Queda de árvores em Lisboa fez estragos que chegaram a Espanha

In Diário de Notícias (14/9/2008)
LUÍSA BOTINAS

«Azar. Visitante espanhola foi uma das lesadas pelo acidente que danificou sete carros

Acidente estragou viagem a turistas. Moradora diz que avisou a câmara

Os dois lódãos que na sexta-feira de manhã caíram em cima de sete carros estacionados na Calçada Patriarcal, ao Príncipe Real, em Lisboa, além da "chapa" que danificaram, fizeram fortes estragos também na vida de Lorena Aragón, turista espanhola de passagem por Lisboa.

Quando na manhã de sábado esta malaguenha e uma amiga se preparavam para pôr as malas no carro em que viajaram desde o Sul de Espanha e que tinham deixado estacionado naquele largo sossegado, depararam com um imenso vazio no seu lugar. Incrédulas, perguntaram aos moradores, que ainda comentavam no meio da rua o sucedido no dia anterior, pelo Seat Ibiza cinzento de matrícula espanhola. "O carro foi apanhado pela árvore que caiu ontem e foi dos que ficaram mesmo muito mal. A polícia levou o vosso coche, compreende?"

Lorena e a amiga nem queriam acreditar no que estavam a ouvir. "Que mala suerte, que mala suerte!", diziam uma para a outra, à procura de uma explicação para o grande azar que lhes bateu à porta.

Contactado pelas turistas espanholas, o vereador do Ambiente, Sá Fernandes, acabou por recebê-las nos Paços do Concelho, onde as informou da tramitação necessária à resolução do problema . "Disse-nos que a câmara nos irá pagar a viagem de regresso a Málaga. Para tal, teremos de guardar os bilhetes de autocarro e despesas e enviar depois cópias por fax. Não temos nada escrito a dizer isto, mas confiamos na câmara e no vereador. De qualquer forma também falámos com o consulado espanhol, que nos aconselhou a tratar de tudo com o município e, se algo corresse mal... a contratar um advogado. Quanto ao carro, o vereador disse-nos que a Câmara de Lisboa vai pagar o seu valor comercial", afirmou Lorena Aragón ao DN, ainda mal refeita do choque. O Seat Ibiza, de 2001, ficou sem arranjo e o seu destino será muito provavelmente a sucata. (...)»

Portou-se bem, Sá Fernandes, portou-se bem.