17/04/2008

O CHAFARIZ de S. SEBASTIÃO DA PEDREIRA


Sem água - tal como todos os outros por esta Lisboa - até parece uma tenda de venda de garrafões. Vê-se, do lado esquerdo, um fogareiro com uma panela de pressão, ao centro uma frigideira. Vê-se também um balde e uma esfregona. É o retrato de uma Lisboa pelintra. De uma cidade cada vez mais pelintra e abandonada. Não meremos o que existe de bom nesta cidade. Mesmo ao lado, por baixo do viaduto, existe um serviço da CML.

O Chafariz de São Sebastião da Pedreira está situado na rua com o mesmo nome, junto ao viaduto da Rua Filipe Folque, construído entre 1789 e 1791, por aviso de 21 de Novembro de 1787, segundo o projecto do arquitecto Francisco António Ferreira Cangalhas.

Com a construção do aludido viaduto, nos finais dos anos 40 do século passado, o chafariz foi recuado da sua posição original.

O chafariz recebia água através de um encanamento que provinha da Quinta do Malheiros, assim como da galeria adutora de Sant’Ana, por onde passava a água proveniente do Aqueduto das Águas Livres, que se dirigia ao actual Campo Mártires da Pátria, antigo Campo Santana (1794), passando pela Cruz do Tabuado, actual Praça José Fontana. Do Campo Santana derivou para o Chafariz do Intendente, somente em 1823. De São Sebastião derivou para o Campo Pequeno, com o seu término no chafariz de Entrecampos, em 1851. Parte da galeria de Sant’Ana ainda se encontra intacta, principalmente a que foi construída até São Sebastião da Pedreira (1784), por esse motivo, foi considerada Monumento Nacional, pelo Decreto nº 5/2002, de 19 de Fevereiro.

Por resolução de 19 de Março de 1788 e alvará de 4 de Junho desse mesmo ano, «se concederam todos os sobejos a Manuel José Guedes de Miranda, senhor de Murça, os quais serviam primeiro em grande tanque para gado, que fica por baixo do chafariz».

Do ponto de vista arquitectónico, o chafariz patenteia um corpo vertical equilibrado e simples, distinguindo-se o frontão brasonado de características neoclássicas protegido por uma curvatura em forma de chapéu, no qual se eleva um pináculo esférico como prolongamento do seu eixo central, galeria e varanda no tanque superior. Nas laterais, duas pilastras, que se completam na parte inferior por um espaço rectangular, ligam todo o enquadramento decorativo à bacia ou urna de volumetria relevante.

http://www.jf-sspedreira.pt/index.php?option=content&task=view&id=60

2 comentários:

Anónimo disse...

Em compensação, aquela viatura ali estacionada fica mesmo a matar.

Anónimo disse...

Eu frequento a escola que se situa na mesma rua e posso-vos dizer que aquela esfregona e acessórios domésticos pertencem a uma mendiga que vive ali mesmo. Posso-vos também dizer que a viatura que se encontra estacionada, pertence a alguém que trabalha nas instalações da CML por baixo do viaduto. E posso-vos dizer também que é um espaço bastante frequentado por toxicodependentes. Para finalizar, também vos digo que a policia todos os dias passa la e nada faz.