11/03/2008

'Task force' para cuidar forte de Santa Apolónia

In Diário de Notícias (11/3/2008)
LUÍSA BOTINAS

«Monumento alberga uma torre de 12 pisos dentro das muralhas
A recuperação da estrutura patrimonial do antigo forte de Santa Apolónia ou Baluarte de Santa Apolónia, em Lisboa, a criação naquele local de espaços verdes, zonas de lazer e até a eventual promoção de um centro social de apoio à população idosa carenciada da freguesia de São João, são ideias contidas numa proposta que os vereadores eleitos pela lista Cidadãos por Lisboa, levam amanhã à reunião do executivo municipal.

Desde 1995, que vários projectos de recuperação foram anunciados pelas diversas gestões da autarquia de Lisboa com vista à recuperação do que resta deste forte seiscentista. Contudo, até agora nenhuma se concretizou. Em 2001, o DN chegou mesmo a noticiar que havia verba inscrita no orçamento municipal para o início dos trabalhos...

Não sendo uma prioridade, a recuperação do baluarte acabou por ser sucessivamente adiada. Com a degradação do edificado e a insegurança a avançarem a passos largos, Helena Roseta, do grupo dos vereadores Cidadãos por Lisboa defende que o município deve "através do pelouro da Reabilitação Urbana, iniciar os procedimentos necessários à constituição de uma "task force;" , da qual façam parte elementos da autarquia dos pelouros da Acção Social, Cultura e Espaços Verdes e Reabilitação Urbana e representantes do IGESPAR, da Associação dos Amigos dos Castelos, da equipa do Projecto Agenda Local XXI da Quercus, da Associação Lisboa Verde e da Freguesia de S. João com a missão de reabilitar aquele monumento. (...)»

5 comentários:

daniel costa-lourenço disse...

Numa zona carenciada de espaços verdes, é puro desleixo manter uma espaço vazio que, excepto quanto ao à recuperação do forte, não exigiria grandes custos se fosse aproveitado.

Uma vez que não é possível retirar a aberração que é ter um prédio no meio da muralha, ao menos que se recupere o local para usufruto da população.

Filipe Melo Sousa disse...

centro social de apoio à população idosa carenciada?

- que tipo de apoio prestam nesse sítio?
- como se chegou à conclusão que esse centro é necessário, e especificamente para a população idosa, e para a freguesia citada
- essas mesmas pessoas estão dispostas a pagar os custos de funcionamento do centro, ou o centro vai agravar o défice da câmara?

Anónimo disse...

Este prédio é o reflexo da politica autárquica pós-25 Abril. Alguém teve a liberdade de aprovar a construção de um prédio dentro de um Forte Seiscentista. O primeiro trabalho seria saber quem foi o contemplado pelo suborno. Mas no fundo é um pouco o que acontece no resto do pais. Num dos locais mais valiosos em termos históricos - Idanha-a-Velha - as colunas romanas estão espalhadas pelo chão ou servem de banco à porta de casa, e sarcófagos em pedra servem de vaso aos habitantes. É assim que os politicos cuidam na nossa herança histórica.

FJorge disse...

Uma torre de habitação com 12 pisos dentro das muralhas do Forte? Mais um lamentável exemplo do (des)planeamento dos anos 70/80. Lisboa deprimente!

Anónimo disse...

Às conclusões sobre se é, ou não, e onde é que é necessário apoio à terceira idade, chega-se andando por Lisboa, não de carro, mas pé, dentro dos bairros onde não há condominios, onde há lisboetas que ali nasceram e ali vão morrer, sem nunca terem visto um hotel de charme por dentro.
Essa Lisboa existe. Ao lado de edificios como o Concorde que ocupa o interior do baluarte.
Se há dúvidas, basta consultar, com olhos de ver e sem graçola barata de caixa de comentário,o relatório que aqui fica.
Há miséria em Lisboa, muita, e não é só de espirito.
Haja vergonha, já que não há tino.
http://observatorio-lisboa.reapn.org/Primeiro_Relatorio_OLPC_Lisboa.pdf