04/06/2010

Metro renova estações e esquece Praça de Espanha

In Diário de Notícias (4/6/2010)
Por Daniel Lam


«Obras já decorrem no Areeiro, seguindo-se depois Arroios, Anjos e Intendente. Para a Linha Azul não há intervenções previstas

O Metropolitano de Lisboa (ML) já deu início às obras no Areeiro, inseridas no plano de remodelação das estações que ainda mantêm o visual antigo, escuro e sombrio. Mas deixou fora desse plano a estação Praça de Espanha, a única da Linha Azul - liga Santa Apolónia a Amadora Este - que ainda não recebeu qualquer intervenção para melhorar profundamente a sua imagem.

Existente desde que o metropolitano foi inaugurado, em Dezembro de 1959, a estação Praça de Espanha encontra-se suja e escura. Os tectos deixaram de ser brancos e estão enegrecidos. O sistema de iluminação é antigo e muitas lâmpadas estão desligadas, tornando a estação ainda mais escura. A parte mais degradada situa-se no lado do acesso ao Instituto Português de Oncologia (IPO).

A estação Praça de Espanha precisa, no mínimo, de um refrescamento como o que foi efectuado há cerca de um ano na Avenida. Embora a intervenção efectuada tenha sido ligeira, a estação ficou a ganhar muito, com o novo mobiliário - bancos a papeleiras - e um sistema com iluminação mais intensa, que contribuiu para tornar aquele espaço menos sombrio e escuro. Os pequenos azulejos das paredes, que estavam bastante sujos, foram limpos e ficaram muito mais claros e coloridos.

No mesmo ano também foi remodelada a estação S. Sebastião, que recebeu novos painéis de azulejos e um sistema de iluminação, dando mais vida a esta estrutura subterrânea.

Tendo em conta que todas as outras estações da Linha Azul já têm intervenções artísticas, o DN perguntou à administração do ML quando será remodelada a Praça de Espanha. Mas os responsáveis da empresa pública responderam que só estão previstas obras de remodelação para a Linha Verde, que estabelece a ligação entre Cais do Sodré e Telheiras.

Explicaram que a estação Areeiro já está em obras para prolongar o cais e passar a ter capacidade para comboios de seis carruagens. Os trabalhos, que incluem a construção de um átrio a sul e a reformulação geral do revestimento, devem ficar concluídos em 2012.

As outras três estações da Linha Verde que ainda mantêm o visual antigo também vão receber obras de remodelação, embora o ML ainda desconheça quando começam os trabalhos e não consiga prever quando terminarão.

Em Arroios também será necessário prolongar os cais. Para Anjos e Intendente só está planeado o "refrescamento" das estações.»

21 comentários:

M Isabel G disse...

Há um total desfasamento da realidade:
é incompreensível que, dada a proximidade do IPO, não existam condições de acesso e mobilidade mais amigáveis.
Para já, aquilo mete tudo nojo e depois, é miserável que as estações limitrofes de hospitais não tenham cuidados especiais , visto muitos dos seus utilizadores serem utilizadores desssas instituições(doentes, visitas, etc.)
Estou convencida de que esta gente não sai dos gabinetes.
Bem lhes pagamos para isso, mas devem sentir-se "superiores" nos eus conselhos de administração e nos seus carros com motorista.

Anónimo disse...

A praça de espanha ja foi refrescada o ano passado.
foi uma remodelação simples e barata, apenas à base de pintura e pouco mais, mas é o que se pode.

enquanto tivermos estacoes com 70 metros (areeiro e arroios) , nao ha razao para fazer obras apenas por razoes esteticas.. ainda para mais com o ML a dar prejuizo todos os anos, o que interessa o aspecto das estacoes antigas?

Anónimo disse...

enganei-me, troquei a Pça de Espanha com a Avenida.

de qualquer das formas o aspecto é algo secundario. prioritário é ter as estacoes TODAS com 105 metros.

Filipe disse...

Bem dito sr Anonimo!
Aliás, todo o ML é uma máquina de sugar dinheiro, sem projectos, sem planeamento com linhas que são autenticos abortos.

mig disse...

comentário de aborto o do filipe. e que tal justificar?

Maxwell disse...

Concluimos então que o DN não tem mais nada do que fazer que andar a inventar artigos tipo 'noticia' e que DANIEL LAM não entende nada de metro ou da necessidade de definir prioridades ao dizer indirectamente que andar a pintar estações é tão importante como obras de alargamento de cais que condicionam uma linha inteira.
É de lamentar o estado do jornalismo deste jornal e de outros--

E quem 'apoia' esta não-noticia é porque claramente não sabe o transtorno que é uma linha das que mais passageiros transporta circular apenas com tres carruagens a tempo inteiro. Esperimente ir nelas em hora de ponta M Isabel G.

Filipe disse...

Consulte a rede, consulte o que poderia ter sido a rede, consulte a natural evolução dos transportes da capital e tem a justificação para o que acabei de dizer.

A rede nasceu bem. Nos últimos anos, em especial desde 1988, é que tem sido disparate atrás de disparate.

M Isabel G disse...

----Essa criatura que assinou "mig". não sou eu, naturalmente.-----

E repito:
Há um total desfasamento da realidade:
é incompreensível que, dada a proximidade do IPO, não existam condições de acesso e mobilidade mais amigáveis.
Para já, aquilo mete tudo nojo e depois, é miserável que as estações limitrofes de hospitais não tenham cuidados especiais , visto muitos dos seus utilizadores serem utilizadores desssas instituições(doentes, visitas, etc.)
Estou convencida de que esta gente não sai dos gabinetes.
Bem lhes pagamos para isso, mas devem sentir-se "superiores" nos eus conselhos de administração e nos seus carros com motorista

Maxwell disse...

Basta olhar para a ligação ao aeroporto que podia ter sido pensada ha bastante tempo e de forma eficaz. Ou da estação do Colégio militar/Luz a Benfica.

Xico disse...

Benfica necessitava de metro é verdade, mas a Pontinha e Alfornelos tambem.
O metro após o Colegio Militar/Luz ou ia para um lado ou para o outro.

A escolha feita, foi a que tecnicamente era mais simples e com menos custos. Benfica é uma zona muito sensivel por falta de espaço à superficie. Sebem que o paseio em frente à igreja é largo e daria para terem feito aí a estação logo em 1988 e depois o metro ter continuado para a Venda Nova e Centro da Amadora.

R Dias disse...

A obras de beneficiação na estação da Avenida é mais do que suficiente. Na minha opinião o que deveria ser feito mais vezes, em vez de renovações dispendiosas, com resultados duvidosos.

Acrescento ainda de que entre as estações que não foram renovadas, seria interessante, do ponto de vista da história dos transportes em Lisboa, e da história do metro em particular, preservar algumas das estações que ainda se mantêm próximas ao desenho original. Obviamente pintada e como boa iluminação.

Xico disse...

Concordo R Dias.

Anónimo disse...

O ÚNICO ERRO QUE APONTO AO PROLONGAMENTO/CRIAÇÃO DE LINHAS DO METRO NOS ULTIMOS ANOS É O FACTO DO METRO SE PODER TER ESTENDIDO PARA MUITO MAIS PARTES DENTRO DA CIDADE DE LISBOA, ANTES DE PARTIR PARA OS ARREDORES. Em 1º lugar o metro deve ser amigo da cidade.

Contundo, compreendo que essas zonas periféricas tenham mais espaço, mais habitantes e que os custos de construção possam até ser maiores..

Xico disse...

E é onde o metro faz mais falta. O metro é um transporte pesado de massas, não é para meia duzia de gatos pingados.

Xico disse...

Mas quando o Filipe referiu prolongamentos estupidos do metro referia-se ao prolongamento ao Aeroporto, em que o metro primeiro vai a Moscavide, vai fazer a forma duma ferradura. Metro na Encarnação não falta nenhuma.

E ao prolongamento da Linha Azul em que a linha vai andar aos "S" com estações de 150 em 150 metros! Reboleira, Penalva, Casas do Lago... a servir interesses imobiliários.

Maxwell disse...

O problema é que o metro em portugal se entende como transporte urbano o que nos outros paises não o é. Enquanto em cidades como Paris, NYC ou Londres o metro serve como meio de transporte suburbano para ligar areas suburbanas entre si, PASSANDO pela cidade principal, em portugal entende-se que o metro é um substituto do autocarro urbano ou do eléctrico. Este pensamento (não só mas também) foi o que levou ao pessimo planeamento da rede e, em ultima instancia à falência da empresa.

Xico disse...

Lisboa tem comboios a fazer serviço suburbano. Mas para as zonas onde não há comboio tem sido o metro e bem a fazer esse papel.

Concordo que essas zonas do centro de Lisboa que não têm metro, tambem não têm falta dele. O volume de passageiros não justifica. Há meios de transporte mais leves e mais adequados a essas zonas.
Há zonas bastante sensiveis de Lisboa que têm metro e não o deveriam ter tido, mas como isso é uma mina de ouro para lobbies esses prolongamentos vão-se fazendo.

Maxwell disse...

Sim, os suburbanos da CP fazem um bom trabalho mas não cobrem toda a area. Tens o exemplo (mais que batido) de Loures onde o metro so chega ao limite do concelho. E sim, estamos de acordo: há zonas de lisboa onde o metro não faz falta e que pode ser melhor servido pela carris. Mas todos aqui sabemos por que bitola de rege a ML.

Unknown disse...

E novas estações que é bom nada. A 1ª prioridade é extender a linha e fazer metro de superficie (muito menos custos e muito mais rapidez para fazer a obra). Depois logo se pinta as existentes

Filipe disse...

Gostei, mesmo, destes últimos 3 comentários! Subscrevo-os totalmente.

No entanto, qualquer transporte que passe por Lisboa é também urbano. Não caiamos no erro que levou à não aceitação, na Vimeca, de passageiros nos percursos dentro de Lisboa.

Xico disse...

Mas já na Rodoviária de Lisboa os passageiros que circulam apenas em Lisboa são aceites! Esquisito! Será por ser do Grupo Barraqueiro?!