09/11/2006

Carta aberta à Parque Expo sobre a falta de civismo no Parque das Nações

In Público (9/11/2006)

"É com muita pena minha que escrevo este e-mail. Infelizmente, não tenho alternativa, pois a situação de que venho queixar-me é indesculpável, é impensável, é surreal, pelo menos de acordo com a educação que recebi e com os meus valores cívicos. Eu vou directa ao assunto, porque não quero entrar numa discussão em que viriam à baila questões como educação/dinheiro, embora não possa deixar de expressar a tristeza que sinto por verificar que há pessoas, que não obstante terem a capacidade financeira e a ambição de residir numa área residencial privilegiada e com a qualidade de vida que o Parque das Nações oferece, sejam elas mesmas as primeiras a, por falta de educação cívica, porem em xeque essa mesma qualidade de vida, que era suposto existir. O que se passa, aquilo de que venho queixar-me, é de alguns vizinhos meus (infelizmente não sei concretamente que vizinhos) que deixam o lixo (restos de comida, fraldas, todo o tipo de lixo orgânico) no chão, junto a caixotes de lixo destinados a papéis, aqueles caixotes pequenos que estão distribuídos pelas ruas. Estes caixotes de lixo, não se destinam a fazer o papel de contentores. Há condutas de lixo a funcionar nos prédios (os dois prédios onde eu já residi, o antigo e o actual para onde me mudei recentemente têm as condutas a funcionar, pelo que depreendo que seja essa a situação senão em todos, na maioria dos prédios aqui da Expo) e há, que me lembre, entre a bomba da Repsol e a torre da Galp, três reciclões (para todos os tipos de materiais recicláveis). Não há desculpa absolutamente nenhuma para este tipo de comportamento por parte dos meus vizinhos, que parecem saídos das cavernas, tal é a falta de civismo e a irresponsabilidade, pois, em última análise, isto trata-se de uma questão de saúde pública. Sim, porque os cães andam a chafurdar nos sacos de lixo e a espalhar o seu conteúdo pelo chão, as crianças andam a brincar na rua, em contacto directo com uma atmosfera poluída e já cheia de moscas. Perguntam o que pretendo eu com esta queixa, se o problema está na atitude dos moradores em questão? Pretendo lavrar um protesto indignado de alguém que quis viver aqui pela qualidade de vida e vizinhança que esperava encontrar no Parque das Nações e que, pela falta de civismo de alguns, não pode gozar na plenitude, e, não sendo embora responsabilidade vossa a falta de civismo de alguns residentes, apelar para que os senhores tomem medidas de sensibilização dessas pessoas. (...) Havia quem depositasse lixo à porta de uma creche! (...)."
Catarina Rego. Lisboa
"

E outro.
PF

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