18/07/2008

Grandes transformações a Oriente

In Notícias da Manhã (18/7/2008)

«A zona oriental vai manter o uso industrial, mas prescinde das indústrias pesadas a favor das tecnologias de informação e comunicação e das biotecnologias. Este é um dos aspectos fundamentais do Documento Estratégico de Monitorização da Zona Ribeirinha Oriental, aprovado pela Câmara de Lisboa, o qual divide a área de intervenção em cinco zonas: Envolvente à Gare do Oriente (zona 1); Avenida Marechal Gomes da Costa (zona 2); Matinha/Braço de Prata (zona 3); Santa Apolónia/Braço de Prata (zona 4) e Área entre as linhas férreas (zona 5).
Contrariamente ao que estava previsto no Plano de Urbanização da Zona Ribeirinha Oriental, que foi chumbado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo devido ao excessivo peso da componente habitacional (cerca de 80 por cento), esta proposta de estruturação urbana contempla para habitação apenas 30 por cento da superfície, sendo o restante ocupado por actividades económicas.

QUEM FICA COM O QUÊ?
A zona envolvente à Gare do Oriente será destinada aos serviços, hotelaria e novas actividades e será fortemente reduzido o uso habitacional na Avenida Infante Dom Henrique. A excepção vai para as avenidas de Berlim e de Pádua e para a área habitacional a Norte da Gare do Oriente que será requalificada.
A Avenida Marechal Gomes da Costa será destinada às novas indústrias criativas ligadas às tecnologias de informação e comunicação, tirando partido da presença de empresas como a RTP, e futuramente a Tobis, não se admitindo habitação, excepto na zona junto à Rua Vale Formoso de Cima.
A zona oriental servirá igualmente como localização preferencial para novas produtoras de audiovisual em espaços industriais obsoletos.
Outra das potencialidades desta área é a fixação de empresas ligadas à biotecnologia, em articulação com o hospital CUF Descobertas, vocação que poderá ser reforçada pela instalação em Marvila do Parque Hospitalar Oriental.
Na área da Matinha/Braço de Prata, os espaços industriais serão reconvertidos e transformados em habitação.
Prevê-se o reordenamento da frente ribeirinha promovendo novos espaços públicos de recreio e lazer para dar continuidade urbana ao Parque das Nações, em articulação com um corredor verde de ligação entre o estuário e o sistema de vales, designadamente o Vale Fundão Também as zonas industriais obsoletas de Santa Apolónia e Braço de Prata vão ser reconvertidas, dando lugar a novas actividades de comércio, serviços e indústrias criativas.
A Câmara quer ainda promover novas tipologias de habitação nesta zona, através da reabilitação do património arquitectónico existente.
O eixo cultural Santa Apolónia/Largo David Leandro da Silva será recuperado, introduzindo novas valências culturais e turísticas.
A zona entre linhas férreas, uma “área de enquadramento da nova travessia sobre o Tejo”, será valorizada com uma estrutura ecológica articulada com novos equipamentos de recreio e desportivos.
No futuro, prevê-se a reabilitação do núcleo antigo de Marvila e a reestruturação da área habitacional junto ao bairro da Madre de Deus. (...)»

3 comentários:

daniel costa-lourenço disse...

Uma grande nota positiva para a possível permanência da Fabrica Braço de Prata para equipamento Cultural. O que a sociedade civil em poucos meses consegue fazer.

Meia duzia de pessoas conseguiu colocar aquele espaço como um dos mais dinâmicos da cidade e até o NY Times e outros media internacionais o referenciam.

deonplayground disse...

É verdade, a Fábrica Braço de Prata anda a dar muito que falar, ainda bem. O artigo presente no NYT, senão o melhor e o mais imparcial artigo sobre Lisboa e a sua emergente vertente cultural, deu honras de destaque a este espaço cultural.
Mas só uma pequena dúvida, a Fábrica Braço de Prata não estava ilegal?!

Bem, fica aqui o endereço para o artigo: http://travel.nytimes.com/2008/07/13/travel/13Lisbon.html

Anónimo disse...

«A excepção vai para as avenidas de Berlim e de Pádua e para a área habitacional a Norte da Gare do Oriente que será requalificada.»

"requalificada"?! aquilo devia ser demolido! Aquilo é tuod uma porcaria fruto da especulação das décads de 70/80 do sec. passado!