18/12/2009

Abates em Monsanto defendidos

In Diário de Notícias (18/12/2009)


«O chefe da Divisão de Matas da Câmara de Lisboa garantiu ontem que o abate de árvores provocado pelas obras da subestação eléctrica do Monsanto tem sido fiscalizado pela autarquia, rejeitando as críticas dos ambientalistas.

"Na zona onde os abates estavam previstos é óbvio que há clareiras, mas é impossível terem sido abatidas mais do que as 200 que estavam previstas porque isso tem sido fiscalizado", afirmou Artur Madeira. O responsável, que falava à Lusa durante uma visita ao Parque Florestal do Monsanto, realçou igualmente que algumas das árvores serão recuperadas.

A Plataforma por Monsanto alertou na quarta-feira para um agravamento da situação relativa ao corte de árvores no Monsanto e defendeu que as clareiras abertas apontam para um abate que "não se configura com uma limpeza de matas".

Isso é um disparate. A Plataforma tem toda a informação e, se tinha dúvidas, podia ter-nos contactado. O que não fez", afirmou, por seu lado, Joaquim Brioso, sublinhando que toda a operação está fundamentada em "relatórios fitopatológicos": "Algumas das árvores que estão a ser abatidas apresentavam doenças, que foram referenciadas nos pareceres do Laboratório de Patologia Vegetal Veríssimo de Almeida, do Instituto Superior de Agronomia, e do Instituto Nacional de Recursos Biológicos."

"Noutros casos, há pinheiros que estavam completamente secos e representavam não só um perigo para quem frequenta o parque, porque podiam cair, como também acabavam por impedir o saudável desenvolvimento de outras espécies", acrescentou.»

...

Pois o problema é exactamente este: a divisão de matas, ou quem a dirige. Repare-se na incongruência completa que é os serviços jurídicos da CML estarem atados de pés e mãos em dar seguimento à decisão do executivo da CML passado em avançar com uma providência cautelar contra a suspensão parcial do PDM em Monsanto, decidida pelo Governo para ampliação (construção nova é mais verdade) da subestação REN; PORQUE, há um parecer favorável da divisão de matas da própria CML sobre essa mesma suspensão. Ou seja, a excelsa divisão não se importa que as obras da nova estação REN abatam centenas de árvores, como irão abater. Patético.

13 comentários:

RF disse...

Mau! Agora não percebo nada: então a Plataforma tinha a informação ou não? Se sim, quando recebeu a Plataforma informação? Paulo Ferrero, o seu comentário não se refere às zonas que o artigo do DN se refere, pois não, as tais em suposta manutenção da CML onde interessava saber se estão a ser bem feitas ou não. O Paulo Ferrero fala da zona da REN. Está a querer baralhar-nos ou está também baralhado?

Anónimo disse...

Caro Paulo Ferrero, ilustre elemento da Plataforma por Monsanto, membro da "Comissão Vamos atacar o "Zé" faça o que ele fizer".

Lamentável é a Plataforma não ter conhecimentos técnicos - espero que seja apenas isso mesmo e não má vontade - para distinguir uma acção de limpeza e tratamento da floresta de um "arborícidio".

Pelas fotos a Plataforma é composta por bons fotógrafos, mas por gente muito pouco preparada...

A pergunta que faço é como é que a Quercus e a LPN, e outras, assinam estas notícias...

A.lourenço disse...

Informação? A única que recebemos foi no final de Julho e era exactamente o que vinha na newsletter e-polen, nunca ninguém respondeu aos últimos pedidos de informação pedidos a Sr. Presidente ou ao Sr. Vereador.
Pinheiros secos ou a prejudicarem outras árvores? basta ver as fotos para constatar que não é assim.É verdade que várias árvores doentes ou que são infestantes foram abatidas, ninguém contesta ou contestou isso. O que se contesta é que no meio destas foram muitas que nunca deveriam ter ido. Já agora para quando esclarecimentos sobre o teor dos contratos? A história da REN e a maneira como foi negociada são uma autêntica vergonha para a CML e para este departamento de espaços verdes.

Anónimo disse...

Que vá tudo abaixo, assim o Chefe de Divisão de Matas fica sem nada que fazer, que me parece ser o objectivo dele.

RF disse...

OK, o problema de Monsanto está agora identificado: São 2. Um referente à REN e outro o dos abates / manutenção. Pelo que percebo a Plataforma cada vez fala mais da REN e menos dos abates / Manutenção (para além das fotos). Isso quer dizer que podemos então ficar descansados quanto às manutenções e focar-nos na REN? Se sim, é porque a Plataforma já se revê no que está a ser feito ou mantém reservas ou não tem dados para se pronunciar? Depois de tantos comunicados da Plataforma que a todos nos sobressaltaram, era importante haver um comunicado sobre os abates / manutenções quando entenderem e não declarações confusas, não?

Paulo Ferrero disse...

Ao segundo anónimo: quem é o Zé?

Anónimo disse...

aro anónimo da 1.01 ,se as coisas estão a ser tão bem feitas, porque é que os funcionários da CML tem indicações expressas ,de quando confrontados por jornalistas ou outras pessoas , com o abate de árvores dizerem que estas estão doentes. Seja ou não verdade!!! Porque é que não há divulgação do teor dos contratos.Para onde vai a madeira? Porque é que as empresas privadas têm cada vez mais influência e ganham cada vez mais terreno na manutenção do parque sendo isso muito mais caro que fazê-lo com funcionários da CML? Porque é que não interessa dar trabalho aos funcionários mas sim a estas empresas? quem ganha com isso?O PFM também pode ser um belo negócio.

A.lourenço disse...

RF, nada é confuso mas convém lançar a confusão não é? Já muitos tentaram essas tácticas, essa e outras, como insinuar que estamos ao serviço deste ou daquele,ou até da ameaça. Se der jeito e estivermos na oposição até apoiamos mas quando estamos no poder já não dá jeito, enfim as técnicas são muitas. Seria também muito extensivo estar aqui a enumerar tudo o que a plataforma conseguiu ao longo destes anos, nunca se importando se quem estava no poder era de esquerda ou de direita ou fosse do que fosse, sempre pela defesa do parque, nunca com ataques pessoais a ninguém. E é uma parvoice ( para não lhe chamar outro nome mais feio) a insinuação de que estamos aqui para perseguir ou destruir o Vereador Sá Fernandes. Nunca fizemos isso com ninguém não seria com ele que o faríamos.

Vamos lá ver se fica esclarecido, embora pense que não é esse o seu interesse,: Existem 2 problemas , aliás mais como por exemplo o do campo de tiro que há 2 anos e meio funciona ilegalmente, ou do trânsito , ou do Panorâmico... mas enfim vamos a estes dois: 1-Foi adjudicada a uma empresa privada, e esse não é o problema de fundo,embora os termos do contrato provavelmente o sejam, uma empreitada de limpeza de mata, limpeza essa que no entender da plataforma está a ser mal feita com abates indevidos de árvores, de muitas árvores. Este problema agravou-se nos últimos dias com muito mais árvores a serem, segundo a plataforma, indevidamente abatidas. 2-A REN, como é do conhecimento a REN, empresa do ramo energético, vai construir uma central dentro do perimêtro do PFM. O governo suspendeu parcialmente o PDM para fazer esta obra. Os serviços deram parecer favorável á mesma limitando-se a negociar contrapartidas, se calhar porque não há dinheiro e convém apresentar obra, seja a que custo for e o dinheiro da REN era bem vindo . Em sessão de camâra foi decidido instaurar uma providencia cautelar contra a suspensão do PDM e a obra, não foi possível fazê-lo porque a própria CML , ou seja os serviços de espaços verdes deram parecer positivo a uma obra que iria destruir um enorme quantidade de árvores. Nos últimos dias e paralelamente á dita limpeza iniciou-se o abate das árvores necessárias para construir a central e é para isso que a plataforma chama também á atenção dos Lisboetas. Parece simples de entender.A não ser que não se queira.Os problemas, esses , continuam, os dois.

RF disse...

Caro A.Lourenco, a sua argumentação começa a preocupar-me e o seu tom irritado é no mínimo desadequado para a situação. Uma coisa é discutir, outra é tentar acusar os outros de não querem ser esclarecidos. Eu tenho dúvidas que foram levantadas pelo Vossos comunicados: vou focar-me no problema das manutenções, que é diferente do outro da REN. O Sr. é que está a querer juntá-los e acusa os outros disso:

a) "Foi adjudicada a uma empresa privada, e esse não é o problema de fundo,embora os termos do contrato provavelmente o sejam"
Qual o problema para a qualidade da intervenção de ser uma empresa privada neste caso? Parece-me até que a referida empresa teria interesse em abater o menos possivel, ganhando o mesmo, não?

b) "os termos do contrato provavelmente o sejam".
Ou são ou não são. Então faz-se este alarido e não se conhecem os termos do contrato? Não me diga que este contrato não foi mais que público? Julgo que poderá até ter ido à Assembleia Municipal.

c) "...limpeza essa que no entender da plataforma está a ser mal feita com abates indevidos de árvores, de muitas árvores".
É um problema numérico? ou de quantidade ou necessidade de serem abatidas?

d) "(...) muito mais árvores a serem, segundo a plataforma, indevidamente abatidas":
Há algum silvicultor a suportar estas teses? É que a CML afirma ter esses técnicos e eles é que fizeram os termos do contrato. São eles que também dizem andar a acompanhar e fiscalizar a intervenção.

Eu considero o problema da REN grave para o PFM mas não considero esta intervenção grave. Começo a considerar muito grave o comportamento da Plataforma de quem, no futuro, terei que avaliar com mais cuidado o teor do que fazem sair cá para fora. Parecem mal preparados para tanta acusação. Cumprimentos

Anónimo disse...

Se houve alguém que deu parecer positivo, isso não deve ser obstáculo para o Zé: ele faz já um embargo, uma providência cautelar, uma acção popular, e o mais que lhe der na esclarecida cabeça.

A.lourenço disse...

caro RF,acho que fui bem explicito no que escrevi . obviamente estamos apoiados em pareceres de pessoas que percebem do assunto.Se sabe onde se pode saber o teor do contrato , não do de manutenção,esse é publico, mas sim desta limpeza especifica por favor diga,já várias vezes pedimos a sua consulta ou que fossem dados esclarecimentos sobre ele . Quanto ao tom irritado,que o não é, respondi apenas na mesma moeda do seu tom de insinuação. Se calhar percebi mal, se assim foi, fui eu que errei.

resposta ás questões:

a)A manutenção feita por uma empresa privada é demasiado cara em comparação com uma manutenção feita pelos próprios serviços. Admito que isto possa ser discutível mas o que aqui está em causa é esta limpeza especifica e não a manutenção geral do Parque. Se a limpeza for,suponhamos , paga na Madeira cortada não pode ser interessante cortar o mais possível? Não estou a dizer que assim seja, mas é uma hipótese de que já se ouviu falar várias vezes pelo que era bom que tivéssemos acesso aos contratos até para que as dúvidas desapareçam.No caso de ser verdade não estamos a culpar a empresa, essa está apenas a fazer o seu negocio nos termos que com certeza lhe foram propostos,agora temos o direito de saber quais são esses termos, ou não? A transparência deve fazer parte da relação com a sociedade.

b)É precisamente para esclarecer dúvidas que queremos consultar o contrato, repito, desta intervenção especifica,não da manutenção geral do parque, esse já conhecemos e é bem caro e quanto a nós absolutamente dispensável, a CML tem trabalhadores que fazem esse trabalho de uma forma bem mais económica, mas isso é outra guerra.O grande problema é que existe sempre uma grande dificuldade em consultar o que quer que seja. Não é de agora, é de sempre. Embora isso seja um direito dos cidadãos. Infelizmente,muitas vezes,só o "alarido" desbloqueia certas situações.

c) Não é um problema numérico , é um problema de constatar no local que várias árvores foram abatidas sem qualquer justificação plausível. Basta ir ver com os próprios olhos e falar com quem percebe. Uma árvore não deve ser abatida se não houver necessidade de tal.

D) obviamente que sim,não falamos por falar. Pensa que não temos dúvidas? que não pensamos que poderemos estar errados?Que não sabemos que consequências podem ter os nossos actos? Quantos técnicos acompanham no local? como?

Quanto aos comunicados penso ser fácil de perceber: a Plataforma lançou um primeiro a dar conta da situação de abate, que achamos, indevido de árvores, mais recentemente lançou outro onde dava conta do agravamento dessa situação e de uma nova, contra a qual andamos há meses a lutar, a da REN, que entretanto iniciou a desflorestação para a sua implementação.
Quanto ao resto penso ter sido bem explicito e não vou voltar a repetir o que disse. Uma coisa lhe garanto, ninguém anda aqui a dizer mal só por dizer, nem ninguém tira qualquer prazer desta situação. Temos coisas bem mais importantes para fazer. Outra também lhe garanto, não vamos parar na defesa do parque. Outra coisa importante, sabe quem eu sou,ou pelo menos ao que pertenço , eu não sei com quem falo.
Cumprimentos.

Anónimo disse...

Se o Sr. Brioso e o Sr. Madeira não estiverem de acordo quem estará?Eles e a Srª directora do parque devem ser os únicos no departamento. Solidariedade familiar?

Anónimo disse...

A culpa é do socrates.