26/02/2008

As novas construções na Baixa de Lisboa Século 21

Serão estes os exemplos de construção nova na Baixa? A Baixa Pombalina não irá resistir a esta destruição e este não deve ser o legado que deixamos as próximas gerações. Lamentável!
Uma das características da Baixa ou de Lisboa, são as ruas rasgadas contra o Rio Tejo, referido muitas vezes por jornalistas e escritores. Esta foi a melhor forma para assinalar as escadas de segurança bem a eixo da rua. Ou será um silo de algum missíl?
Na foto da direita, ao dirigirmo-nos ao rio a vista que temos é, a empena cega com uma estupida janela. E a Hora Legal convive alegremente com um gerador ou posto de transformação, bem na esquina!!!

O edifício mais antigo tem nas janelas do R/C umas persianas que fazem parecer uma prisão, este piso é aquele que o peão mais contacta visualmente, tornou-se num piso fechado, agressivo pouco consentâneo com uma europa dos cidadãos. A implantação dos edifícios ou o desenho obrigou a um passeio muito estreito e sem segurança, os candeiros não permitem o passeio ou cruzamento de pessoas, e não é acessível a uma cadeira de rodas ou um carrinho de bébés (no plano de 1758 tinham aproximadamente 1,80 metros).
Na outra foto à direita, a "decoração da empena" cega, para quem vem do Terreiro do Paço, e as contruções do edificio ao lado, o elevador dá o aspecto de ser um estaleiro contínuo, uma obra inacabada.

E o que dizer dos ritmos de fenestração, ou esta será a interpretação do Século 21 da típica tipologia da Baixa Pombalina elogiada no mundo inteiro e candidata a Património da Humanidade. Exemplifica bem o caos e equivocos em que vai a arquitectura contemporânea, já estou a imaginar os palavrões dos teóricos na descrição deste ritmo gratuito e sem nexo desordenado e provocador de instabilidade e insegurança ao homem. Aonde estará a beleza?
E o que dizer do acesso à frente ribeirinha, afinal era verdade o acesso ao Rio não é para todos!
Uma cancela, bem garrida para evitar os indesejados, uns respiradores em inox, um edifício de "grande rasgo" e desordenado que faz lembrar um cacilheiro para sempre encalhado na margem do rio, e que irá surgir em todas as fotos do Terreiro do Paço. Mas ainda há mais uma construção, disforme, como uma larva, no meio do logradouro, a dita "praça" ou no mini Terreiro da EU, uma hipotética construção sem janelas voltadas a poente. Uma desgraça!

PS: Pensei seriamente se deveria colocar este post mas estes "mamarrachos" segundo a expressão de Marcelo Rebelo de Sousa prejudica e destruiu parte da frente de rio histórica desta nossa Cidade. Estas atrocidades, ou construções "anormais" e absurdas, prejudicam definitivamente a frente rio histórica da cidade de Lisboa.

25 comentários:

Filipe Melo Sousa disse...

O que há para preservar na baixa pombalina? Ninguém dá valor à baixa: não tem estacionamento, a renovação dos edifícios é quase impossível, a arquitectura é pobre e austera, e a malha urbana é ortogonal e deprimente. Foi a debandada. A baixa pombalina nasceu mal, foi construída sobre uma cidade barroca arrasada, e mandada re-arrasar por um ministro déspota que decretou uma nova lisboa sem vida e sem linhas.

Se alguma dúvida resta que ninguém dá valor algum à baixa, façam uma pesquisa, e verão que o preço por m2 anda nos 1.300 €, ou nível das áreas velhas da Amadora, Reboleira, Damaia, etc. aqui vai um exemplo:
http://www.remax.pt/PublicListingFull.aspx?lKey=741ee00f-98e0-41c3-8fc4-9d0b3b45884a&SearchKey=721A6F22D3944EA5ABF44EBB2B7A00A2&Index=3&RNDIndex=633396454608785132

Pois bem que nasça uma nova baixa: com uma nova arquitectura, nova traça, novas funcionalidades adaptada aos tempos de hoje, e ao comércio. Venham os silos de estacionamento, as lojas chinesas, os bancos, a habitação cara e os hotéis de luxo. E porque não, construída em altura.

Anónimo disse...

Que visão fútil e abjecta, aquela que pisando a história julga-se moderna e visionária.
Apagando as referências, tendemos para a denegação da identidade colectiva em prol do “gozo efémero do Eu” (utilizei este eufemismo para evitar dizer: “masturbações unicuique suum”).

Esses tempos já lá vão. O futurismo de Marinetti leva umas décadas valente de história e é também ele agora história.

Ideias neo-vanguardistas como esta, há muito foram banidas das mentes de largo alcance que enformam as mais evoluídas das actuais sociedades - exclua-se no entanto a Portuguesa, não por ser uma sociedade diminuída, mas porque o seu edificado mental está cancerosamente apegado nesse complexo de desobediência pueril, elaborado em verborreias pseudo-cívicas que tão previsivelmente caem na ratoeira de se ser, por exemplo, aos 20/30 anos um novinho Velho do Restelo, com comportamentos esquizofrénicos que levam transferir para os outros aquilo que tão bem os comportamentos revelam).

Quer doa ou não doa, e se queira ou não, vamos entrar na era da sustentabilidade e da correcção dos erros passados.

No entanto, que não se iluda o mais desatento, antes da Baixa ir abaixo, há muito lodo erguido que cairá primeiro.

(embora, se vislumbre por aí muito chocarreiro com dificuldades em distinguir o cheiro de um bom refogado do de um belo peido)

Anónimo disse...

Caramba Mario Miguel como tens tanta razão!
Não há dúvida uns dão peidos e outros ficam a "saborea-lo" pois têm medo, não só de denunciar o malcriado como o proprio momento em que aconteceu.
A História estará atenta!

Anónimo disse...

"O que há para preservar na baixa pombalina?" "a arquitectura é pobre e austera"
Acho que a falta de estacionamento na baixa deve ter levado a que nunca tenhas ido lá.... Só um atraso mental profundo pode provocar um comentário desses...É o mesmo atraso de que padece o arquitecto do edifício nas fotografias. Com a qualidade de ensino que temos em Portugal e a degradação constante do mesmo não me surpreendem os teus comentários, nem a capacidade profissional dos arquitectos que projectam tais obras, muito menos dos elementos da câmara que aprovam estes projectos....

Anónimo disse...

"Se alguma dúvida resta que ninguém dá valor algum à baixa, façam uma pesquisa, e verão que o preço por m2 anda nos 1.300 €, ou nível das áreas velhas da Amadora"
Já agora experimenta candidatar a Amadora a património da humanidade a ver se a UNESCO aprova... Ou envia a candidatura do subúrbio moderno em que vives...O modernismo de Telheiras é que é arquitectónicamente bonito?Se apenas o funcional é bonito mais vale demolir a parte antiga de Paris. E depois veríamos se ainda seria uma das cidades mais visitadas do mundo...

daniel costa-lourenço disse...

Quanto aos edifícios e à sua arquitectura, nada tenho a dizer de mal...Pelo contrário, até gosto.

O problema é o local da implantação e a sua posição face ao restante edificado.

estando numa zona tão sensível (frente ribeirinha e zona candidata a património mundial) é indescculpável que não se tenham tomado outros cuidados.

O facto de os edifícios obstruírem as linhas de circulação visual dos arruamentes, destroem a visão de conjunto do planeamento da Baixa e fazem perigar a sua classificação.

Por outro lado, são um entrave visual à ~"circulação de luz e ventos".

Acresce que se trata de um elemento estranho relativamente ao desenho dos arruamentos e um contraponto infeliz à Praça do Comércio e ao Pátio do Ministério da Marinha e mesmo ao Largo do Corpo Santo.

Representa ainda uma obstrução à circulação pedonal e espaços verdes da zona ribeirinha.

Apesar de, em termos de arquitectura, não ser uma peça má, acaba por ser um ovni.

E a arquitectura é não só inovar mas também saber adaptar-se à envolvente.

Se isto foi permitido, mesmo com as actuais regras rígidas do PDM e planos de pormenor, imagine-se o que poderá acontecer quando as regras de construção na Baixa forem "facilitadas".

É o fim da Baixa.

E dizer que, por a Baixa estar podre, que deve ser arrasada, é o mesmo que dizer que se deve liberalizar o homícidio porque a criminalização não tem efeitos na diminuição da sua prática.

Obviamente salvaguardadas as devidas distâncias, mas o príncípio é o mesmo.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Filipe Melo Sousa disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Filipe Melo Sousa disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Gonçalo Cornelio da Silva disse...

Agradeço que acabem com o namoro,
troquem numeros de telefone e encontrem-se!

Anónimo disse...

Aqui esta uma pessoa com mto bom gosto

Anónimo disse...

Pois é....o Daniel tem muita razão. Alguns edifícios, por vezes, até funcionavam muito bem....noutro sítio. E o anónimo das 9:12 tem ainda mais razão:
Lisboa sem as suas zonas históricas.....era visitada por quem?

JA

Filipe Melo Sousa disse...

a baixa pombalina é uma nojeira! eu é que não vivia naquele sítio

Anónimo disse...

"a baixa pombalina é uma nojeira! eu é que não vivia naquele sítio"
Ah ah ah... os milhares de turistas que por lá passam são pessoas com falta de gosto!! Se calhar não andam por Telheiras, pela Amadora, Oeiras ou outro suburbiozeco moderno qualquer porque esses sítios não vêm no guia LonelyPlanet que trazem!!!São os lobbys da baixa a influenciar os Guias Turísticos.Ou talvez tambem seja mais interessante ir tomar um copo à noite ao Parque das Nações ou às Docas com o seu ambiente pré-fabricado e artificial do que ir ao Bairro Alto...Nota-se realmente uma distinção no tipo de pessoas que frequentam estes dois tipos de sítios.Quando foste a Roma pela primeira vez nem pensaste em ir ver o Coliseu ou o Forum, pegaste logo no carro (indispensável claro está) e foste conhecer os bairros residenciais á volta da circular externa da cidade....Para quê perder tempo com história ou cultura...

Anónimo disse...

O Jardim do Tabaco deve ser o único sítio a preservar na baixa de Lisboa, nõ é pipinho? Que grande inútil que me saíste.

Filipe Melo Sousa disse...

de facto os turistas apenas por lá PASSAM, não se demoram

Anónimo disse...

AI,... Como eles, no fundo, bem lá no fundo, se... AMAM!!!

Anónimo disse...

"a baixa pombalina é uma nojeira! eu é que não vivia naquele sítio"- FMS

....
O Pipinho vive mesmo na Baixa. Coitada da baixa. Está cheia de porcarias

FJorge disse...

Que pobreza, não vejo uma unica árvore, nada! Mas agora que o mal está feito, resta exigir que sejam plantadas árvores, muitas árvores, para ver se daqui a uns anos aquilo desaparece entre as copas de frondosas árvores.

Anónimo disse...

� Tainha! Bem podes limpar as m�os � parede!

Anónimo disse...

isto são somente popiniões pessoais e subjectivas, de puro gosto ou é uma associação séria contra a destruição e a favor da preservação do património Lisboeta. Sempre ouvi dizer "onde começa o gosto acaba a arte". mas esta frase é para pensar meus caros, não é para digerir à primeira.
Tenham dó, só vos oiço dizer mal sem justificação. Fazer? não vejo nada.