22/02/2010

Terminal de Contentores de Alcântara

Paulatinamente. e com a cumplicidade de partidos políticos cujos cartazes ainda adornam a zona, a ampliação do Terminal de Contentores avança. Agora é o edifício Vasco da Gama (onde está o IPTM) que se prepara para ser demolido.

Este projecto insensato, grotesco, absurdo (excepto claro para os funcionários da APL, que preferem dar cabo de uma cidade - ou pelo menos não maximizar o retorno das infrastruturas existentes - a mudar) avança. Um dia acordamos e é demasiado tarde.

21 comentários:

Anónimo disse...

Lisboa está com falta de emprego sem ser callcenters e de logistica e industria leve, portanto é positivo o aumento do terminal de contentores

Xico disse...

Não sei se está a falar a serio ou a gozar, mas se tiver conhecimentos da cintura industrial de Lisboa vê que o que não falta nesta região são operários especializados em industria pesada, desempregados. Rebocadores já quase não há. Construção naval foi para os anjinhos na Margueira, salve-se a Setnave, Siderurgia Nacional fechou, Quimigal idem, a Sangobain antiga Covina em Sta Iria está em layoff, a fabrica do açucar ao lado tambem parece que sim. Bombardier antiga Sorefame tambem já não volta a abrir, algumas fabricas de medicamentos lá da zona de Sintra tambem se andam a deslocalizar para o Magrebe e Europa de Leste, etc...

Cada vez somos mais um país de sol e mar e campos de golf, porque até as praias estão a desaparecer.

Salvador, disse...

e desapareceu também a massa encefálica.

Luís Serpa disse...

Honestamente, não sei de onde vem a ideia de que só os contentores criam emprego.

Não acha que há outras actividades que também criam empregos?

Em França a náutica de recreio gera 45.000 empregos e 5 biliões de euros de volume de negócios.

Acha pouco?

Anónimo disse...

Honestamente!

Os comentários de Luis Serpa são tudo menos honestos, serve-se de argumentos falsos e frases fundamentalistas para impor a sua visão do que deveria ser o Porto de Lisboa ignorando completamente a realidade local e nacional.

Se gosta tanto de França volte para lá!

Nós por cá safamo-nos sem os seus comentários paternalistas xenófobos!

Luís Serpa disse...

Caro anonimo,

em vez de dizer que os meus argumentos são falsos, diga onde e porquê o são. Não acha que assim a discussão seria mais interessante? E quem sabe, até poderia talvez demonstrar-me que estou errado.

Quanto ao facto de ter vivido fora de Portugal (não, não foi em França) não vejo sinceramente em que é que isso pode afectar o debate.

Quanto ao paternalismo e à xenofobia: deve ser difícil encontrar alguém menos xenófobo e paternalista do que eu. É uma observação patética e confrangedora, que tão pouco acrescenta o que quer que seja ao debate.

Anónimo disse...

Os seus argumentos são falsos pois baseiam-se em exemplos de realidades completamente diferentes da nossa.

Defender o encerramento do TCA em prol de um pólo de náutica de recreio e depois vir dizer que em termos financeiros é a mesma coisa só revela o seu completo alheamento da realidade nacional.

Em Portugal 1 em cada 10 pessoas activas está desempregada e quem está empregado mal ganha para sobreviver e o senhor vem com ideias de turismo e lazer? Só se for para os estrangeiros! E nós servimos cafézinhos? Talvez fosse essa a sua realidade na Suíça que tanto o maravilhou mas não tente importar essa sua visão para cá!

Existem importantes investimentos ao nível de infraestruturas e o Rio Tejo tem características para albergar um verdadeiro Porto de Mar e não ser apenas mais uma marina para meia dúzia de privilegiados!

Todos os seus posts revelam uma agenda que tem por base os seus interesses pessoais visto encontrar-se ligado à náutica de recreio e que destroem tudo à volta.

Os seus posts são paternalistas e xenófobos porque tratam os Portugueses como uma cambada de idiotas que só fazem asneiras terríveis à sua capital e que deviam fazer como em França e como Na Suíça pois eles é que são inteligentes!

Percebeu agora ou tenho de lhe fazer um desenho?

Luís Serpa disse...

Senhor (ou senhora) anónimo,

Vamos por partes, pode ser?

a) Eu não digo que é a mesma coisa. Não digo sequer que é imperativo fazer ali um pólo de náutica de recreio - dou a náutica de recreio como exemplo, porque aquilo me parece particularmente adaptado para esse fim.

b) O que eu digo é que se deve fazer um estudo transversal, que inclua TODAS as alternativas possíveis e só depois tomar uma decisão. Sendo que o criterio economicista não deve ser o único, naturalmente. Já viu o dinheiro que se está a perder com o Parque Eduardo VII, por exemplo? Ou com o Jardim do Príncipe Real...

c) A economia Suiça tem realmente uma grande componente de turismo Também tem uma grande quantidade de emigrantes portugueses. E uma grande quantidade de emigrantes portugueses trabalha na indústria turística suíça. Talvez no fundo mais valha trabalhar na indústria turística do que não trabalhar de todo, não acha?

d) Se bem este argumento só parcialmente seja verdadeiro - em França 75% da indústria da náutica de recreio é dirigido à exportação. A náutica de recreio não são só iates para meninos ricos - antes de os "ricos" (é falso, não são só os ricos, mas deixemos isso para outra ocasião) se peassearem nos iates há que construí-los; e depois há que transportá-los, mantê-los, amarrá-los, equipá-los, repará-los, tripulá-los - já viu a quantidade de empregos que isso representa?

e) O seu comentário sobre a xenofobia e o paternalismo continua pobre e confrangedor. Eu não trato nem nunca tratei os portugueses como uma cambada de idiotas. Se assim pensasse, aliás, até nem diria nada, pois diria que sendo idiotas não poderão nunca almejar ter o nível de vida dos franceses e dos suíços.

É claro que somos tão inteligentes como todos os outros povos da terra - e por isso devemos lutar por melhorar o nosso nível de vida, fazendo opções correctas.

Opções essas que, se são boas para outros povos, são boas para nós também - mutatis mutandis, claro. Não acho que se deva fazer uma pista de ski na Doca do Espanhol.

Anónimo disse...

Então por partes, como tanto gosta, apesar de repetir o seu fanatismo e preconceito em todas as partes...

a) Um exemplo? Que inocência! Julga que somos parvos? Seja honesto e revele a sua agenda!

b) Estudo Transversal? Porquê? O TCA está em funcionamento à muito tempo e agora o Sr. e os seus amigos de esplanada querem um estudo? Quem são os senhores para colocar em causa uma actividade económica existente e em expansão em função de um estudo? Quantas actividades económicas pretendem expandir-se em Portugal? Faça o Sr. um estudo e apresente as suas conclusões!

c) Os portugueses na Suíça trabalham na sua maioria em trabalhos que os Suíços não querem, é natural para quem busca uma vida melhor, mas para Mim não obrigado! O seu argumento é do género "mais vale ganhar 500 euros por mês do que não trabalhar" não é isso que eu desejo para Portugal, ser o país de mão de obra barata da Europa! Tenha vergonha e pense antes de escrever baboseiras!

d) E quantos empregos é que já existem ligados directamente e indirectamente ao TCA e que o Sr. quer destruir em função de novos empregos a serem criados, se correr bem, e tal...

e) Basta ler as suas referências aos outros países, nomeadamente à França e Suíça para perceber que trata os Portugueses como ignorantes e que apenas considera válidas as suas opiniões!

Os seus posts sobre o TCA são injustos, desonestos e reveladores de uma agenda escondida que despreza uma actividade existente e em expansão em função de uma ideia que viu lá fora e tal...

É triste que pessoas como o Sr. tenham a plavra neste blog que se devia destinar ao engrandecimento da Cidade de Lisboa, cujo Porto Marítimo é uma peça fundamental.

A sua intenção é transformar Lisboa num museu, ora os museus estão cheios de coisas mortas e Eu não quero que a minha cidade morra!

Luís Serpa disse...

Caro senhor (ou senhora),

Se não se importa vou ater-me a um só ponto, do conjunto de coisas extremamente sensatas que diz, com notáveis delicadeza e perspicácia:

A minha agenda.

Sou efectivamente um profissional da náutica de recreio, e penso que a área de Alcântara devia servir para essa actividade (e navios de cruzeiros, naturalmente).

É, contudo, possível que a minha opinião esteja enviesada pela minha actividade profissional. Por isso penso - e proponho - que se deve fazer um estudo para definir qual ou quais as actividades mais adequadas àquela zona.

Lembro-lhe - ou informo-o, caso não saiba - que a ampliação do cais foi feita em 1984 para servir "temporariamente". Tinha um prazo de utilização definido (creio, mas não estou seguro a 100%, que de 30 anos).

Se se prolongar agora o prazo, o temporário passa para 60 ou 70 anos.

Durante os quais os nossos compatriotas continuarão a ir trabalhar para a indústria hoteleira suíça. E para a náutica de recreio internacional. Há muitos; cada vez mais.

Cumprimentos,

Luís Serpa

Anónimo disse...

Temporariamente?

Quais são as suas fontes? Devem ser os livros da carochinha?

O TCA em 1984 já funcionava à muitos anos e na altura da sua modernização nunca se colocou a questão do seu encerramento a prazo!

O prazo de 30 anos de que fala, é o da concessão à Liscont, que é uma empresa privada que já teve vários donos e que ganhou um concurso de concessão.

Nunca esteve em causa a existência de um terminal de carga naquele lugar! Só a sua mente retorcida poderia inventar tal facto!

O que causou alarido na nossa imprensa sedente por escândalos foi a extensão do prazo da concessão à Liscont, facto que foi prontamente aproveitado para pôr em causa a existência do TCA.

Está esclarecida a legalidade dessa extensão, à semelhança do que acontece com regularidade noutros sectores e agora a opinião pública tem de aturar estes pensamentos líricos de jardins e esplanadas à beira rio em oposição a uma actividade rentável e em expansão!

Os seus posts são exemplos da sua visão tacanha e de quem só olha para o seu umbigo e diz: Vamos lá acabar com esta actividade e experimentar a náutica de recreio e uns jardins e esplanadas para os portugueses serem criados dos turistas que nos visitam!

NÃO OBRIGADO!

não o cumprimento pois acho que não merece ser cumprimentado.

Xico disse...

Acabar com empregos efectivos da estiva onde os salarios ultrapassam os 5 mil euros mensais, por empregos precários a contratos onde os salarios rondam os 500 euros tem imensa lógica não haja duvida!!!
Isto é que é criar riqueza não haja duvida!!!

Luís Serpa disse...

"Cumpriemntos" era apenas uma fórmula. Não é para ser tomado à letra.

"É importante esclarecer que o terminal de contentores
está em Alcântara em resultado das recomendações do Plano Orientador do Desenvolvimento Integrado dos Portos de Lisboa, Setúbal e Sines, elaborado no início da década de 1980 pela empresa americana TAMS, associada a empresas nacionais, no qual o signatário foi coordenador da contribuição nacional. Na ocasião, o terminal de contentores de Santa Apolónia encontrava-se praticamente saturado e era necessário encontrar uma solução com viabilidade a curto prazo. Essa solução foi então a de se adaptar o terminal de Alcântara, acabado de ser ampliado para carga geral, e de promover a sua adaptação para servir as necessidades da carga contentorizada até um horizonte temporal que, entretanto, já expirou. A solução preconizada para as acessibilidades terrestres consistia em manter, no complexo nó de Alcântara, as vias férreas de nível e construir passagens rodoviárias. Era essa a solução mais económica, como convinha por serem obras de carácter provisório. No futuro teria que ser escolhido outro local e a zona da Trafaria-Cova do Vapor foi um dos locais que ficavam reservados para esse efeito.

Daqui.

Aconselho-o de resto a ler o artigo todo. Não é muito difícil.

Luís Serpa disse...

PS - Ah, e o meu Pai trabalhou na ampliação do terminal em 1984. Já nessa altura eu achava - e Ele também - que era uma estupidez. Mas havia pelo menos uma justificação: a urgência, como terá decerto lido no artigo cujo link aparece no comentário anterior.

Luís Serpa disse...

Sr. Xico: Não se pretende acabar com os estivadores. Ninguém pretende acabar com o Porto de Lisboa.

Pretende-se apenas que não se construa um terminal deep sea em Alcântara. São coisas diferentes.

Ja agora: um skipper dum iate de luxo ganha 15,000 euros por mês. Um chefe de máquinas de 6 a 10,000. Um empregado de câmaras 2,500 a 3,500.

E talvez sejam empregos melhores do que estivador.

Luís Serpa disse...

Anónimo:

Não são só os jornais que estão sedentos de escândalo. Já leu o relatório do Tribunal de Contas sobre este negócio?

Está aqui.

Xico disse...

O problema é que para estivador tem-se uma formação muito curta, e para essas profissões é uma formação muita extensa e que não está ao alcance de todas as carteiras.

Anónimo disse...

O artigo sobre a suposta temporalidade do TCA baseia-se uma opinião e não em factos concretos.

Existe movimentação de carga marítima em Alcântara muito antes dos anos 80 - O que aconteceu na realidade foi a evolução natural de um terminal de carga geral para um terminal de contentores. It's the Container Stupid!

Quanto às apreciações do TC aconselho-o a ler a resposta da APL aqui www.portodelisboa.pt

O TC parte do princípio que deveria ser feito um concurso aberto a eventuais concorrentes da Liscont, e que talvez fosse possível fazer um melhor negócio com o TCA, só isso! Em lado nenhum é defendida a idéia do encerramento do TCA em benefício de outra actividade!

A suposta rentabilidade de um projecto megalómano de náutica de recreio num país a atravessar um profunda crise que já dura à pelo menos 10 anos e parece não acabar é surreal e reveladora de uma grande ignorância da realidade!

Os seus posts são desonestos e revelam uma visão egoista e amputada da situação económica e social presente!

Luís Serpa disse...

Sr. Xico:

De onde se deve concluir que Portugal deve continuar a apostar em empregos de baixa qualificação, não é?

Já agora: talvez não saiba, mas a Escola Náutica Infante D.Henrique, sita em Paço d'Arcos (e da qual fui aluno, mas isso por agora é irrelevante) é uma das mais reputadas escolas náuticas a nível mundial. Sabia? [Peço-lhe, senhor ou senhora Anónimo, não veja nisto um sinal de paternalismo e xenofobia - a propósito, talvez não saiba o que xenofobia quer dizer. Um dia explico-lhe, quando tiver tempo, ou paciência. "Xeno" + "fobia"].

A ENIDH forma jovens que se podem dar ao luxo de escolher o trabalho que querem desde a saída da escola, porque goza de uma mais do que merecida reputação. E forma pilotos e maquinistas, magnífica coincidência. Só não forma (agora, porque já formou) tripulantes de câmaras.

Xico disse...

Portugal deve apostar em empregos que têm saída e que fazem falta ao país, tendo qualificação ou não. Nos anos 70 a maioria das pessoas não tinha qualificação mas todos arranjavam emprego ou trabalho.
De repente entramos para a União Europeia e muda a maneira de pensar: agora pertencemos ao grupo dos ricos, é uma vergonha a sociedade ter uma escolaridade tão baixa, vamos pôr a escolaridade obrigatoria até ao 6º e mais tarde até ao 9º ano, mm q seja com passagens administrativas a obrigar ter um diploma quem n tem a minima vocação para a escola nem quer lá andar.
Bora encher o país de universidades para se formarem desempregados que jamais vão conseguir emprego na area em que se formaram. Pelo menos ficamos bem nas estatisticas!!! RIDICULO.

Esta musica é a melhor critica que já vi à Lisboa contemporanea, intitula-se "Lisboa, capital do nosso orgulho":

http://www.youtube.com/watch?v=8Ywqm0fG3n8

Nada do que é dito é mentira, mesmo q possa chocar.

Anónimo disse...

ENIDH? É uma das piores escolas do País com professores que nunca passaram de 2º Oficial e que a última vez que pisaram um convés foi à mais de 30 anos!

A ENIDH é o espelho da nossa marinha mercante - decadente e sem rumo!

Mais uma vez lhe digo: Fale do que sabe, quanto ao resto esteja calado!

Aproveito para perguntar onde é que para o meu último comentário?

Ou o Sr. Serpa também tem poderes de censor neste Blog?