16/11/2007

Esperando......


Foto de Artur Goulart roubada ao amigo Bic Laranja

Quantos anos vamos ter que esperar pelo retorno da Lisboa limpa, com espaços e passeios tratados, parqueamento civilizado, prédios sem marquises, paredes sem graffiti....... e isenta de tudo o mais que não nos faz falta nenhuma ?

12 comentários:

Anónimo disse...

Quando a actual geração no poder morrer. É o tipico salto de gerações. Se as pessoas que governam não têm hábitos de higiene, não os podem implantar, nem pugnar por eles.

Filipe Melo Sousa disse...

No tempo em que se tirou esta fotografia, havia um carro por agregado familiar. Os filhos viviam trancados em casa, e o conceito de saída ao fim de semana era dar um passeio de 300m, ou seja ir à igreja ouvir o sermão enfadonho, e regressar a casa para uma semana de trabalho, numa vida sem sentido. As mulheres vestiam de preto e usavam véu. Lisboa era uma vilória de província com o título de capital do império. Os carros circulavam em muito escasso número. As compras eram carregadas com muito custo numa mercearia austera na esquina, onde só se podia compra a bolacha Maria e a massa Nacional.

Resumindo, este era um retrato do sedentarismo do qual felizmente nos livrámos. Da Lisboa de hoje agrada-me o movimento, o comércio, e o seu movimento 24h / dia. Em suma: retornar a isto, não obrigado.

Anónimo disse...

A lisboa de antigamente não era só isto, era bom que assim fosse. Haviam bairros de lata com fartura e muita miséria.hoje temos muitos problemas, politicos incompetentes e corruptos que,infelizmente, normalmente são os que ganham eleições, fazem-se muitas asneiras e sobretudo não se aprende com os erros cometidos. Não há duvida de que Lisboa podia ser uma das melhores cidades do mundo para viver mas que uns quantos, na maioria das vezes em seu benficio próprio, insistem e destrui-la atentando contra o seu patimonio e qualidade de vida não pensando nas vantagens de uma cidade com um desenvolvimento sustentavel. Temos muitos problemas,é verdade,imensos, mas nada comparavel com o que existia antigamente. Antigamente nem sequer podiamos conversar sobre estes problemas.

AML

tramaram-nos? disse...

NÃO VOLTA MAIS (NÃO HÁ MAIS).
IMAGINAR O SEU REGRESSO, MESMO QUE EM MOLDES RENOVADOS É UMA FANTASIA INFANTIL.
LISBOA COSMOPOLITA É INCOMPATÍVEL COM IMAGENS COMO ESTA (INDEPENDETEMENTE QUE TENHAMOS SAUDADES DE TEMPOS MAIS LIMPOS E ORGANIZADOS)
DEVEMOS NO ENTANTO EXIGIR OUTRA LISBOA, COM UM APRUMO E DIGNIDADE COMPATÍVEIS COM UM QUADRO DE COSPOLITISMO QUE ESTAVA AUSENTE NOS ANOS 50 E 60ÍSSO É POSSIVEL E DESEJÁVEL, A BALBÚRDIA E A SELVAJARIA DO ESTACIONAMENTO (POR EXEMPLO)NÃO É UMA INEVITABILIDADE

Vespinha disse...

Adoro este cruzamento!

Anónimo disse...

Serão apenas os responsáveis pelo poder os responsáveis pela falta de higiene? E qual o papel da família e das escolas nisto tudo? Não é aí que tudo isso começa? Hoje é normal qualquer pessoa chegar a casa e pôr os sapatos que andaram na rua a pisar toda a porcaria, em cima do sofá, da mesa de apoio, dos bancos do metro. Não são os responsáveis pelo poder que lhes ensinam isto. São decerto os pais que o consentem, somos todos nós que chegamos ao metro e preferimos ignorar que o parceiro do lado ponha as patas onde nós nos vamos sentar.

Anónimo disse...

estamos para lá do ponto de regresso possível.
Que cada um guarde as suas memórias, é tudo o que são.
Engraçado, como cada um vê realidades diferentes sobre um mesmo passado lisboeta,a partir de uma fotografia.
E se agora podemos conversar sobre este problemas, a verdade é que é só conversa. Com mil e um blogs, televisões independentes, jornais diários, semanários, gratuitos, forums, conferências, reuniões participativas, assembleias, deputados, eleições, e demais veículos da democracia, estamos nisto. Quem me dera uma simples bolacha maria e um pouco mais de educação.

Anónimo disse...

Sim…..Lisboa era uma cidade de ”muitas” realidades (e será !). E das realidades mais tristes como alguns dos meus colegas da primária andarem descalços durante todo o ano lectivo, nem me quero recordar. Idealizar Portugal dos anos 50–60....NEM PENSAR ! Mas se partes de Lisboa tinham algumas bastante boas características e hábitos, como a limpeza e a ordenação, porque não sonhar com o seu regresso? Não vejo tão pouco grandes dificuldades em resolver tais problemas. Partem da educação de cada um, e da capacidade das autoridades de educar, planear e actuar. Se muitas cidades da Europa já resolveram estes problemas há décadas (excepção graffiti), qual é a dificuldade/impossibilidade em nós os resolvermos também?
E por favor ....essa conversa do “somos assim”, “não há nada a fazer”, só serve para nos enganarmos a nós próprios e manter tudo na mesma.

JA

Anónimo disse...

Mudar para melhor só depende de cada um de nós.Está tudo nas nossas mãos.Assim haja vontade.

Anónimo disse...

Para o Sr. Filipe Melo Sousa "tudo o que está mal, está bem." Não entendo como pode participar num local como este onde se pretende dar ideias, sugerir no sentido de melhorar a cidade onde vivemos sem que isso implique o regresso do Estado Novo, das mulheres vestidas de negro e dos filhos trancados em casa.

Enfim, pensar curto e grosso parece ser o seu forte, o que lamento.

Carlos Oliveira
Lisboa

Filipe Melo Sousa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Filipe Melo Sousa disse...

Caro Carlos Oliveira,

a participação num forum não significa que se subscreve todas as ideias e propostas. E neste caso, a minha opinião é clara: prefiro aquela rua tal como está hoje. É bem mais útil aos Lisboetas, mais movimentada e cosmopolita. As diferenças são notórias, e claramente não subscrevo o saudosismo aqui latente.

Por vezes, zelar pela cidade passa por desmontar afastar algumas ideias tolas, por muito politicamente correctas que sejam. Imagino que o autor desde post caso o pudesse, punha-se a cortar faixas de circulação e eliminar lugares de estacionamento, causando o caos, a custo de muita gente inocente, que realmente precisa de usar a cidade. Quem não trabalha e não se movimenta na cidade não se apercebe disso.

O problema não está apenas nas pessoas com visão curta. É que de muito repetir este tipo de ideias, elas correm o risco de ser assimiladas. Isto é um pouco como as manifestações da extrema-direita: há que dar um alerta enquanto ainda é tempo. Senão corremos o risco de ter de reviver um passado mais primário.