10/08/2008

Lisboa Nostra...só há uma!



É de especial contentamento, notar, que a incompetência que a gestão de Lisboa tem demonstrado nas últimas décadas, não é mal generalizado. Em outras cidades do nosso país, fazem-se boas coisas...como “lá fora”. A Cidade do Porto, parece estar a ser governada por gente bem mais competente...e séria. E, isso é bom, muito bom mesmo!

Porque se a 300 km se consegue realizar uma boa politica de reabilitação das zonas históricas, não existe razão para o mesmo não acontecer em Lisboa. Acho mesmo que, os bons exemplos de DENTRO do país, serão sempre os melhores e, um atestado de incompetência para os “governantes” de Lisboa.

Resta-nos reivindicar uma só coisa: queremos uma gestão das zonas históricas de Lisboa, como as que se praticam em muitíssimas outras cidades da Europa. Quem não souber, ou não quiser aderir à mesma.....que se ponha imediatamente na rua.

15 comentários:

Filipe Melo Sousa disse...

Quem melhor sabe gerir o seu património senão o proprietário? Querem uma boa gestão? Privatizem e liberalizem.

Senão estaremos a lamentar e à espera do tal bom gestor público, o D. Sebastião que há séculos n aparece. E o terreiro do paço a cair de podre.

Anónimo disse...

Apoiado! Vamos deitar abaixo o castelo de s. jorge e fazer um arranha-céus.

Filipe Melo Sousa disse...

O castelo de S Jorge já foi abaixo. Hoje resta uma imitação de muralha do tempo do estado novo. Sem valor imobiliário ou histórico. Por mim ia abaixo sim.

Anónimo disse...

Caro Filipe,

a maioria dos edifícios e monumentos que vê por toda a Europa sofreram obras em vários períodos da sua história e houve necessidade, em recuperações e restauros mais recentes - séc. XX - de lhes devolver uma traça mais parecida com a original. Não é por isso que deixam de ter menos valor.
O palácio de Versailles é um bom exemplo disto: os lustres e os bonzes da famosa sala dos espelhos que chegaram até nós são de períodos mais modernos e durante a última intervenção de restauro pôs-se a descoberto partes de pinturas originais. Pensa que teria sido melhor caiar tudo de branco?

Filipe Melo Sousa disse...

OK, então se eu me deslocar a Ambiose e esboçar algo ao jeito dos últimos quadros do Da Vinci, apesar de ser uma imitação grotesca daquilo que ele poderia ter pintado, passo a ter um património inestimável nas mãos?

Arq. Luís Marques da silva disse...

...mas recuperação não é imitição grotesca, amigo Filipe...

Anónimo disse...

Recuperação não é imitação grotesca e certamente esse não é o caso do Castelo de São Jorge.
Veja-se o que algumas construções novas fazem como uma numa avenida de Lisboa que colocou uma cópia (de gesso!?)da estátua clássica Vitória - hoje no Louvre - a encimar as entrada! Quer algo mais grotesco?!
Veja-se, por outro lado, um bom exemplo de arquitectura moderna inspirada em períodos estilísticos anteriores que é o Museu Romano de Mérida. Veja-se, já que passámos a fronteira, a forma como os nossos vizinhos recuperam as suas cidades históricas, como as mantêm! Veja-se o urbanismo de Madrid! Tirem-se ilações; não podemos dizer que os espanhóis não têm sensibilidade económica de rentabilizar o seu património imobiliário! antes pelo contrário, esta foi uma obsessão constante nas últimas décadas e por tal eles foram particularmente afectados com a crise do subprime: porque têm um mercado imobiliário dinâmico.
Recuperar e proteger não são incompatíveis, são praticados amiúde noutros países da Europa com economias mais dinâmicas do que as de Portugal.

Anónimo disse...

Caro Filipe,

tenho de dizer-lhe que estranho deveras o seu comentário sobre arrasar-se a colina do castelo uma vez que o monumento que lá está não seria mais do que uma reprodução. A minha estranheza vem sobretudo do facto de, analisando o que tem sido a sua posição ao longo das suas intervenções neste espaço, às quais tem todo o direito, constata-se que se tem sempre pautado por chamar a atenção para o aspecto da rentabilização do património edificado e quão incomportável é manter um prédio ou imóvel antigo em Lisboa com as rendas pagas tão baixas ou sem o destruir, aumentar para assim ter mais rendas. Não desconhece, com certeza, que o Castelo de São Jorge além de ser um dos ex-libris da cidade, é uma das imagens mais usadas para promover Lisboa e assim uma das maiores fontes de receitas turísticas.
Presumo que o seu comentário tenha então sido meramente polémico e apaixonado, sem grande intenção de contribuir para a discussão de ideias. Ou não?

Filipe Melo Sousa disse...

De forma alguma. Aquela porcaria devia ir abaixo. Para falso, construam algo de jeito.

Anónimo disse...

Mas ainda lhe respondem?...

Anónimo disse...

pois eu cá acho que o filipe devia ser empalado no obelisco da avenida da liberdade, logo ali nos restauradores.

foi algo que ficámos de fazer aos filipes, e se não fizemos há séculos atrás, faça-se agora.

mas mesmo assim subscrevo o que o filipe disse do castelo de são jorge: demolir, sim senhor, e fazer um igual ao da cinderela... ah. lisboa, a nova eurodisney... ó filipe, aquilo é que era rentabilizar, hein?

Anónimo disse...

(...) já agora, ponham também a EPUL (sim, essa mesma, a tal que trata das águas de Lisboa ; ) a gerir o grande empreendimento dessa reconstituição 'kitsch', na senda milagrosa desses iluminados da concentração, como forma de redução das despesas no pessoal e alfinetes!? esquecendo que ela própria é a prova provada de desgovernação, não dando há muito conta do recado - que já é grande demais, para tragédia dos (jovens) compradores/cidadãos e, dos muitos fornecedores - a propósito, para quando a conclusão de Entrecampos? moral da história: olhar c/ mais humildade p/ as boas experiências (porque a proximidade, a responsibilização das equipas combina bem c/ pequenas organizações, ie, 'small is beautiful') e evitem-se as fórmulas demagógicas, irresponsáveis, invariavelmente simplistas, dos muitos políticos de pacotilha!

AB

PS: esta comparação entre Porto e Lisboa, ou Lisboa Porto, continua válida, faz todo o sentido...

Filipe Melo Sousa disse...

Duvidam que a Disneylândia é mais rentável que o castelo de S. Jorge? Era uma boa ideia. Podiam construir um palácio mourisco ao estilo do Aladino, como recriação romântica daquilo que Lisboa teria sido nos séculos IX-X. Com atracções, montanha russa para a criançada e muitas pipocas.

Anónimo disse...

isso mesmo, filipe, isso mesmo!
bravo! ah, a visão deste jovem, não tem igual...

até digo mais: recriação romântica? qual quê! vamos mas é todos viajar de tapete voador,ó filipe! que tal? esta também gosta não?

e se é para rentabilizar, então TEM que se privatizar, claro! cobrar bilhetes que realmente valha a pena pagar, tipo na ordem das dezenas, que tal?

e não é so para entrar no castelo, é para entrar em alfama! oh, qual quê! para entrar em Lisboa! sim, e os lisboetas podiam andar todos mascarados de antigos - os morenos de mouros, os louros de cruzados, os ciganos de ciganos (ó filipe, era da maneira que ganhavam dinheiro como deve ser, a trabalhar, a ler a sina, não é?), os negros de escravos, os judeus de judeus (fazia-se aquilo no rato à vontade, e quem estiver contra vai a grelhar no terreiro do paço! ena, que belas fotografias os turistas levavam para casa - e depois diziam aos amigos para vir a Lisboa!)... e por aí fora!

era da maneira que esta raça de lisboetas fazia alguma coisa de jeito... e até nem era difícil, bastava-lhes passear e fazer de lisboetas... bravo, filipe!

ó filipe, só as pipocas é que eu discordo... ok, algumas pipocas, mas também ameijoas do tejo, sardinhas e taínhas, febras, etc. e tal. tudo cultivado, caçado e pescado nos terrenos da câmara e nas águas do porto de lisboa, claro está, para rentabilizar o património público.

é verdade, já que penso nisso...
EH PÁ! E PORQUE É QUE A GENTE NÃO VENDE LISBOA TODA ÀS POSTAS? AÍ SIM, É QUE ESTÁVAMOS SALVOS! SIM, PORQUE VINHA A MÃO INVISÍVEL DO MERCADO... E PRONTO, não é filipe? é assim, não é?

só uma coisinha... é que lisboa já está a ser vendida às postas, e a mão invisível, nada...

Filipe Melo Sousa disse...

Exactamente. Quanto mais se deixa ao mercado (= ao livre arbítrio de cada um) a gestão do nosso dinheiro, mais teremos liberdade para melhor aplicar o tempo livre aproveitar a cidade. Neste momento, o espaço não está a ter o melhor uso. A regulamentação da câmara restringe a liberdade. Há que abrir os horizontes e deixar cair os complexos dos velhos do restelo. O mundo está diante de nós para usufruir. Laissez faire, laissez passer.