16/10/2007

LUISA TODI também esteve aqui - NO JARDIM DO CAMPO GRANDE


LUISA TODI (1753-1833) foi uma das maiores cantoras do seu tempo. Cantou em todos os grandes centros musicais da Europa.
Nasceu em Setúbal e morreu em Lisboa na rua que, hoje, tem o seu nome. Conta-se que as tropas de Napoleão a reconheceram na fuga às cargas de baioneta das tropas comandadas pelo marechal Soult, no “desastre da Ponte das Barcas”. Tê-la-ão reconhecido, gritaram “ Mon Dieu! La TODI!” e ajudaram-na a salvar-se com uma das suas filhas. (Foi nessa ponte que se deu a tristemente célebre catástrofe da Ponte das Barcas, em que milhares de vítimas pereceram quando fugiam, através da ponte, às cargas de baioneta das tropas da segunda invasão francesa, comandada pelo marechal Soult, em 29 de Março de 1809. Mais de quatro mil pessoas morrem.)
Em 9 de Janeiro de 1957 Lisboa quis homenagear a grande cantora com um busto no jardim do Campo Grande da autoria do escultor Martins Correia.
Hoje resta isto que vemos: pedra sem busto, vandalizada, que serve de latrina.
POVO POBRE, este povo português que desprezando os seus valores os não merece.

1 comentário:

Paulo Ferrero disse...

É realmente uma vergonha: não só o estado de mutilação e abandono em que se encontram mil e um bustos, estátuas e placas comemorativas ou evocativas de alguém de relevo que teve a pouca sorte de nascer em Portugal, como é lamentável o estado de ignorância, pura e dura, que grassa por quem direito. O problema não é de agora, mas tem crescido vertiginosamente, em exponencial, mesmo.

Luísa Todi (tal qual a Suggia e da Condessa d'Edla, por exemplo) devia ser não só evocada e comemorada, como estudada e assimilada.

Lembrei-me agora de Alfredo Keil, pifiamente comemorado nos seus 100 anos de desaparecimento, como o autor de A Portuguesa, ou seja, conotado como republicano, que estava longe de o ser.

A casa dele na Avenida da Liberdade, nem sequer a placa evocativa manteve, e uma proposta antiga (aqui do burgo) em se abrir um museu-atelier-vivo do grande Keil, nem vê-la.

Este é um país das comemoraçõezinhas, da medalhita e vaya con Dios. Lembro-me sempre do «Milhões», herói da Grande Guerra, que teve que vender as medalhas (e eram bastantes) para sobreviver. Ou António Vilar, morrendo da penúria, em exílio em Madrid.

Triste sina...