20/03/2007

Casas de Wenceslau de Moraes e de Rafael Bordalo Pinheiro

Numa altura em que

1 se tornou óbvia a necessidade de preservar as casas onde moraram grandes vultos da cultura portuguesa;

2 em que está a ser elaborado um Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE);

3 em que o Turismo Cultural é considerado estratégico para a cidade de Lisboa,

propõe-se à Câmara Municipal de Lisboa que elabore um projecto de reabilitação, valorização e divulgação das casas onde nasceram Wenceslau de Moraes e Rafael Bordalo Pinheiro.

Propõe-se ainda que essas casas sejam integradas em roteiros Turístico-Culturais que englobem, designadamente, o património mais significativo existente no Largo de S. Domingos, nas ruas das Portas de Santo Antão, S. José e S. Marta, e ainda o Elevador do Lavra e o Jardim do Torel.


Casa de Wenceslau de Moraes


A casa onde Wenceslau de Moraes nasceu em 1854, situada na rua Cruz do Torel, nr.4 é, desde há muito, ponto obrigatório de visita da esmagadora maioria dos turistas oriundos do Japão. Apesar do interesse que, à partida, este local desperta, a visita é decepcionante, já que o edifício está muito descaracterizado e, à excepção de uma lápide colocada pelo Rotary Club, nada existe neste local que lembre esse grande vulto da cultura portuguesa que promoveu de forma exemplar a amizade e o conhecimento entre o Oriente e o Ocidente e “cujo pensamento político e económico antevia as alterações que se verificaram muito mais tarde, ao longo do século XX, e a emergência do Japão dentro da comunidade dos grandes países.” A reabilitação/valorização/divulgação desta casa será, sem dúvida, uma mais valia em termos de oferta cultural para a cidade e dará continuidade ao projecto das Comemorações dos 150 anos do nascimento de Wenceslau de Morais, que se realizaram em 2004, por iniciativa do Instituto Camões.


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Casa de Rafael Bordalo Pinheiro


A casa onde nasceu Rafael Bordalo Pinheiro em 1846 situa-se no nr. 47 da Rua da Fé. Uma lápide, de iniciativa camarária, assinala o facto, no entanto, a casa encontra-se profundamente degradada. A reabilitação/valorização/divulgação desta casa seria, sem dúvida, o culminar do extenso programa de acções, levado a cabo em 2005 pela Câmara Municipal de Lisboa, para comemorar o primeiro centenário da morte de “uma mas figuras nacionais mais marcantes da segunda metade do século XIX”.


Ana Alves de Sousa

3 comentários:

Anónimo disse...

Saberá a autarquia reconhecer a importância destes imóveis? E tomar medidas para os proteger? Os exemplos que nos chegam não são animadores. Daí a importância do exercício da cidadania cada vez mais exigente e atenta.

FJorge disse...

Tem toda a razão. É uma vergonha ver o abandono e a descaractrização destes imóveis e zonas envolventes (o passeio em frente da Casa do Weceslau de Moraes está sempre invadido por carros!).

Anónimo disse...

Para um trabalho de historia procurei a importância do senhor Rafael Bordalo pinheiro criador da famosa figura do "Zé povinho"pois aqui não encontro isso mesmo.alguém encontra???!