11/03/2008

O Senso e a Cidade l o segundo sonho


(Lisboa vista do Jardim Botânico)

aqui na página 7 ou

Se já partilhei por estas linhas o meu desejo de ver ainda em vida, o Terreiro do Paço como ele merece, partilho o segundo sonho de poder ir do Príncipe Real até à Avenida da Liberdade atravessando a exuberância do Jardim Botânico.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, e o vereador do Urbanismo, Planeamento e Reabilitação Urbana, Manuel Salgado, anunciaram na passada semana os cinco primeiros classificados e respectivas propostas do Concurso de Ideias para a reabilitação do quarteirão de 15 hectares que engloba o Parque Mayer, a Praça da Alegria, o Jardim Botânico e os edifícios da antiga Escola Politécnica e zona envolvente.

As propostas de Aires Mateus e Associados em primeiro lugar, e os seguintes ARX Portugal Arquitectos, Vão Arquitectos Associados, Eduardo Souto Moura e Gonçalo Byrne Arquitectos foram as seleccionadas pela entrega dentro do prazo, além do bom pensamento ecológico, animação sociocultural e de qualidade arquitectónica, entre os 27 projectos apresentados ao concurso aberto pela CML em Novembro de 2007.

O atelier de Aires Mateus além de bibliotecas e livrarias especializadas em artes plásticas, audiovisuais e artes de palco, propôs ainda residências para artistas, escolas alternativas e espaços de exposição. O plano idealiza ainda a revitalização do museu da Faculdade de Ciências, bem como de vários percursos pedonais.

Sendo este um projecto bastante apetecível não vejo a hora de rasgar a cidade pelo jardim, tão desconhecido por tantos lisboetas e tão desejado pelos turistas que se perdem ao querer ter o mesmo sonho que eu.

coluna publicada a 7 de Março no Meia Hora

4 comentários:

daniel costa-lourenço disse...

Partilho do mesmo sonho.

Anónimo disse...

e vão três

Anónimo disse...

Espero que o sonho seja algo que se concretize, sem o sacrificio de mais património edificado.
É que Lisboa, já não aguenta tanta sangria:
Veja-se o caso do Largo do Rato...

Miguel Drummond de Castro disse...

Percursos pedonais a rasgar o jardim? ideia mais absurda que retira a intimidade do jardim. Proposta agressiva: "rasgar". Eu prefiro os verbos de integração não os de dilaceramento do espaço em nome da vaca sagrada: a acessibilidade.

Quanto à ideia que tem do pé os irmãos Aires Mateus façam o favor de subir as escadas do Centro de Artes em Sines. Um suplício. Os manos Mateus não sabem fazer escadas de todo. Não tem nem sequer a ciência de um pedreiro, que faz os "degraus ao pé."

Se nem umas escadas sabem fazer quanto mais "percursos pedonais" (linguagem de supositório) !

Devem estar mesmo a sonhar se julgam que esses manos tem alguma capacidade de visão, de função e de respeito pela beleza que "já lá está".

Miguel Drummond de Castro