22/02/2008

Diz que é uma espécie de jardim (1)






O Jardim das Francesinhas está num estado lastimável: estatuária suja e vandalizada; fonte, lago e bancos, idem; canteiros, idem, aspas. Flores, nem vê-las. Canteiros deram lugar a 'tapetes' de pedregulhos, esburacados. Enfim, o habitual. O Jardim das Francesinhas faz parte do roteiro turístico de Lisboa, já que é vizinho de São Bento. O Jardim das Francesinhas podia ser magnífico. Mas não é.

20 comentários:

Filipe Melo Sousa disse...

Não há dinheiro para nada.

Anónimo disse...

Engraçado.

Há 9 anos, regressado de uma viagem longa pela Europa e deslumbrado pelos belos espaços verdes que encontrei em várias capitais - cuidados, limpos e utilizados por muita gente; enviei uma carta para a Câmara Municipal de Lisboa indignado face ao estado vergonhoso em que se encontrava o Jardim de Salazar (como sempre o conheci) ou Jardim de Lisboa Antiga, situado onde um dia esteve o antigo Convento das Francesinhas.

Guardei uma cópia comigo. Parece-me fazer agora todo o sentido reavivar essas palavras denunciadoras do estado em que se encontrava o jardim.

"devo referir como exemplo, que é perfeitamente alarmante, mesmo para um ignorante na matéria, o estado de todo o tipo de flora existente nesse jardim assim como a sua organização e embelezamento, que se existisse, provocaria um bem estar inegável ao visitante, faz querer que ao nível do trabalho de jardinagem, da manutenção e organização da vegetação, talvez há anos que nada é feito, a parte norte do Jardim é um dos exemplos, onde as ervas se tenta libertar de uns blocos perfurados de cimento lá colocados exactamente para que o trabalho da sua manutenção fosse dispensável, ou o estado de abandono que as bonitas árvores, garantes de uma agradável sombra, emanam das suas silhuetas"

"Também claramente preocupante é o estado de duas casas de banhos, que penso ter sido ideia que funcionassem (e muito bem) de quem, na original conjectura do jardim, as imaginou, mas apesar disso, desde que me lembro, à uma boa dezena de anos que não funcionam, e para além desse facto, servem para todo o tipo de despejo de substâncias viscosas, o que lhes dá um aspecto moribundo e incute uma repugnante visão aos seus frequentadores"

"Mas o que mais me revoltou e entristeceu foi o estado em que se encontra a extraordinária e tão cheia de significado, estátua central do jardim, arquitectada por Leopoldo de Almeida, assim como da sua base (também supostamente uma ornamentação disposta para funcionar, penso eu, como repuxo). A estátua representa o abrigo e carinho de uma família com duas belas pombas na sua frente numa imagem de fraternidade, paz e esperança, imagem essa, hoje completamente deturpada, tal é o estado de sujidade e abandono que o tempo lhe vestiu e a sua base, que supostamente seria uma fonte, até apresenta as suas fantasias partidas, o que é preocupante. Temo que o mesmo aconteça, na parte este do jardim à ilharga da Calçada da Estrela, às bonitas estátuas dos leões alados que infrutuosamente protegem o jardim (talvez uma réplica dos mesmos que agraciam a escadaria da assembleia) ladeando a escadaria"

"Da minha parte e tendo consciência de que existem sempre intrusos que contribuem para a degradação desses espaços (bem visível nos “grafitis” expostos no jardim), actuarei pedagogicamente sempre que confrontado com situações dessa natureza, mas sugiro que se inverta a visão desse jardim e isso passará não pelo baixar de braços em relação aos problemas do mesmo mas a uma luta constante e inteligente, que consiga educar os seus utilizadores"

Tirando o inocente romantismo da coisa, este era o jardim já há 9 anos...

Anónimo disse...

Bem...pode usar a mesma carta já hoje. Basta mudar a data e, pode bem guardar uma cópia, porque daqui a outros nove anos....

JA

Anónimo disse...

Estas fotografias denunciam bem o abandono do Jardim das Francesinhas. Já escrevi por duas vezes ao actual executivo da CML sobre este problema (Agosto de 2007 e Fevereiro 2008). No tempo do anterior executivo também reclamei para o chocante estado de abandono deste jardim mas nunca obtive qualquer esclarecimento.

Obrigado pela vossa denuncia.

B. Vilar

Filipe Melo Sousa disse...

Mas vocês não ouviram a entrevista do Costa ontem na RTP? O homem tem credores a dizer que se vão suicidar. Eles querem lá saber do vosso jardim das francesinhas. Que falta de tacto. Ponham-se na bicha e esperem uns 10 anos.

Anónimo disse...

Falta de tacto é a tua grande especialidade, caro Filipe.

Estou admirado por não sugerires que se transforme o jardim das francesinhas num parque de estacionamento. Ou entrada de um túnel para nova via de acesso viário até Belém.

Anónimo disse...

É interessante que, entre tanta porcaria que há por essa Lisboa fora da responsabilidade da câmara, estes senhores só falem nos espaços verdes... estão a ver porquê? politiquices...

Anónimo disse...

pergunto-me se têm uma obsessão pelos espaços verdes, porque vivem na cidade

Anónimo disse...

Onde o Senhor/Senhora vê obsessão, nós vemos um direito elementar dos seres humanos que vivem em zonas urbanas: o direito a espaços verdes. Porquê esta exigência? Porque vivemos numa cidade, densamente construida e povoada.

Sem bolsas de jardins e de zonas naturais não é possível ter qualidade de vida.

B. Vilar

Filipe Melo Sousa disse...

pergunto-me quem vai pagar o vosso largo leque de grandessíssimos direitos. eu não estou minimamente interessado.

Anónimo disse...

Nunca foi (está a ser) investido tanto em espaços verdes como agora. Estão a pôr as concessões nos jardins em ordem e vão abrir mais. Os protocolos com as juntas relativos à conservação de espaços verdes estão a ser vistos a pente fino e a serem estabelecidos critérios. Já foram apresentadas na assembleia municipal medidas preventivas para o plano verde. Ok, é preciso fazer mais ainda. Vai ser feito. Mas exigir que esteja tudo feito ao fim de seis meses, só pode ser demagogia, convenhamos.

Filipe Melo Sousa disse...

olha, o costa manda comentar aqui também

Anónimo disse...

Não se exige que esteja tudo feito, mas dava jeito que se fizesse alguma coisa caro anónimo BE.
Bastava limpar. Se ninguém trata, e fica a debater meses a fio os planos megalómanos que pareçam "OBRA" em vez de simplesmente "jardinar" (limpar, plantar, podar, reparar) é claro que estes jardins passam a ser terra de ninguém. Se é terra de ninguém, vêm os vandalos e ocupam, certo?
Que parece ter sido o que aconteceu também com o edificío da Praça do Município. Julgo que é uma Câmara Municipal. Não se faz nada com a desculpa de que é preciso fazer muito para encher o olho. Cuidado, pode ser tiro pela culatra. Como as coisas estão, os Lisboetas já não pedem mais, pedem que mantenham o que havia.

Anónimo disse...

E eu pergunto-me quem vai pagar o vosso largo leque de grandessíssimos abusos que cometem sobre a cidade - em nome do puro egoismo de que tanto alarde fazem.

Mas todos percebemos (estão sempre a repeti-lo) que tb não estão minimamente interessados nesse custo. Nem no futuro. Desde que hoje possam passar por cima dos outros e a custo zero.

Filipe Melo Sousa disse...

se cada um pagar do seu bolso o que usufrui e o espaço que gasta, não há no fim do ano, contas feitas, quem se queixe

eu só sei que pago muito e usufruo pouco

Anónimo disse...

Não usufruis porque és urso, pipinho!

Filipe Melo Sousa disse...

OK, como faço para usufruir do subsidio de desemprego, mas continuando empregado?

Anónimo disse...

olha, o Filipe, o Velho do Restelo, também anda a falar por aqui...

Paulo Ferrero disse...

Engraçado é ouvir o Sr. Vereador dos Espaços Verdes dizer que o que está mal neste jardim, não são os espaços verdes, são os bancos, os muros, a estatuária, etc.

Ora, Sr. Vereador, acha que o que está ali são canteiros? E os coutos cerrados? A erva a fazer de relva? Tudo seco.

Tem razão, são espaços cinzentos!

FJorge disse...

Este jardim, esquecido não só pela CML mas também pela maioria dos lisboetas - "cortesia" da crónica falta de manutenção da CML - precisa de uma atenção especial do Forum Cidadania Lx. O desleixo e desmazelo presente neste jardim é um verdadeiro monumento dos espaços verdes da capital.