14/04/2005

Baixa Pombalina, Sociedade de Reabilitação Urbana #1

Se há coisa que tem vindo a melhorar na gestão da CML tem sido o circuito burocrático, sobretudo o de interacção com o público. Mas ele há coisas incompreensíveis, como esta.

Não faz sentido em ano de eleições, passados quase 4 anos da tomada de posse, criar-se, desenvolver-se mais um gabinete de gabinetes, no caso uma "Sociedade de Reabilitação Urbana para a Baixa Pombalina" (cujos limites, ainda por cima, são, no mínimo, discutíveis). E ainda mais surpreendido se fica quando se toma conhecimento do seu "Programa de Acções para 2005", ou seja:

"A realização dos Documentos Estratégicos preencherá o ano de 2005 na sua quase totalidade, e será levada a cabo em estreita colaboração com as restantes estruturas municipais ou paramunicipais que têm desenvolvido actividade na zona da Baixa e do Chiado, nomeadamente a Unidade de Projecto da Baixa Chiado, e, sempre que possível, com o apoio do Fundo Remanescente para a Reconstrução do Chiado. Ainda no ano de 2005 serão concluídos os projectos técnicos e iniciadas as empreitadas relativas aos edifícios propriedade da SRU, integrados no seu património pela realização do Capital Social do accionista EPUL. Os Documentos Estratégicos:

* São a ferramenta essencial do trabalho da Baixa Pombalina SRU.
* Serão desenvolvidos ao longo do ano de 2005 e reunirão um diagnóstico exaustivo do edificado e do espaço público, na sua caracterização actual, bem como uma avaliação dos tecidos económico e social vigente.
* Propõem modelos e processos de intervenção de reabilitação dos espaços urbanos e de revitalização das actividades
"

Trata-se de uma resma de blá-blá-blá, assente em estudos sobre estudos e mais estudos, em "powerpoint" e "excel" de pechisbeque, que darão uma resma ainda maior de papel, seminários e acções de divulgação, exposições e outras manifestações de júbilo sobre o blá-blá-blá coligido, concluído e ... a meter na gaveta.

Em pleno ano 2005 ainda andam a fazer levantamentos sobre o edificado da Baixa? E há dinheiro para isso?
PF

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