27/11/2006

Vereadora diz que presidente não é livre de escolher cargos. Nogueira Pinto diz que Carmona cedeu a pressões do PSD

In Público Online (27/11/2006)

"A vereadora do CDS-PP na Câmara Municipal de Lisboa, Maria José Nogueira Pinto, acusou o presidente da autarquia de ter cedido a pressões do PSD no episódio que precipitou o fim da coligação de direita na autarquia.

"O senhor presidente hoje não é livre para escolher quem ele quer para preencher os lugares das empresas municipais ou nas sociedades municipais", afirmou Nogueira Pinto, em entrevista ao programa “Diga lá, excelência”, da Rádio Renascença, PÚBLICO e RTP.

Carmona Rodrigues decidiu retirar os pelouros a Maria José Nogueira Pinto, dia 15 de Novembro, depois da vereadora ter rejeitado a nomeação de Nunes Barata para a presidência da Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) da Baixa Pombalina.

“A questão de fundo é saber porque é que o PSD convida o professor Carmona para ser seu candidato nas autárquicas, e por ser independente” e depois sujeita-o “a pressões partidárias que eu, que não me candidatei como independente, nunca tive do lado do meu partido”, sublinhou a vereadora.

Nogueira Pinto explicou que o voto contra a nomeação de Nunes Barata foi "apenas o facto que faz despoletar algo que já está em marcha".

"Havia uma questão complicada com a presidente da Assembleia Municipal, questão que eu levantei e que é puramente institucional", disse a vereadora, sublinhando que Paula Teixeira da Cruz, se ingeriu nas competências da câmara.

As divergências entre Nogueira Pinto e Teixeira da Cruz tornaram-se públicas quando a vereadora acusou a presidente da AML de ter manifestado apoio a um grupo de moradores que exigia do pelouro da Habitação Social a redefinição do método de cálculo das suas rendas de casa.

Quanto ao fim do acordo pós-eleitoral, Nogueira Pinto entende que o rompimento “é muito mais prejudicial para o PSD do que para o CDS-PP”. "É muito mais prejudicial para o professor Carmona do que para mim, e sobretudo muito mais prejudicial para Lisboa do que para os partidos", afirmou a vereadora, garantindo que não se importa de “estar na oposição, se na coligação o preço for muito elevado”.

A vereadora insistiu que Carmona Rodrigues ainda não lhe explicou os fundamentos da quebra de lealdade que invocou para terminar a coligação, sustentando que se tratou de "uma acusação desmesurada, desproporcionada, infundada".
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