30/06/2010

São Sebastião da Pedreira exige reabilitação das ruas afectadas por obras do metro

A freguesia de São Sebastião da Pedreira, em Lisboa, está inconformada com o atraso, já de 10 meses, da reabilitação das ruas afetadas pelas obras de prolongamento do metro, alegando que o “caos” provocado é “impossível de sustentar”.

Em declarações à Lusa, o presidente da junta, Nelson Antunes (PSD), contestou o facto de as intervenções na zona não terem sequer começado, apesar de a construção das estações Saldanha II e São Sebastião II e de a ligação das linhas vermelha e amarela terem sido concluídas em agosto do ano passado.

Entretanto, continua a haver barreiras em “jerseys” de cimento, áreas interditas ao trânsito, vias esburacadas, estacionamento vedado ou amontoado e carros impossibilitados de sair das garagens, sendo que as poucas soluções aplicadas são apenas temporárias.

O espaço entre a Avenida Marquês de Tomar e a Rua Marquês de Sá da Bandeira é o mais afetado.

Em causa está, segundo o autarca, uma “falta de coordenação” e de conjugação de esforços entre o Metro de Lisboa, responsável pelas obras, e a câmara, a quem cabe definir as características da intervenção.

“As negociações deviam ter sido um ano antes de terminarem na parte subterrânea, para começar assim que acabassem a nova ligação do metro. Já tive um projeto na mão, dado pelo Metro, mas com a mudança de vereador da Mobilidade [com as eleições de outubro] parece que está a ser repensado, a própria câmara não se entende”, afirmou Nelson Antunes.

O presidente da junta considera que a autarquia “não se preocupa porque é outro a pagar” e, por outro lado, questiona se o Metro terá verbas para avançar com as obras, tendo em conta o seu endividamento.

Para tentar inverter a situação, o responsável levou na terça feira à assembleia municipal uma moção que repudia os atrasos e solicita o “plano de pormenor das obras a realizar” e as opções rodoviárias e de estacionamento.

O documento, aprovado com os votos favoráveis de toda a oposição (PSD, PCP, CDS, BE, PEV, MPT e PPM) e os votos contra do PS e dos independentes eleitos na lista do partido, exige que a câmara reponha a circulação na Avenida Duque D’Ávila “até que os projetos definitivos sejam aprovados” e que a reabilitação tenha início.

No entanto, a junta de freguesia não teve ainda nenhum sinal de que as reivindicações vão ser atendidas e mostra-se reticente: “Existe sempre da parte da câmara um autismo muito grande”
In IOnline
A solução planeada para a Deque D'Avila era muito interessante, será uma pena se após toda esta procrastinação acabar por não sair do papel

15 comentários:

Paulo Lopes disse...

A solução apresentada pela CML, leia-se Sá Fernandes, só pode ser interessante no papel.
Quem é que vai subir a Marquês da Fronteira e a Rovisco Pais de bicicleta?
E onde é que vão os moradores da Duque de Ávila estacionar? Este projecto elimina centenas de lugares de estacionamento à superfície.
E a circulação de transportes públicos, que actualmente congestionam a João Crisóstomo e a Miguel Bombarda?
Não há razão nenhuma para tornar a Duque de Ávila com circulação apenas num sentido.
Reponha-se aquilo que existia antes das obras. A Duque de Ávila como uma via prioritária para transportes públicos.
Sendo a Freguesia de Nossa Senhora de Fátima a mais sacrificada em todo este processo, é significativo o silencio da Sra Presidente de Junta sobre esta matéria.
Amanhã, sexta-feira dia 2 vai realizar-se uma reunião nos Paços do Concelho pelas 18.00h sobre este assunto.
A reunião é aberta à população, pelo que a presença do público é imprescindível, não só para ouvirmos as explicações da CMl, mas principalmente para podermos expor à CML as razões do nosso descontentamento com este imbróglio que se arrasta à já tempo de mais.
Parabéns ao Presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião de Pedreira, Nelson Antunes, sempre atento ao que se passa na área da sua Freguesia e sempre na primeira linha na defesa dos seus moradores e da cidade de Lisboa. Pena é que outros(as) não lhe sigam o exemplo.

Nuno disse...

"Quem é que vai subir a Marquês da Fronteira e a Rovisco Pais de bicicleta?"
Qualquer pessoa que se desloque de bicicleta cumprindo as regras do código da estrada e que não tenha nenhum tipo de deficiência física nem mental...
Mas você mora nessa zona e fica satisfeito com a lataria toda que tem à porta e com o barulho e poluição?
Os carros dos moradores, mas não existem parques subterrâneos? Porque é que eu que também moro na zona não posso andar livremente nos passeios e tenho que levar com objectos privados atravessados por todo o lado, que não permitem que haja esplanadas, lojas e locais de fruição públicos!!
Basta desta privatização vergonhosa da nossa cidade aos automobilistas - pessoas e peões somos todos automobilistas são só alguns, acorde para a vida Paulo, faça uma viagem ao estrangeiro às cidades com melhor qualidade de vida e veja se lá há tanto automóvel na via pública como cá...

Anónimo disse...

Aplaudo o Nuno! E lá estarei a defender os interesses de peões e ciclistas nessa tal reunião!

Xico disse...

Com esplanadas nos passeios ia ter tantos obstaculos como com carros!!!

Unknown disse...

Caro Paulo, papeis é que não interessam a ninguém!
Quando implementada permitirá criar um corredor com excelentes condições para a deslocação pedonal entre o Saldanha e S. Sebastião cruzando por exemplo com a Av. Conde Valbom. A questão da ciclovia é inclusivamente a menos conseguida pois segundo me pareceu vai-se localizar sobre o passeio o que é sempre um mau princípio pois transmite a ideia de que a bicicleta se deve deslocar sobre o passeio. Essa eliminação não é mais que a correcção do número excessivamente elevado de lugares de estacionamento disponíveis em pleno centro de Lisboa.

Paulo Lopes disse...

Nuno, as cidades a que se refere são certamente cidades planas como por exemplo Roterdão e não o caso da nossa.
Concordo consigo, no que se trata de encontrar soluções que permitam retirar carros estacionados das ruas e aumentar as zonas para peões e porque não para as bicicletas, contra as quais nada tenho. Aliás está prevista, não se sabe é para quando, a construção de um estacionamento subterrâneo no cimo da João Crisóstomo. Agora estes estacionamentos têm que ter tarifas nocturnas especiais para residentes, pois caso contrário nada resolvem.
Agora isso não pode ser feito à custa daqueles que já moravam antes naquela zona. Se os moradores da Duque de Ávila são sem dúvida os mais sacrificados nestes últimos anos, não deixa de ser verdade que avenidas como a João Crisóstomo e Miguel Bombarda entre outras, foram altamente lesadas com o encerramento da Duque de Ávila, com o brutal aumento de trafego e de estacionamento que se verifica actualmente nessas avenidas.
Pode-se perfeitamente reduzir as faixas de rodagem na Duque de Ávila, permitindo a circulação de bicicletas e sacrificando alguns lugares de estacionamento. Agora o que não é possível é sacrificar toda a população da zona em beneficio de alguns.
E apenas vejo aqui referida a questão das ciclovias. Mas é bom que não se esqueçam que o projecto comtempla profundas alterações à circulação viária entre a Alameda e Campolide, que vão de certeza pior ainda mais aquilo que já hoje podemos observar.
Tem que haver bom senso e ouvir todas as partes interessadas. E nessas estão de certeza os moradores e as Juntas de Freguesias abrangidas pelo plano.
E tenho a certeza que não haverá morador que não concorde com a redução de automoveis na sua rua nem com o aumento ou criação de zonas de lazer. Agora com aquilo que a CMl propôs é que de certeza nenhum morador concordará.

HOPE STAR disse...

Uma coisa são projectos de secretária outra coisa é ir directamente aos Presidentes de Juntas de Freguesia afectados por esta "anormalidade projectista".
Tal não aconteceu, mas o mais grave para a Freguesia de Nossa Sra de Fátima é que a sua Presidente não tomou iniciativas concretas nas Assembleias Casmarárias ou outras atitudes. Tal não aconteceu com S.Seb. Pedreira que tem batalhado pela defesa dos seus fregueses. O projecto é aberrante, a funcionalidade muito duvidosa e por ultimo condenável o imobilismo e mesmo critinice da logistica e estratégia da Presidente do Executivo da Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima.

Paulo Vieira disse...

É incrível que as autoridades estejam a planear fazer dessa zona um lugar mais agradável para se viver e os moradores prefiram que as coisas continuem na mesma (leia-se: ter o carro à porta, seja de que maneira for).

Custa assim tanto andar 5 minutos a pé? As claras melhorias resultantes destas mudanças não compensarão as desvantagens? Não ficará a cidade, como um todo, a ganhar? Quem me dera ter casa nessa zona.

Amigos, dêem um saltinho um pouco mais à frente, à R. Morais Soares, para verem um exemplo nojento do que é viver em Lisboa. Quatro faixas para os automóveis, mais duas para estacionamento, e um mini-passeio onde só cabem duas pessoas lado a lado. Fumo de escapes e barulho de motores com fartura o dia todo. Isto numa zona "viva", com grande densidade de comércio tradicional, lojas de rua, cafés, etc. Senhores da CML, façam o mesmo nesta rua por favor!

PS: obviamente que eu moro na Morais Soares.

Nuno disse...

Xico, eu não preciso de andar de bicicleta em cima de passeios e nem mesmo em ciclovias. Aplaudo que as façam para que quem começa a andar de bicicleta como meio de transporte o possa fazer sem medo de automobilistas desrespeitadores da lei. Eu ando na estrada com o meu veículo, que por acaso é uma bicicleta, e com a qual cumpro sempre as regras do código da estrada. Passeios largos, esplanadas e lojas que se vêm sem ser entre os vidros e a lata dos carros para mim aplaudo sempre, não estão a concorrer com o espaço natural da bicicleta. Quem anda de bicicleta repara no espaço público porque vai a uma velocidade humana que permite a atenção e interacção com os outros seres humanos e o meio envolvente, e juntamente com os peões, são esses os clientes do comércio de rua e quem dá vida às ruas e à cidade.
Não é quem sai de casa e mete-se no carro estacionado à porta que vai ao comércio de rua nem são essas pessoas que darão vida e segurança às ruas. Temos que promover comunidades de pessoas, não amontoados de objectos particulares sem vida!!
Uma rua com qualidade é uma rua em que podem dizer aos vossos filhos para ir brincar com os vizinhos e não ficarem com medo que sejam atropelados, e com esse medo os porem isolados do mundo real a ver tv e a jogar jogos de video em frente a um ecrã...

Nuno disse...

Caro Paulo Lopes,
Quando diz que os meus exemplos são de cidades planas eu digo-lhe que os meus exemplos sãod e cidades com um clima extremamente frio e com imensa chuva e neve. Digo.lhe ainda que em três anos tenho mais de 7000 kms feitos em Portugal e no estrangeiro de bicicleta, usando-a como meio de transporte e não como brinquedo ou desporto... Todos os dias atravesso a cidade desde Sete Rios até quase ao Terreiro do Paço, sem problemas que não sejam o excesso de automóveis, ruído, poluição e falta de humanismo e respeito de alguns automobilistas.
Viver a cidade é atravessá-la a um ritmo humano, interagir com quem nela está, apreciar a sua beleza e tomar nota dos seus defeitos para poder ajudar a melhorá-la.
Ao andar a pé e de bicicleta conseguimos fazer isso e é algo que lamento profundamente que muitos dos outros habitantes de Lisboa abdiquem tão levianamente e de forma tão egoísta de fazer.
Como diz um célebre autocolante contra o estacionamento abusivo, não olhe só para o seu umbigo!! A cidade é de todos e o seu espaço é para ser repartido por todos da forma mais equitativa e justa possível, e repartida por pessoas, não pelos objectos que elas de forma egoista depositam na via pública. Nas cidades que menciono como exemplos não vi só terreno plano mas o que vi em todas foi muito menos estacionamento à superfície e espaço dedicado a automóveis do que cá!!

Anónimo disse...

Como morador da Duque de Ávila, anseio pelo desaparecimento da selvajeria instalada. Obras da Epal incluídas. Quero um passeio largo (como prometido) para melhor poder aproveitar o bairro. Quero a ciclovia para poder ir para o trabalho de bicicleta (um luxo). O que eu não quero é os carros em cima do meu passeio.

Xico disse...

Achas que a R. Morais Soares tem pouco trafego para se reduzir a uma faixa de rodagem em cada sentido?!! Um conselho: Volta para o Brasil!

Paulo Vieira disse...

Caro Xico (já agora, que tal as pessoas identificarem-se?),

Primeiro, tenho de dizer que o tom xenófobo do teu último comentário mostra que apesar seres um xico, não és lá muito esperto.

Pelos teus dois comentários dá para ver que estás aqui para mandar umas postas de pescada rápidas e não para discutir as coisas com um mínimo de seriedade. De qualquer modo vou responder porque a tua ideia é infelizmente comum a muitas pessoas.

O problema do volume de trânsito no centro da cidade não se resolve com a atribuição de mais vias de trânsito. Quanto mais espaço se der aos carros, mais espaço eles vão tomar. É como tentar apagar um fogo com gasolina. Isto não é bitaite que me lembrei agora de escrever. Existem inúmeros estudos e casos concretos que mostram este fenómeno. O caso da R. Morais Soares é ainda mais evidente porque se trata de uma rua (ou de toda uma zona) com muito comércio tradicional e com pessoas a andar na rua (a andar mesmo, com as suas próprias perninhas). Pode ser uma rua barulhenta, suja e desagradável, mas acho que ninguém pode dizer que se sente inseguro nesta rua. Esta deve ser a prioridade para o centro da cidade: dar espaço às pessoas para andarem e estarem, e não dar espaço aos carros para fazer "fluir o trânsito" (o que vai trazer mais trânsito, que por sua vez volta a criar congestionamentos).

De qualquer modo, ainda nesta rua em particular (e para mostrar que o xico não sabe do que fala), das quatro vias de trânsito destinadas à circulação, na prática apenas duas são usadas. Porquê? Porque as duas vias mais afastadas estão permanentemente ocupadas com carros em segunda fila, claro está.

Xico disse...

Por isso mesmo não podem ser reduzidas. Ninguem pediu para as aumentar, apenas que fiquem como estão, porque duas delas são para descargas e paragens de autocarro e uma para circular em cada sentido.
Se queres acabar com o pouco estacionamento que ainda existe nessa avenida, então aí é que fica apenas com moradores das nacionalidades que tu gostas. Eu não gosto de xungaria, e conheço muita gente que deixou de viver nessa zona devido ao mau ambiente que por aí existe.

Xico disse...

Nuno, se andas de bicicleta pela estrada e não precisas de ciclovias para nada tal como eu (muito menos ciclovias mal paridas, tal como a maioria das que4 existem em Lisboa), para quê que queres que acabem com o estacionamento e alarguem os passeios? Nem sequer há um fluxo de peões nas avenidas novas que justifiquem passeios mais largos, mas já o estacionamento faz falta, muita até.