16/07/2009

Radares da capital detectaram mais de 446 mil excessos de velocidade

Os radares fixos de controlo de velocidade em Lisboa, em funcionamento há precisamente dois anos, registaram desde Julho de 2007 mais de 446 mil infracções, revelam números da Polícia Municipal.

Fonte do Comando da Polícia Municipal (PM) de Lisboa adiantou à Lusa que as infracções ao limite de velocidade detectadas têm vindo a diminuir substancialmente desde a entrada em funcionamento do sistema, composto por 21 radares espalhados pela capital.

Na análise do Comandante da Polícia Municipal, subintendente André Gomes, esta diminuição justifica-se com o facto de "os automobilistas terem tomado consciência da necessidade de circular mais devagar" dentro da cidade.

De acordo com os números da PM, nos dois anos de funcionamento, que hoje se assinalam, foram registadas 446.529 infracções, das quais 261.770 no último semestre de 2007 (Julho a Dezembro), 129.678 ao longo de 2008 e 55.081 no primeiro semestre deste ano.

Nos primeiros seis meses de funcionamento, o maior número de infracções foi na categoria de "leves" (209.015 infracções), ao contrário de todo o ano de 2008 e primeiro semestre de 2009, onde as "graves" tiveram maior pendor, respectivamente com 93.693 registos e 42.080.

São consideradas infracções "leves" quando o condutor excede até 20 quilómetros o limite estabelecido, "graves" quando é excedido entre 20 e 40 quilómetros e "muito graves"quando ultrapassam os 40 quilómetros. A partir da classificação de grave, o condutor incorre numa pena acessória aplicada pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).

Comparativamente ao primeiro semestre de 2008, este ano decresceu a quantidade de excessos de velocidade, de 80.412 para 55.081.

Segundo os dados da Polícia Municipal não há um padrão definido entre os radares que registaram mais infracções.

Este ano, o aparelho instalado à saída do Túnel do Campo Grande foi o que registou mais excessos de velocidade (6.206), seguido do da Avenida Gago Coutinho, junto à Rotunda do Relógio (5.702) e do da Segunda Circular, próximo da Avenida Cidade do Porto (4.007).

Em 2007, foi o radar do Túnel do Marquês, sentido Oeste/Este, que registou mais excessos de velocidade (60860), seguido do da Avenida da Índia (37.696) e do da Avenida Marechal Gomes da Costa (17.788).

Em 2008, o radar que detectou mais infracções (29.648) foi o da Avenida Infante Dom Henrique, seguido do da saída do Túnel do Campo Grande (14.305) e da Avenida de Brasília (12.435).

Os 21 radares da capital começaram a funcionar a 16 de Julho de 2007, com algumas alterações posteriores ao limite de velocidade, como foi o caso da Avenida Infante D. Henrique, onde devido a uma petição pública o limite de 50 quilómetros foi alterado para 80.

Os radares estão instalados nas Avenidas das Descobertas, da Índia, Cidade do Porto, Brasília, de Ceuta, Infante D. Henrique, Estados Unidos da América, Marechal Gomes da Costa e Gago Coutinho e nos Túneis do Campo Grande, do Marquês de Pombal e da Avenida João XXI - onde o limite de velocidade é de 50 quilómetros/hora - e ainda na Radial de Benfica, na Segunda Circular e no prolongamento da Estados Unidos da América, onde a velocidade máxima permitida é de 80 km/h.

As coimas variam entre os 60 e os 2.500 euros. O produto das multas reverte em 55 por cento para a Câmara Municipal de Lisboa, 10 por cento para a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária e os restantes 35 por cento para o Estado.

In JN

7 comentários:

Anónimo disse...

Bem, ele há radares tão parvos que me admira não serem mais as infracções.

Por exemplo, junto ao Jardim do Cpo. Grande, ter de circular a 50 km/h a qualquer hora e com qualquer fluxo até deve provocar mais acidentes que os que evita.

Mas, por exemplo, na Av. de Berna é frequente deparar com automobilistas a tentar levantar voo (quando não há engarrafamento, obviamente).

Xico205 disse...

Numa noite à uns tempos estava um miudo que enfiou um twingo no jardim do campo grande de rodas para o ar e conseguiu não destruir o separador (gostava de ter visto o voo)! Deve ter posto travões a fundo e uma roda a travar mais que a outra num carro sem peso... ...ja se sabe.




Mais estupido ainda é 50 Kms/h na Infante D. Henrique! Há que equilibrar os cofres da camara a qualquer custa já que tambem gastam à parva!

Quem inventou os 50kms/h no tunel do Marquês e na Av. Marechal Gomes da Costa deve ser dono duma marca de pastilhas de travão, ainda por cima em descidas!

Rodrigo disse...

Ia perdendo um amigo precisamente nessa avenida junto ao jardim do campo pequeno, por mim, Lisboa cheia de radares em todos as avenidas, 30km nos bairros todos.
o facto de terem transformado as avenidas que ladeiam o jardim do campo grande transformou aquilo num gueto, sem acessibilidade e ainda mais perigoso não percebo porque o Sampaio não prolongou os túneis do campo pequeno, permitindo o jardim esticar-se para o lado do bairro de Alvalade e para o lado da biblioteca nacional e FCUL e Lusíada.

Anónimo disse...

Tudo a andar de charrete é que era.

PG disse...

Mas... alguém aqui já recebeu ou conhece alguém (ou conhece alguém que conhece alguém...) que tenha recebido algum aviso para pagar uma destas coimas? Onde estão esses 446000?

Xico205 disse...

Eu conheço um. Dono de uma empresa com muitos carros, o dificil é identificar quem foi.

A carta chega passado meses, quase um ano.

Miguel Carvalho disse...

Há ali uma clara diminuição do número de infracções desde o início!
Sinal que a fiscalização pode alterar comportamentos!