiros depois de quase destruidos por bombas na II Guerra Mundial.
É caro? Sim, suponho que deve ser mas assim há uma verdadeira punição por destruição de património que devia ser um crime punível e punido há muito tempo!