28/12/2009

A propósito dos 50 anos do Metro


E independentemente da valia que representa para a qualidade de vida em Lisboa a existência de um Metro, que surgiu em Lisboa, recorde-se, mais de 50 anos depois de ter surgido na maioria das capitais europeias, a verdade é que a acção do Metro nos últimos 10-15 anos se tem saldado por:

1. Uma expansão da rede feita a conta-gotas, na maior parte dos casos demorando anos a fio e tendo quase sempre um saldo final de aumento exponencial de custos, erros técnicos (alguns graves: Terreiro do Paço; poços ventiladores no Rossio e Rua do Arsenal; abertura de escadas/caixas elevadores desenquadradas com o espaço: Rato, Largo do Chiado, etc.); e uma rede feita por vezes, claramente, à conveniência de futuros empreendimentos (ex. Falagueira).

2. Péssimos arranjos à superfície (ex. Estação Roma, com escadas tortas no topo Sul, Alvalade, com miseráveis separadores centrais e total desrespeito pelas populações no arranque das laranjeiras; Bairro Azul, com proliferação de escadas, etc.).

3. Paragens sistemáticas por motivos técnicos (linhas Azul e Vermelha) e tempos de espera excessivos (sobretudo à noite).

4. Opção por decorações tipo "luxo dos pobres" quando o que se lhe exige é só UTILIDADE.

5. Total indiferença pela opinião pública (veja-se o prejuízo que representa para quem quer ir a espectáculos, o Metro fechar às horas que fecha) e, mais importante, pelo órgão máximo de Lisboa, a CML, cujo episódio recente da destituição enquanto membro do C.A. me parece caricato.

Tem ainda muito que melhorar, o nosso Metropolitano.

8 comentários:

Anónimo disse...

Colocar uma carruagem nos Restauradores para assinalar o feito, envolvendo o aparato que foi, de fecho de ruas, e gruas exceppcionais, é profundamente lamentavel.
O novo riquismo da operação que deverá ter custado uma fortuna, para uma empresa em défice há muito tempo em que nós todos subsidiamos é revoltante.
Será que no Metro não sabem da existencia da crise? Haja pudôr.

Filipe Melo Sousa disse...

De facto, o metro deixa muito, muito a desejar. Acrescento ainda as fantásticas portas que ao fecher podem fracturar um braço a quem der um erro de leitura.

Anónimo disse...

Como arqueólogo que trabalha na cidade de Lisboa não posso deixar de reportar o facto do Metro demonstrar um especial enfado no tratamento que dá à história da cidade! Até à data, nem os cidadãos nem a comunidade cientifica a que pertenço sabe o que se passou nas obras que o Metro fez no Terreiro do Paço, das quais não existem registos científicos disponíveis! Desconhecem-se os materiais recolhidos, assim como as realidades interceptadas, designadamente o famoso Cais da Pedra. Resta apenas um artigo, feito por um geólogo, publicado numa colecção editada pelo Jornal Público, acerca do Terramoto de 1755.

Fernando Correia de Oliveira disse...

sinalética desastrosa - as linhas têm nomes, cores, e uns bichinhos - não podiam ter apenas números, e ser conhecidas por eles, como em qualquer outra rede; as paragens seguintes são indicadas dentro da estação, lá bem no fundo, quando a utilidade está em elas serem vistas antes de se entrar na estação, como em qualquer outra rede do mundo; as indicações de saída são caricatas - nas estações onde há verdadeiramente duas saídas, elas não indicam nada, por que é que não se utilizam indicações claras, como de edifícios públicos? nas estações onde, por onde quer que se saia, se sai sempre pelo mesmo sítio, para quê setinhas? não bastava apenas dizer "saída"?

Anónimo disse...

Podem ter razao em muitos aspectos mas dizer que a decoração do metro é riquismo para os pobres é demais!

Já que é assim que nao se restaurem estações como os Anjos ou o Areeiro deixando-as ficar velhas, sujas e com aqueles azulejos a cair. Talvez assim digam que a decoração é boa.

Acho contudo que o metro devia construir e finalizar primeiro extensoes para zonas como a Estrela ou Belem assim como outras partes da cidade a que o metro nao chega e nao fazerem extensoes para Loures ou para Sintra ao mesmo tempo e tambem cobrar mais a quem apanha o metro fora de Lisboa de modo a incentivar as pessoas a virem para Lisboa.

Rodrigo disse...

e as ecessivas saídas, como na zona do saldanha que chega a ter duas saídas coladas?

Filipe disse...

O metropolitano de Lisboa é o meio de transporte mais confuso que já experimentei em qualquer lado. A sinalética e a forma de se referir às linhas é uma dificuldade tremenda.
Além disso, tirado pontuais excepções, a forma de evolução da rede deixa muito a desejar.

Xico205 disse...

Filipe não concordo nada. Acho o metro de Lisboa a coisa mais simples de compreender. As linhas são identificadas ou por cores ou por animais, acho bem que assim seja porque se mais facilmente se identifica com cores; os animais muito ajudam os daltónicos.

Outros metros no Mundo são muitos mais dificeis de compreender como por ex. o Metro de Nova Iorque.

Cumprimentos