14/02/2008

O Rossio não pode continuar assim (2.1)


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A fonte do topo norte não tem estado assim “ao longo dos últimos meses”, mas dos últimos anos. Uma palhaçada.

É preciso não esquecer que...

Falamos aqui de uma fonte situada no coração da capital, numa das praças mais visitadas de um país que gasta milhões na sua promoção como destino turístico, referenciando o seu património, a sua história e o seu sol (excluí o Mourinho e o Ronaldo propositadamente).


Esta inacreditável metamorfose que se operou ao objecto patrimonial tornando-o mono escarrado, acontece, pelo menos, desde Janeiro de 2006, altura em que a fonte apareceu sequíssima, depois musgosa, e sempre tratada como uma meretriz vadia às portas do formoso teatro.

Já esteve durante semanas com sacos de plástico pretos a cobrirem-lhe as estátuas, oferta de uns quantos activistas, já serviu de depósito de cerveja a uns ruidoso (mas pragmáticos) anglo-saxónicos que muito bem interpretaram a nova função daquele bacio empedrado e já esteve também, até há pouco tempo, rodeada de gradeamentos a que não faltavam as mui estéticas malhas verdes que se utilizam nas obras, bem adequadas para o local.

Parada por falta de dinheiros, claro. À vista dos milhares que lá passam todos os dias.
A questão ultrapassa em muito a fonte, é pois uma questão de prioridades.

Felizmente que, pelo menos, recentemente os gradeamentos desapareceram, mas a imagem ficou e continuará a ficar gravada na memória dos que, ensaiando malabarismos de fotógrafo profissional tentam, por portas e travessas, fotografar a praça sem apanhar aquela coitadinha e moribunda oitocentista criação francesa.

E ninguém, absolutamente faz, absolutamente nada.
Um menosprezo total pelo património e pelos visitantes da cidade. Quando se podia, por longa que fosse a obra de reparação, minimizar a sua consequência, utilizando, por exemplo, telas com a imagem da fonte - como se fez na recuperação da Igreja da Encarnação.

E lá continua a fonte, (in)visível, independentemente da perspectiva.

4 comentários:

Filipe Melo Sousa disse...

Se querem fazer algo de jeito pelo Rossio, peçam para a Polícia pôr a andar os mitras que não fazem mais nada senão pedir dinheiro aos turistas na esplanada do Teatro D. Maria.

daniel costa-lourenço disse...

não é so no rossio....

daniel costa-lourenço disse...

não é so no rossio....

Anónimo disse...

Concordo. Não é apenas no Rossio. Lagos sem água e/ou vandalizados é o que não falta em Lisboa! Assim como não faltam também racistas. Apagem já o primeiro comentário. As coisas ruíns proliferam em Lisboa!